quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A história de Chanucá (resumida)

A História de Chanucá Resumida

A Ocupação Síria

Há mais de 2000 anos, o rei selêucida Antiochus III governava Israel. A princípio, ele tratava com bondade os judeus e lhes dava alguns privilégios; porém quando os romanos o derrotaram, Antiochus forçou os povos de seu império a fornecerem o ouro necessário para pagar os tributos romanos. Seu filho e sucessor, Seleucus IV, continuou a opressão.

Porém o pior conflito causado pela ocupação síria de Israel veio de dentro, com o crescimento do poder dos judeus "helenistas", que adotaram a cultura grega idólatra. O Cohen Hagadol, Sumo Sacerdote, Yochanan, previu o perigo dessa influência. Enfurecidos por essa oposição, os helenistas tentaram fomentar o conflito entre o Rei Seleucus e Yochanan.

"Louco!"

Logo, Seleucus foi assassinado e seu irmão Antiochus IV tornou-se rei. Um tirano cruel, Antiochus zombava da liberdade religiosa. Era chamado "Epifânio" (amado pelos "deuses"), porém um historiador contemporâneo, Polebius, chamou este rei perverso de "Epimanes", que significa "louco".

Esperando impôr uma religião e cultura comuns, Antiochus negou a liberdade religiosa aos judeus, suprimindo a Lei da Torá. Ele instalou o irmão de Yochanan em seu lugar, o helenista Jason, como ele chamava a si mesmo em grego – que passou a divulgar os costumes gregos no sacerdócio. No entanto, seu amigo helenista Menelau expulsou Jason. Enquanto isso, Antiochus empreendeu uma guerra bem-sucedida contra o Egito. Roma exigiu que ele parasse, e ele cedeu. Em Jerusalém, nesse interim, espalharam-se boatos da morte acidental de Antiochus, e o povo se rebelou contra Menelau, que fugiu.

Mártires

Antiochus soube DA rebelião em Jerusalém; já furioso por ter suas ambições frustradas no Egito, enviou seu exército para atacar os judeus, matando milhares. Emitiu então decretos severos proibindo a religião judaica, confiscando e queimando Rolos de Torá. Guardar o Shabat, realizar a circuncisão e cuidar as leis dietéticas eram agora castigadas com a morte. Apegando-se à sua fé, milhares de judeus sacrificaram a própria vida.

Matityahu…

Por fim, os soldados de Antiochus chegaram à aldeia de Modi’in. Construíram um altar na praça principal e exigiram que Matityahu, um sacerdote idoso e líder da comunidade, oferecesse sacrifícios aos deuses gregos. Ele recusou, professando a lealdade do seu povo ao pacto de D’us com Israel.

Quando um judeu helenista aproximou-se para oferecer um sacrifício, Matityahu agarrou a espada e matou-o. Seus filhos e seguidores mataram muitos invasores e perseguiram os restantes, depois destruíram o altar. Matityahu sabia que Antiochus certamente enviaria soldados; então ele e um bando de seguidores fugiram rumo às colinas da Judéia.

…e filhos

À beira da morte, Matityahu conclamou seus filhos a continuarem sua luta. Um irmão, Shimon "o Sábio", os guiaria; outro os lideraria na guerra, Yehudá, "o Forte" – chamado Macabeu, um acrônimo do hebraico "Mi Camocha Ba’e-lim Hashem" – "Quem é como Tu, ó D’us".

Antiochus enviou Apolônio para eliminar os Macabeus. Embora maior e mais bem equipado, o exército de Apolônio foi derrotado pelos Macabeus, que agora derrotavam uma tropa síria atrás da outra. Antiochus decidiu mostrar seu poder militar para esmagar o corajoso pequeno bando de judeus. Mais de 40000 soldados sírios foram enviados à luta. Após uma série de batalhas, os Macabeus venceram!

Uma pequena ânfora

Em seguida, os Macabeus foram libertar Jerusalém. Tiraram do Templo os ídolos ali colocados pelos sírios. Construíram um novo altar, consagrado a 25 de Kislêv de 3595 (165 AEC).

Os sírios tinham roubado a Menorá de ouro do Templo, portanto os Macabeus imediatamente fizeram uma nova, porém de metal menos nobre. Embora o azeite impuro pudesse ser usado para acender a lamparina do Templo se necessário, eles insistiram em usar apenas a única ânfora de azeite com o selo do ultimo Sumo Sacerdote justo, Yochanan.

Aquela pequena e única ânfora, contendo azeite somente para um dia, durou os oito dias, conforme comemoramos todos os anos: os Oito Dias de Chanucá.

Shalom!

fonte: Histórias judaicas (curtam)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Uma análise sobre o quarto evangelho

O evangelho segundo João

O quarto evangelho é chamado de evangelho espiritual de João, pois não é sinótico. Ele difere em muitos pontos das narrativas dos outros três evangelhos. Este evangelho só foi aceito como canônico, isto é, para fazer parte do canôn por causa de Irineu, bispo de Lion do segundo século, que queria que os evangelhos fossem quatro, porque a terra tem quantro cantos, quantro pontos cardeais etc....

Inicialmente, este evangelho sofreu rejeição pelos pais da igreja e bispos do primeiro século. primeiro devido a sua autoria, que apesar de ser atribuido a João, é questionavel, pois o apocalipse, escrito pelo mesmo autor, João se identifica na primeira pessoa: "Eu, João, que tmabém sou vosso irmão.... " Ap 1,9 ; o que não acontece neste evangelho. A única identificação mencionada neste evangelho, no capitulo 21, o autor se identifica como o discipulo que Jesus amava, o que também desqualifica ser João, porque João não era discipulo, era apóstolo. E havia um discipulo que Jesus amava, narrado no mesmo livro, chamado Lazaro. Este é provavelmente seu autor.

http://exegeseoriginal.blogspot.com.br/2012/04/joao-nao-e-o-autor-do-quarto-evangelho.html

Segundo que este evangelho omite fatos importantes da vida de Jesus e expôe outros igualmente importantes, que não foram mencionados pelos sinóticos. O evangelho segundo João, foi compilado, ou seja, vários manuscritos atribuidos ao mesmo autor, foram todos copiados em um livro/rolo só. Isso explica a falta de ordem cronológica do livro. Logo na caítulo 2 Jesus esta fazendo sua entrada triunfal em Jerusalém e nos capitulos seguintes vemos Jesus na judéia e Galiléia, o que contradiz a narrativa dos sinóticos.

Certas expressões e elementos presentes no quarto evangelho, desde o ínicio da igreja, foram observados como elementos não judeus. Talvez o autor tivesse sofrido uma influência gnóstica ou do helenismo romano. Quando Jesus chama sua mãe de "Mulher", no capítulo 2, por exemplo, pela halachá judaica da época isso seria uma blasfêmia! Estes elementos foram motivos de discussões e discórdias acerca deste evangelho.

Um dos principios básicos de hermeneutica e interpretação, é de que um livro bíblico, por ser inspirado, não pode contradizer outro livro. Teólogos cristãos sempre harmonizam as contradições, por mais que pareçam impossíveis. Um exemplo clássico neste evangelho é o caso dos samaritanos, que segundo Lucas, Jesus não entrou na aldeia dos samaritanos, ao ponto dos apostolos quererem pedir fogo do céu para puni-los (Lc9, 52-55). Segundo Mateus, Jesus ordena que eles não entrem em aldeias de samaritanos (Mt 10,5). e segundo João, Jesus não só entra na aldeia dos samaritanos, como é bem recebido e permanece ali por dois dias (Jo 4,40). Os teologos para harmonizar esta contradição dizem que foram duas vezes e em vilas diferentes. Mas é estranho a omissão acerca disso. Nem João menciona ser uma segunda vez e nem os outros. O autor de João da a entender que ele, Jesus foi bem recebido pelos samaritanos e omite as rejeições mencionadas pelos outos sinóticos. Que por sua vez omitem essa aceitação só notada por João.

Até a traição de judas é omitida no quarto evangelho, pois segundo o autor, Jesus mesmo se apresenta e se identifica, omitindo o sinal de judas e até sua traição.
 "Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes; Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi" (Jo 18, 4-9)
Frases ditas por Jesus neste evangelho se contradizem. Ora Jesus diz que não veio julgar o mundo, ora diz que julga:

"E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo." (João 12 : 4) "Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo." (João 8 : 15)
"E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;" (João 5 : 22)
"Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou." (João 5 : 30)
Ora diz que não testifica de sí mesmo, ora diz que se testefica de sí mesmo seu testemunho é verdadeiro.
"Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro; Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro." (João 5 , 31- 32)

"Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou." (João 8 : 14)
 Esses são apenas alguns exemplos, que ao analisarmos mais detalhadamente, percebemos essas contradições. Algumas vezes percebemos que não parecem ser do mesmo autor, pois isso torna o messias incoerente. Por isso esse evangelho não é considerado sinótico, pois difere dos outros evangelhos e contradiz a sí mesmo em alguns pontos.

É o evangelho que mais contém acréscimos, como a mulher adultera, de João 8. E é também o que mais tem passagens que se assemelham a escritos pagãos, como a introdução que parece que não havia originalmente, ou a mulher do poço, por exemplo. A introdução do evangelho é idêntica a um veda Hindu de no minimo uns 3 mil anos antes. Ai muitos dizem que é obra se satanás, ou que o veda é uma fraude. Na verdade, basta perguntar a um hindu, pois o hinduismo é uma das religiões mais antigas do mundo e existem diversas comunidades de hinduismo no Brasil. Na idade média não era fácil comprovar uma alegação dessa. Mas hoje com a internet, basta uma rápida pesquisa que encontramos toda informação nescessária.

Frases que só aparecem neste evangelho, como "Meu reino não é deste mundo", ou "Na casa de meu pai tem muitas moradas" já serviram de base para diversas teorias, das mais absurdas as mais gêniais, e estranhamente, Jesus só diz tais frases neste evangelho. A simplicidade dos sinóticos é quebrada por este evangelho que mostra um Jesus mais mistico, com ensinamentos mais espiritualizados e com frases mais interiorizadas, como "Antes que abraão existisse, eu sou"

É o evangelho mais utilizado pelos trinitaristas, pois como dito anteriormente, neste evangelho, jesus aparece de uma forma mais mistica, se igualando ao pai, como por exemplo : "Eu e o pai somos um", frase apenas dita segundo este evangelho, e mesmo que no contexto, ser Um não signifique ser o mesmo (basta ver João17) ainda assim, neste evangelho vemos um messias mais divinizado, se igualando ao pai e mais dizarmonico com os conceitos judeus da época.

Quando você ve qualquer comparação de Jesus com messias pagãos, em sites ateus como zeitgeist, nota-se que sempre é o evangelho de João que é utilizado nessas comparações. Pois seu estilo de escrita e a forma como apresenta Jesus, difere e em muito da forma como os sinóticos apresentam o Messias.

Para chegarmos a essência do evangelho de João, devemos sempre compara-lo com os sinóticos e com os demais livros da bíblia. Talvez o evangelho original fosse bem menor do que o que temos hoje, mas como foi compilado e acrescido, tornou-se assim. Por isso eu utilizo a essência deste evangelho, o que é original. É claro que boa parte do evangelho foi escrita pelo mesmo autor e que não podemos negar sua inspiração divina. Mas devemos analisar bem suas passagens, pois conforme já dito, um livro por ser inspirado não pode contradizer outro livro e muito menos a sí mesmo. Esta postagem é só para reflexão e análise. Não é uma crítica e nem para desmerecer a escritura, mas apenas para os que estudam a palavra, levarem em consideração estes pontos que divergem.

Boa reflexão a todos!

 

sábado, 27 de outubro de 2012

A história de Jerusalém

                                                                                                   Jerusalém e a guerra dos deuses
Cidade sagrada para árabes, judeus e cristãos, Jerusalém, graças ao seu poder simbólico, tem sido historicamente palco de terríveis guerras e massacres entre os seguidores de Deus, de Jeová e de Alá. Leia a seguir uma síntese do milenar combate entre os deuses pela posse dos lugares santos.

Imaginem um jardim situado entre dois desertos e próximo a um mar que não tem vida, o Mar Morto. Ao sul dele espalha-se o terrível Neguev e, ao oriente, as áridas areias avermelhadas da Judéia. A escassa água que por ele corre tornou-se através dos séculos motivo de lutas entre todos os povos vindos das terras escaldantes dos arredores. Além disso, entre os ciprestes e rochas que se espalham pelos Montes de Sion, Scopus, Moriah e Oliveiras, encontram-se inúmeras grutas e cavernas que todos supõem serem sagradas.

De pedra cinza-claro, a beleza e mistériodelas exerceu sempre um espantoso efeito de atração sobre
os habitantes da antiga Canaã.Pensavam que por aquelas aberturas  naturais feitas na rochas os deuses enviavam-lhes augúrios ou advertências.Eram, diziam, as gargantas dos deuses.
Os ruídos e estranhos sons por elas omitidos somente cabia aos profetas e aos iluminados de Deus entender.
 

A capital das 12 tribos

Bem ali, em meio àquele desconsolo de pedras e areia que cercava um riacho, envolvida por um ar de magia e fé, formou-se Jerusalém! Num dos seus primeiros momentos, as lutas pela sua posse entre filisteus politeístas e monoteístas hebreus, conduziram a que o rei Davi, o sucessor de Saul, conquistasse-a dos jebusianos. Supõe-se que ao redor do ano 1000 a.C., o rei-pastor consagrou-a como a capital de todas as 12 tribos de Israel. Sucedido em 970 a.C. pelo seu magnífico filho, o sábio rei Salomão, com seus tributos de 666 talentos de ouro, com quatro mil estábulos para os seus 12 mil cavalos, Jerusalém tornou-se a digna morada de Jeová, em honra de quem o lendário rei, trazendo cedros do Líbano, reformou o Primeiro Templo. O deus dos hebreus deixava de ser uma divindade dos desertos para ir habitar um grande centro. Confirmação da magnificência do poder e da sabedoria do grande rei foi a visita que lhe fez a tão celebrada e bela rainha de Sabá.




Da idade do ouro ao cativeiro

Aqueles bons tempos idílicos do povo de Israel, quando Jeová reinou poderosamente sobre as terras da Palestina, vivem até hoje na memória dos judeus. Foi sua Era de Ouro. Mas então pairou sobre eles uma enorme nuvem vinda do Oriente. A era das delícias encerrou-se bruscamente em 597 a.C., quando o rei babilônio Nabucodonosor II marchou contra Jerusalém. Conforme as terríveis previsões do profeta Ezequiel, que prognosticou a catástrofe, Naburzadã, o general babilônico, para sufocar a revolta de Sedecias, destruiu o templo sagrado e pulverizou a capital no ano de 586 a.C.. Os seus habitantes viram-se reduzidos à escravidão. Os templos e os céus daquela Cidade Santa esvaziaram-se, enquanto a parte mais aquinhoada do povo hebreu foi levada em cativeiro para a Babilônia.



Ciro ordena a reconstrução

Ciro, o Grande, rei dos persas, o conquistador da Babilônia, condoído com a situação dos judeus escravizados, decidiu permitir que o povo de Jeová, então agrilhoado àquela grande cidade, retornasse ao seu sítio. Pelo decreto real de 538 a.C., autorizou a saída dos hebreus de lá e sua reinstalação na Palestina. De volta à sua antiga capital, o rei permitiu que o altar dos holocaustos fosse novamente erguido. O alto comissário persa Zorobabel e o supremo sacerdote Josué supervisionaram então o reerguimento do Segundo Templo(obra que imagina-se ter-se iniciada ao redor do ano de 520 a.C.). Com ele restaurado, os persas manifestaram a sua intenção estratégica de fixar os hebreus recém-retornados libertos do cativeiro da Babilônia para que servissem como uma forte barreira contra os egípcios, inimigos do grande rei.

Macabeu contra Zeus

Dois séculos mais tarde, foram os deuses olímpicos que vieram atormentar o remanso de Jeová. Zeus e Marte trazidos em 332 a.C. nas pontas das lanças das falanges de Alexandre, o Grande, tomaram de assalto a cidade sagrada. A política de tolerância religiosa do afamado conquistador macedônico, porém, não foi seguida pelos seus sucessores. Antíoco Epifanes, um inábil governante, exigiu que Zeus fosse cultuado dentro do templo, enquanto proibia aos judeus de praticar os seus ofícios. O resultado não se fez esperar. Em 168 a.C., eclodiu a terrível rebelião dos macabeus. Primeiro foi o sacerdote ancião Matatias, o Hasmodeu quem comandou a resistência, em seguida foi seu filho Judas, o Macabeu ("o martelo") que liderou a revolta até que Zeus e Marte fossem expulsos dos altares do Templo de Jerusalém. Depois, devidamente purificados, instituiu-se a festa da Hanucá, a "festa das luzes".

A política de Herodes

Nem bem o todo-poderoso do monte Olímpico retirara-se de Jerusalém quando, em 63 a.C., chegou a vez Júpiter Capitolino lá ir assentar-se. Dessa vez o novo deus viera trazido pelas poderosas legiões romanas de Pompeu.
 
Percebendo que a sobrevivência de um estado hebreu seria impossível sem o apoio de Roma, o rei Herodes, também um Hasmodeu, o tão odiado tirano das lendas cristãs, resolveu submeter-se ao novo poder emergente. O Reino de Israel, de 37 a.C. a sete d.C., tornou-se um estado vassalo dos césares. O soberano governante não sentiu nenhum pudor em batizar uma série de localidades hebréias com nomes romanos (tais como o porto de Cesaréia ou o Lago Tiberíades), afirmando publicamente aquela subordinação.

Foi por essa época, da aliança entre Jeová dos judeus e Júpiter Capitolino dos romanos que uma seita de camponeses, pastores e alguns pescadores floresceu na Galiléia, aproximando-se depois para as cercanias da cidade.

Jesus Cristo

Eles seguiam um pregador milagroso de Nazaré chamado Jesus. Para os crentes, era evidente que aquele homem santo tratava-se do tão esperado messias, o salvador, anunciado pelo profeta Elias. Apesar de ter concentrado sua atividade ao redor do Mar da Galiléia (Lago Tiberíades), Jesus Cristo percebeu que a grande batalha se daria com a conversão de Jerusalém. A qual ele também previu maus agouros. Quando ele saía do Templo em Jerusalém e os discípulos mostravam-lhe as construções do grande edifício, ele lhes disse; "Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não ficará pedra sobre pedra que não seja demolida"(Mateus, 24). Numa das páscoas, ele fizera uma entrada triunfal na cidade sagrada, onde a multidão o acolheu com palmas. Mas foi só. Os demais hebreus, principalmente os sacerdotes do Sinédrio, viram-no como um herético, um desordeiro.



Julgado e crucificado

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos... e não o quiseste!"
Jesus Cristo (Mateus, 23)

 

 
Denunciado à autoridade romana ("Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará"- João,13), preso e acusado, levaram-no perante a Anás, e ao Sumo Sacerdote Caifás, que, por sua vez, o conduzem ao pretório do procurador romano Pôncio Pilatos. Apontaram-no como um agente da dissolução religiosa por se fazer passar como filho de Deus. Jesus Cristo, após ser flagelado e ridicularizado pela guarda romana e ter percorrido doloroso calvário pelas ruelas de Jerusalém, foi crucificado no Gólgota, no "Lugar da Caveira", provavelmente no ano de 33. Renascido depois de três dias, fez por estimular os seus discípulos, Pedro e depois Paulo, a levar a boa nova, da eminente chegada do Reino dos Céus, para bem mais longe de Jerusalém, para a Grécia, para Roma, afim de converter os gentios.

A rebelião dos judeus

No ano de 66, a sempre tensa paz entre romanos e hebreus foi rompida. Milhares deles, a partir de Cesaréia, durante quase quatro anos, pegaram em armas numa tentativa inútil de expulsar os funcionários de César da terra prometida. A vingança de Júpiter Capitolino foi terrível. Em 70, o general romano Tito, obedecendo as ordens do seu pai Vespasiano, enviados ambos à Palestina para reestabelecer a ordem imperial, assaltou Jerusalém, e incendiou e arrasou o templo, não sem antes promover-lhe o saque completo. Deu-se assim a segunda destruição do templo, separada da primeira, executada pelos babilônicos fazia quase 600 anos atrás. No arco comemorativo de Tito, erguido em Roma,
celebrando o episódio, pode-se ver num dos frisos o desfile dos troféus pilhados pelos romanos. Entre eles, o enorme Candelabro de Hanuká, o das sete velas, carregado pelos vitoriosos. A destruição do templo desarticulou o povo hebreu. Doravante o seu único amparo viria do Livro, das rezas e das súplicas.
 

Os hebreus, gente sem terra, sem templo e sem rei, a partir de então, principalmente depois do fracasso do levante de Bar Kokhba (esmagado pelo general romano Julius Severus no ano de 135), passaram a ser referidos como judeus. Marcados como um povo danado, obrigado a errar para cá e para lá aos sabores do acaso. Espalharam-se. Jeová, reduzido ao nomadismo dos tempos das tribos de Israel, rumou então para a longa diáspora que se estendeu por dezenove séculos. Nesse tempo todo virou um errático, num deus quase clandestino, cultuado muitas vezes à socapa. Cumpria-se, assim diziam, coletivamente, a maldição que Jesus teria lançado sobre o sapateiro Aasverus de Jerusalém o qual, negando-se a dar-lhe apoio quando cambaleava indo com a cruz para o Gólgota, foi condenado a vagar pelo mundo sem lar e sem sepultura por toda a eternidade.

Enquanto isso, a cidade de Jerusalém transformou-se num quartel romano. O imperador Adriano, que a visitou no ano de 131, chamou-a de Aelia Capitolina.


Jerusalém cristã

Entrementes, o Cristianismo ganhava adeptos em Roma e em Bizâncio, ofuscando Júpiter Capitolino. O mundo pagão declinava e o dos seguidores de Jesus ascendia. Jerusalém, quase deserta, empobrecida e abandonada por todos, foi salva do mais completo desconsolo pela conversão do imperador Constantino, o Grande (ocorrida em 312). Foi Helena, a imperatriz-mãe, uma fervorosa adepta da nova religião, quem lá chegando atrás da cruz, providenciou o reconhecimento dos lugares santos por onde Jesus passara e sofrera, restaurando o trajeto do calvário e mandando erguer a Igreja do Santo Sepulcro. Assim por meio de uma série de obras piedosas fizeram com que dali em diante Jerusalém também se tornasse um lugar de devoção dos cristãos. Os seus portões passaram então a abrir-se, acolhendo as levas de peregrinos recém-convertidos à nova fé do Império Romano.

A chegada de Alá
Tudo parecia indicar que Jerusalém, com o banimentos dos judeus, daria abrigo perpétuo ao deus cristão. Então um novo e empolgante deus emergiu dos desertos da Arábia, logo trazido até a Palestina pelas cimitarras dos beduínos. Foi a vez de Alá deslocar o deus cristão, instalando-se na cidade santa pelas mãos do califa Omar, que a ocupou em 636. Em pouco tempo, os minaretes dominaram a paisagem. Não demorou muito para que o grande edifício da Esplanada da Mesquita, com sua maravilhosa cúpula dourada - que brilha como um sol no seu esplendor -, afirmasse que dali em diante a Palestina inteira deveria seguir os ensinamentos do profeta. Construíram-na sobre o Monte Moriah, bem sobre a pedra em que o patriarca Abrãao teria feito o sacrifício do seu filho Isaac e de onde, bem mais tarde, o espírito de Maomé erguera-se em direção ao além.


Maomé e os hebreus

 
O profeta Maomé, num primeiro momento ainda em Medina, pensava ordenar aos seguidores que fizessem a qibla, a orientação das suas preces, na direção de Jerusalém. O motivo era que lá também celebrava-se um só deus, o "Mericordioso", como tantas vezes os hebreus testemunhavam. Mas os judeus de Medina zombaram da nova fé. Maomé lhes moveu guerra e os submeteu a um imposto. Isso não o impediu que, quando Alá o avisou da proximidade da sua morte, ele ter feito uma longa cavalgada noturna de Meca a Jerusalém para ir dali direto ao Sétimo Céu, para um encontro com o Eterno. O califa Omar ( não se sabe se Omar I, ou Omar II, que governou de 717 a 720) porém, uns tempos depois, elaborou para o "Povo do Livro" um estatuto melhor, tornando-os seus protegidos ( dimis). Desde que aceitassem o domínio do Islã poderiam manter a sua liberdade religiosa, ainda que sob certas restrições.


Jerusalém, três vezes sagrada

Dessa forma, com a conquista árabe, o polígono amuralhado da cidade que já abrigava o deus dos cristãos e o pouco do que restara de Jeová, passou a celebrar doravante o poderoso Alá. Assim, desde o século VII, Jerusalém tornou-se triplamente sagrada: era o repouso da Arca Sagrada dos judeus, a Cidade Santa dos cristãos, e o santuário dos islâmicos. Em cada uma das suas pedras havia a lembrança de uma história, em cada esquina ou sobrado dera-se uma aparição, ora era um anjo muçulmano, um arcanjo cristão, ou ainda uma assombração para um rabino. Em cada uma das suas inúmeras ruelas passara um homem santo, um profeta ou um provável messias. Jerusalém inteira e seus arredores estava coberta de sinais da santificação, do miraculoso, do inescrutável, do sobrenatural. Para as três grandes religiões, era o vestíbulo dos céus, um prévio entreposto humano antes da chegada do reino de deus.

As Cruzadas

 
No século XI, uma tribo de turcos seljúcidas, recém-convertidos ao islamismo, deu-se a cercear as peregrinações feitas pelos cristãos. Tal atitude fez por provocar um furor inaudito no papado e na nobreza européia, fazendo com que Jerusalém terminasse por ser conquistada por eles. Em 1099, um arrogante deus da cristandade, invocado pelo Papa Urbano II e protegido pelas cotas de malhas e pelos espadões dos cruzados, trazidos por Godofredo de Bouillon, Balduino e Tancredo, voltou a pôr os pés na cidade sagrada, esmagando as forças de Alá e os sobreviventes de Jeová. As estreitas ruas de Jerusalém viraram riachos de sangue. E não foi em sentido figurativo. Depois que os mandados de Godofredo abriram uma brecha no Portão de Herodes, nem os animais domésticos dos infiéis foram poupados pelos invasores. Na ocasião, os cristãos fanatizados perpetraram um massacre de tais proporções que estremeceram para sempre as relações entre cristãos, os opressores, e os muçulmanos e judeus, as vítimas. Nunca tanta hediondez fora cometida em nome de Cristo.


A tolerância de Saladino

 
Em 1187, Saladino, sultão do Egito e da Síria, estimulando todo o povo árabe à Jihad, a um levante sagrado contra os cristãos, conseguiu, graças as suas habilidades guerreiras e às artimanhas diplomáticas, retomá-la dos cruzados. Demorara 88 anos para que um muçulmano voltasse a pôr os pés na no Haram As-Sharif, o monte onde se encontra a Grande Mesquita em Jerusalém. Em seguida, permitiu que os judeus para lá voltassem. Alá, então, foi misericordioso com o povo de Jeová, aceitou que lá abrissem a sinagoga de Ben Najmam em 1267. Mais tarde, com a proteção da Sublime Porta Otomana, Alá reinou quase que absoluto na Cidade Santa por sete séculos seguidos, até a chegada das tropas britânicas. Em 1918, sob o comando do general Allenby, a cidade sagrada foi resgatada dos turcos. Então deu-se a vez do deus cristão voltar a dominar.

O retorno de Jeová
 
 
Jeová enquanto isso preparava-se para voltar. Depois de ter padecido nas mãos da Inquisição do Santo Ofício, de ter sido humilhado nos pogroms dos cristãos ortodoxos no leste europeu, e de ter sido quase exterminado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, o deus dos judeus começou seu caminho de retorno a Jerusalém. Em cinco de maio de 1948 fundou-se o Estado de Israel. Hoje, é Jeová quem conta com o apoio do seu antigo algoz, o Deus da cristandade, em sua luta contra Alá. Desde então, há mais de meio século, Jerusalém voltou a ser palco de intensas disputas. Os israelenses querem-na por inteiro pelo seu simbolismo, por representar a sua unidade, por ter sido a antiga capital das 12 tribos de Israel. Os árabes, por sua vez, sofrem pesadelos em imaginar que a Esplanada do Templo, da sacrossanta Al Aqsa Mosque, possa vir a cair definitivamente nas mãos dos israelenses. E assim se encontra até hoje a Cidade Santa. O que deveria ser o exemplo da concórdia e da tolerância entre os homens do mundo inteiro tornou-se o seu contrário.


Shalom!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A teoria de que o Deus do AT não é o Pai de Jesus!

Hoje com a internete, a informação chega muito mais rápido e a muito mais pessoas. Mas nem toda informação é boa, pois a internete esta cheia de coisas boas e ruins. E infelizmente as coisas ruins se propagam como pragas! Já não bastasse as mentiras anti-semitas, tipo o Rei Salomão foi satanista, a estrela de David é do diabo, os judeus não são judeus, os judeus mudaram o nome de Deus, etc.... Agora, mais uma teoria incoerente, que por mais se prove na bíblia ser falsa, tem circulado pel net, a de que o Deus do antigo testamento era outro e não era o pai de Jesus. Ou seja, voltemos ao politeísmo. Eram dois deuses, e Jesus supostamente veio desmascarar o deus do Antigo testamento, o que eles chama de Jeová sanguinario e homicida.

Tudo isso começou com um criador de vídeos, não sei qual a sua profissão ou formação, chamado Paulo marcio Tejo, basta procurar no youtube. Em seus vídeos, ele mesmo afirma que a liberdade de expressão e crença nos é garantida por lei, portanto, também tenho o direito de refutar isso. Em seus vídeos ele utiliza versículos isolados que convencem pessoas que desconhecem a bíblia e não tem o hábito de estudar o contexto.  Um dos vídeos que tem circulado abaixo:



Por exemplo, ele cita em um de seus vídeos que Deus é luz segundo o NT e no AT diz que Jeová mora nas trevas. Não sei de onde ele tirou isso, talvez de uma almeida corrigida, mas o fato é que o versículo citado não diz isso exatamente, mas não adianta nem tentar explicar.

As pessoas superficiais se baseiam em analises superficiais. Como uma criança. Basta alguém ler uma guerra no AT que ja chega a conclusão que Deus é um tirano e sanguinario. Ai basta ler uma palavrinha de amor de Jesus no NT e pronto, não são os mesmos deuses do Velho e Novo testamento. Mas esse conceito de bem e mal, é relativo assim como luz e trevas. Em Isaias 45,7 por exemplo, Deus se declara o autor tanto do bem quanto do mal, afinal, ele é Deus, não é limitado como nós seres humanos. Engraçado que no novo testamento vemos algumas citações semelhantes de jesus:

"Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;" (Mateus 10 : 34)
"E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim." (Lucas 19 : 27)

Mas, estes e outros versiculos, é claro, são ignorados pelos defensores dessa teoria. Claro! se eu quero criar uma teoria, para ter respaldo bíblico, devo omitir e ignorar os versiculos que podem me refutar!

Deus, sendo incorporeo, Eterno e Criador de tudo que há, Deus não pode ser limitado como se fosse um homem. Eu não posso dizer que Deus é isso ou aquilo, pois, como Deus, ele é tudo! Baseados em um versículo de João, em que o apostolo diz que Deus é amor, eles limitam Deus a apenas isso, como se Deus não fosse mais nada, nem justo, mas apenas paz e amor e relevasse tudo e amasse a todos. Infelizmente não é bem assim que funciona. Quando João diz que Deus é amor, não esta dizendo que é só amor. Pois Deus também é justiça! Se ele castigou até os que amava, é porque sua justiça existe, independente de ser amor!

Agora essa teoria é tão absurda, que basta uma analise até superficial da bíblia para refuta-la. Jesus disse que veio enviado pelo Pai para cumprir o que estava escrito acerca dele em Moisés e nos profetas:

"Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele." (João 5 : 46)

Mas se era outro Deus o do VT, porque Jesus veio cumprir o que esse deus disse. Nossa, totalmente ilógico! E ai dizem como argumento, e é sério, que Jesus se refere a Deus sempre como pai e nunca o chamou de Deus ou o associou ao deus do AT. Vejamos:

"Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus." (João 8 : 54)

"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (João 20 : 17)

Mais versículos ignorados. Ai quando postados em debates dizem que são acréscimos, parábolas, má interpretações etc.... O mais íncrivel não é alguém criar uma teoria assim sem respaldo bíblico algum, mas é ter pessoas que acreditam nisso e ainda saem em suas redes sociais blasfemando contra Deus o chamando de tudo que é nome. E depois ainda ficam nervosas porque os judeus não revelam o nome de Deus!! Se já blasfemam assim do criador, chamando-o de homicida, sanguinario, tirano, etc...imagina se soubessem o nome então!

 
O mais patético disso também, é que os ensinos de amor de Jesus, que segundo eles vem do verdadeiro Deus, o de amor e não o Jeová do AT, não são de JESUS, são justamente desse Jeová do AT que eles tanto chingam em suas redes sociais. Das duas uma, ou são cegos e não enchergam isso, ou enchergam mas gostam de blasfemar mesmo! Porque não é possível. Vejamos algumas coisas que Jesus disse:

"E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Mateus 22 : 39)

Mas o malvado Jeová já havia dito isso! Isso não é de Jesus:

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR." (Levítico 19 : 18)

Estranho Jesus citar uma das leis do suposto falso deus do VT não!!! Jesus também disse:

"Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;" (Mateus 5 : 44)

Mas Jeová havia dito as mesmas coisas:

"E não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu irmão." (Zacarias 7 : 10)

"Assim diz o SENHOR: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar." (Jeremias 22 : 3)

"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do diarista não ficará contigo até pela manhã." (Levítico 19 : 13)

E poderiamos citar a bíblia toda, mas as pessoas só enchergam o Deus de guerra, que mandava matar os inimigos de Israel, sem nem ao menos estudarem o porque. Porque estes povos queriam exterminar seu povo. mas isso não conta, assim como também o que jesus disse sobre seus inimigos:

"Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés." (I Coríntios 15 : 25)

Citando inclusive um salmo de David, que seguia o Deus do VT. Aliás, interessante como o NT inteiro cita profecias e passagens do AT. Mas mesmo assim, para eles, não é o mesmo Deus. É mole!!

Para finalizar, cada um é livre para acreditar no que quiser. Como eu sempre digo, vivemos em um país livre e laico. Mas não é porque você acredita, que signifique que seja verdade. E não é porque é verdade para você, que você tem o direito de espalhar blasfêmias contra Deus! Pense nisso! Um dia todos nós, inclusive eu, pretaremos contas à Deus por nossas obras!

Shalom!
por: Ronaldo Gomes

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Se o apocalipse já aconteceu, o que falta acontecer?

Se o apocalipse já aconteceu, o que falta acontecer?
por: Ronaldo Gomes

Muitas pessoas, constantemente me preguntam: Se o apocalipse ja aconteceu, o que falta acontecer, nada? Por isso estou criando este artigo, que talvez possa esclarecer as pessoas. Como muitos sabem, sou um defensor da teologia preterista. Mas o que alguns não sabem, é que existem dois tipos de preterismo, o total e o parcial.

O preterismo total acredita que todas as profecias da bíblia se cumpriram nos primeiros séculos e tudo já aconteceu.

O preterismo parcial, acredita que a maioria das profecias aconteceram nos primeiros séculos, e outras ainda irão acontecer, como a volta de Jesus e a restauração de Israel por exemplo. A igreja católica e os testemunhas de Jeová, são os que mais se identificam com essa teologia parcial.
Eu costumo me definir como preterista parcial. Nem sei se a definição correta é esta, mas acredito que seja a mais adequada com meu ponto de vista. Eu acredito que a grande tribulação, o sermão profético de Jesus e o apocalipse já aconteceram! Mas acredito que ainda há coisas preditas na bíblia que não aconteceram, pois são referentes ao futuro. Acredito que Deus jamais daria uma profecia em vão, ou para não se cumprir, portanto, coisas que não aconteceram nos primeiros séculos, como a restauração de Israel ou o retorno das tribos perdidas por exemplo, eu creio que são coisas referentes ao futuro, provavelmente a nossa época mesmo.

Profecias como Zacarias 12 em diante ou Ezequiel 38 em diante, eu enchergo o cumprimento das mesmas na nossa geração.

Segundo a minha visão escatológica, Jesus profetizou acerca da destruição de Jerusalém e da dispersão dos judeus pela terra, e no apocalipse, sobre a perseguição da besta romana a igreja e a Israel. Depois veio a vitória dos cristãos, e o reino de Cristo estabelecido dentre os homens. Mas Israel ficou disperso até 1948, quando eles finalmente conseguiram o reconhecimento do estado de Israel. Na profecia de Jesus, vemos um tempo limite para a disperção dos judeus:

"E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem" Lc 21,24

Esse "até" que Jesus se refere vai muito além do periodo da tribulação e perseguição deIsrael. Israel esteve sob dominio romano, e os judeus proibidos por decreto de praticarem o judaísmo ou habitarem em Israel. O que os levou a migrarem pela Europa e Jerusalém ficou sob dominação gentilica por quase dois mil anos. Depois vieram os católicos, os turcos-otomanos, os mulçumanos, os ingleses, até que enfim, os judeus começam a migrar aos poucos para Israel, com o sionismo iniciado por David Bem Gurion, que já via a nescessidade dos judeus voltarem para sua terra devido as perseguições que sofriam na europa. Com o nazismo e o holocausto, a imigração para Israel foi em massa, e aumentaram os conflitos com os palestinos, até que em 1948, a então liga das nações resolveu criar o estado de Israel.


É interessante notar, que no apocalipse, vemos dois períodos de mil anos. Ainda que pareçam ser o mesmo periodo, em certos fragmentos, segundo pesquisadores, vemos uma distinção. Um periodo se refere ao reino dominante de Cristo e o outro a prisão de satanás. A prisão de satanás, já analoguei com os mil anos literais de paz que os judeus gozaram na Polônia, cumprindo inclusive uma profecia rabinica, de que eles teriam mil anos de paz, ou seja, mil anos sem a perseguição do dragão: 


"E o dragão (ROMA) irou-se contra a mulher (ISRAEL), e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente (JUDEUS), os que guardam os mandamentos de Deus (LEI/TORÀ), e têm o testemunho de Jesus Cristo." (Apocalipse 12 : 17)




Esta profecia, também é semelhante a de Oséias, onde o profeta fala de três dias, que podemos tomar simbolicamente por três anos ou três milenios:
"Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele." (Oséias 6 : 2)
Se tomarmos a interpretação milenar, de que para Deus um dia é como mil anos podemos ler: 

"Depois de dois dias ( DOIS MIL ANOS) nos dará a vida, e no terceiro dia (TERCEIRO MILÊNIO) nos ressuscitará"

Se tomarmos a interpretação judaica, dia=ano podemos ler analogando com o massacre nazista da segunda guerra mundial que terminou em 1945:

"VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou (HOLOCAUSTO), e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida (1945) Depois de dois dias (DOIS ANOS 1947) nos dará a vida; ao terceiro dia (TERCEIRO ANO 1948) nos ressuscitará, e viveremos diante dele" Os 6,12

Ambas as interpretações são coerentes, e condizentes com o midrash judaico. Outro ponto interessante, é que Paulo menciona também um limite para o reinado de Cristo:

"Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força" 1Co 15,24

Ai, muitos podem estar pensando: "Isso é o fim do Cristianismo!" Não! Na verdade, Paulo esta se referindo a uma restauração do mesmo. O cristianismo só será pleno quando voltar as suas raizes judaicas, a oliveira. O periodo cristão, hibrido, sincretizado, eu enchergo a profecia de Daniel 2, onde o profeta fala de um reino misturado de barro com ferro. Ferro como a fé firme dos cristãos e barro como algo moldado por cima dos pagãos.

E ai então os judeus poderão aceitar que Jesus foi o messias, cumprindo assim uma outra profecia que não se cumpriu nos primeiros século:


"Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim (ADONAY), a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele (JESUS), como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito" Zc 12,10

Note no contexto de Zacarias doze que esta profecia não se refere a época de Jesus, mesmo que o autor do quarto evangelho tenha entendido isso, mas vemos que os judeus não se lamentaram por Jesus, e Jerusalém não foi uma pedra pesada para os povos na época. Ao contrario, vemos isso hoje, e vemos bem que as nações que avançaram contra Jerusalém foram destruidas, como na guerra do Yon Kipur ou dos seis dias por exemplo, quando Israel, mesmo menor e sózinho, conseguiu derrotar seus inimigos, depois de quase dois mil anos.

Em Ezequiel 38, vemos uma profecia semelhante, a dos ossos secos, que são a casa de Israel, mas Ezequiel vai mais além e menciona uma guerra das nações da terra contra Israel e também gogue, que também é mencionado no apocalipse. Em ambas profecias, vemos Deus pormetendo proteger Israel, o que também não aconteceu no primeiro século:

"Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor DEUS: Porventura não o saberás naquele dia, quando o meu povo Israel habitar em segurança?" Ez 38,14

"E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha." Ap 20,8


Por isso, eu creio que estamos na época da restauração. Que o período do reino dividido esta chegando ao fim, e o cristianismo esta retornando as suas raízes, Israel. Como disse Paulo, entregará o Reino ao Pai, depois de destruir todo império e potestades, isto é, o paganismo.

Mas e o que vai acontecer?. Primeiro eu creio que esta guerra de Gogue e magogue, que etimológicamente simbolizam o Irã, a antiga Pérsia e a Russia, o reino do norte. Talvez isso seja um advento de uma guerra mundial, onde as nações se voltarão contra Israel, como já vemos hoje e isso desencadeie uma guerra mundial. Aliás, o maior conflito do mundo atualmente é o oriente médio e Israel. Talvez ai sim os judeus percebam que seu messias já veio!

Sobre a volta de Jesus, existem correntes divergentes quanto a isso:

Uns crêem que Jesus voltará ainda mais uma vez , para durante essa batalha, salvar seu povo, que o reconhecerá como messias. Isso baseia-se na epístola de Barnabé, onde ele analoga duas vindas do messias com os dois bodes de expiação, de levitico 16. Quando eles virem o bode dirão: Mas não é o mesmo! Pois segundo Barnabé, o mesmo bode rejeitado, excluido é o mesmo consagrado que virá como Rei, o messias. Algumas correntes judaicas-messianicas analogam isso as duas vindas do messias, como Yeshua ben Yosef, quando ele veio humilde para salvar seu povo, foi vendido e preso, como José do Egito e Yeshua ben David, quando ele virá como um Rei, como David, para salvar e reinar sobre seu povo.

Outros crêem, segundo uma antiga tradição oral, que quem virá não será Yeshua, mas um descendente de David, talvez até do próprio messias dependendo da visão de cada um, que Deus ungirá e salvará seu povo na grande batalha de HaMeguido, conhecida como armagedom. Deus prometeu que um descendente de David reinaria em Israel, sobre os judeus, e como Jesus foi rejeitado, existe esta teoria. Essa teoria se baseia também na história, onde vemos por exemplo, que vários imperadores romanos perseguiram os descendentes de David. Eusébio de Cesaréia, um dos chamados pai da igreja, do primeiro século, cita essas perseguições, porque os romanos temiam, que um descendente de David, surgisse e acabasse com eles, devido a essa profecia rabinica.

Por fim, tem os que crêem que o que virá será apenas uma era messiânica, de paz. Onde, como disse Isaias, O boi e o leão pastarão juntos. E que o messias não será uma pessoa, mas um espirito que atingirá o consciente coletivo da humanidade.

Das três teorias, a primeira parece ser mais coerente, mas deixo a livre interpretação de cada um.

Só para concluir este estudo, isto é apenas um resumo, um esboço; pois como todos sabem, eu trabalho e não tenho tempo para fazer um estudo mais profundo e detalhado com mais midrash e hermêneutica. Por isso é só uma breve explanação sobre o que falta acontecer, se o apocalipse já aconteceu. Quando eu tiver condições farei um estudo em vídeo mostrando todos estes pontos.

Minha conclusão escatológica é que Israel será atacada, será protegida por Deus e quando todas as nações se voltarem contra ela, O messias a salvará. Como virá o messias, não sabemos, mas podemos concluir que ele certamente salvará não apenas seu povo, mas restaurará tudo o que foi destruido pelos gentios.

Shalom!
por: Ronaldo Gomes

Leia o artigo completo e tudo sobre o apocalipse em:

http://exegeseoriginal.blogspot.com/2014/09/livro-o-apocalipse-ja-aconteceu-e-book.html

ou tecle aqui neste link
 
 

domingo, 30 de setembro de 2012

O povo mais perseguido da terra II


Muitas pessoas me perguntam porque o povo judeu é tão próspero e ao mesmo tempo tão perseguido. Geralmente eu respondo que é porque o judeu vive sob a lei, e na lei Deus determinou bençãos e maldições sobre o povo caso cumprissem ou não sua lei. Alguns religiosos dizem que os judeus são perseguidos por terem rejeitado ao messias. Mas nós vemos na história os judeus sendo perseguidos bem antes de Cristo e também vemos judeus que prósperam mesmo depois de terem rejeitado o messias. Por isso, vou expòr aqui o texto bíblico de Deuteronômio 28, em contexto, não apenas um versículo isolado, para todos entenderem o porque disso e, aliás, para mim, é uma das maiores provas da veracidade da bíblia:

DEUTERONÔMIO 28 - BENÇÃOS
1  E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.
2  E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus;
3  Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.
4  Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
5  Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
6  Bendito serás ao entrares, e bendito serás ao saíres.
7  O SENHOR entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos, que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença.
8  O SENHOR mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; (O TOQUE DE MIDAS) e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus.
9  O SENHOR te confirmará para si como povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do SENHOR teu Deus, e andares nos seus caminhos.
10  E todos os povos da terra verão que é invocado sobre ti o nome do SENHOR, e terão temor de ti.
11  E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar.
12  O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado.
13  E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.
14  E não te desviarás de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, andando após outros deuses, para os servires.


"E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me" Mt 19, 16-21


DEUTERONÔMIO 28 - MALDIÇÕES
15  Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:
16  Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo.
       "Os judeus foram expulsos de várias cidades e países e até mesmo do campo, nos progrons"
17  Maldito o teu cesto e a tua amassadeira.
18  Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas.
19  Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres.
20  O SENHOR mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste.
21  O SENHOR fará pegar em ti a pestilência, até que te consuma da terra a que passas a possuir.
22  O SENHOR te ferirá com a tísica e com a febre, e com a inflamação, e com o calor ardente, e com a secura, e com crestamento e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças.
23  E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro.
24  O SENHOR dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças.
25  O SENHOR te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás de diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da terra.  "Diáspora"
26  E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da terra; e ninguém os espantará.
27  O SENHOR te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te;
28  O SENHOR te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração;
29  E apalparás ao meio dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve.
30  Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não aproveitarás o seu fruto.
31  O teu boi será morto aos teus olhos, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de ti, e não voltará a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos, e não haverá quem te salve.
32  Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e por eles desfalecerão todo o dia; porém não haverá poder na tua mão.
33  O fruto da tua terra e todo o teu trabalho, comerá um povo que nunca conheceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos os dias.
34  E enlouquecerás com o que vires com os teus olhos.
35  O SENHOR te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça.
36  O SENHOR te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a uma nação que não conheceste, nem tu nem teus pais; e ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra. "Nabucodonossor"
37  E serás por pasmo, por ditado, e por fábula, entre todos os povos a que o SENHOR te levará.
38  Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá. "O famoso devorador"
39  Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá.
40  Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira.
41  Filhos e filhas gerarás; porém não serão para ti; porque irão em cativeiro.
       "A igreja católica fazia isso na idade média, proibindo os judeus de criarem seus filhos"
42  Todo o teu arvoredo e o fruto da tua terra consumirá a lagarta.
43  O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mais baixo descerás;
44  Ele te emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda.
45  E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado;
46  E serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua descendência para sempre.
47  Porquanto não serviste ao SENHOR teu Deus com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo.
48  Assim servirás aos teus inimigos, que o SENHOR enviará contra ti, com fome e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te tenha destruído.
49  O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás;
50  Nação feroz de rosto, que não respeitará o rosto do velho, nem se apiedará do moço;
51  E comerá o fruto dos teus animais, e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará grão, mosto, nem azeite, nem crias das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, até que te haja consumido;
52  E sitiar-te-á em todas as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te sitiará em todas as tuas portas, em toda a tua terra que te tem dado o SENHOR teu Deus.
53  E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o SENHOR teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão.
54  Quanto ao homem mais mimoso e delicado no meio de ti, o seu olho será maligno para com o seu irmão, e para com a mulher do seu regaço, e para com os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem;
55  De sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas.
56  E quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra seu filho, e contra sua filha;
57  E isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas.
58  Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, O SENHOR TEU DEUS,
59  Então o SENHOR fará espantosas as tuas pragas, e as pragas de tua descendência, grandes e permanentes pragas, e enfermidades malignas e duradouras;
60  E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti.
61  Também o SENHOR fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído.
62  E ficareis poucos em número, em lugar de haverem sido como as estrelas dos céus em multidão; porquanto não destes ouvidos à voz do SENHOR teu Deus.
63  E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra a qual passais a possuir.
64  E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra; e ali servireis a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; ao pau e à pedra.
65  E nem ainda entre estas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; porquanto o SENHOR ali te dará coração agitado, e desfalecimento de olhos, e desmaio da alma.
66  E a tua vida, como em suspenso, estará diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não crerás na tua própria vida.
67  Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo de teu coração, que sentirás, e pelo que verás com os teus olhos.
68  E o SENHOR te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito; nunca jamais o verás; e ali sereis vendidos como escravos e escravas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O povo mais perseguido da terra!

Servidão no Egito

O Povo de Israel ("Aquele que luta ao lado de Deus") surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia há cerca de cinco mil anos e que posteriormente rumaram para a região do Levante por volta do ano 2000 a.C.. No fim do século XVII a.C., por motivo de uma grande fome, Israel emigrou ao Egito, onde o governador da época era José, filho de Jacó (Israel). Dentro de um período de quatrocentos anos, com a morte de José e a sucessão do faraó, o Egito com medo do grande crescimento do povo israelita, escravizou Israel.

Filisteus
Após o fim do cativeiro no Egito, os israelitas vagaram pela região da Península do Sinai, reconquistando uma parte de seu território original no Levante, sob o comando do rei Saul por volta de 1029 a.C.. Segundo os relatos tradicionais, foi durante o reinado de Saul que, pressionados pelas constantes guerras com os povos vizinhos, as 12 tribos de Israel se unificaram, formando um único reino.

Assirios
Saul foi sucedido por David, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino. Sob o reinado de Salomão que Israel alcançou o apogeu, entre os anos 966 a.C. e 926 a.C. Roboão, filho de Salomão, sucede-lhe como rei em 922 a.C.. Porém, o Reino de Israel foi dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel, e ao Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém.

Babilônia
Em 586 a.C. o imperador babilônio Nabucodonosor invade Jerusalém, destrói o Primeiro Templo e obriga os israelitas ao seu primeiro exílio.
Levados à força para a Babilônia, os prisioneiros de Judá e Israel passaram cerca de 50 anos como escravos sob o domínio babilônico. O fim do Primeiro Êxodo possibilitou a volta dos israelitas a Jerusalém, que foi reconstruída, juntamente com seu Grande Templo. Do nome de Judá nasceram as denominações judeu e judaísmo.

Antioco 
Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e influenciado por diversas potências de sua época: assírios, persas, gregos,selêucida e romanos.
Ao longo de toda a dominação romana houve duas grandes revoltas dos judeus. Antes, houve uma primeira revolta no ano 134 a.C., quando Antíoco IV Epifânio, ainda durante a dominação selêucida, profanou o Templo ao sacrificar uma porca (animal considerado impuro pelo judaísmo) em seu altar. A revolta, chamada de Hasmoniana foi vitoriosa e garantiu a independência de Israel até o ano 63 a.C., quando o reino é conquistado pelos romanos. Seria durante este domínio que surgiria o Cristianismo.
Os romanos estabeleceram no reino judeu um protetorado. Entretanto, a prática da religião hebraica era constantemente reprimida pelos romanos, que interferiam na administração do Templo e atacavam e profanavam os locais de culto.

Vitória dos romanos
A primeira grande revolta contra o domínio romano se iniciou no ano 66 da Era Comum. Também conhecida como Grande Revolta Judaica, a rebelião duraria até o ano 72 d.C., quando o general Tito invade a região e destrói Jerusalém e o Segundo Templo. Cerca de um milhão de judeus teriam morrido durante os combates, segundo alguns pesquisadores. A região é transformada em província romana e batizada com o nome de Província Judaica.
A segunda e última rebelião contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba. A revolta foi esmagada pelo imperador Adriano em 135 e os judeus sobreviventes foram feitos escravos e expulsos de sua terra.
Durante os dois mil anos de duração do Êxodo, a presença judaica em Jerusalém e seu entorno foi constante, embora diminuta. No mesmo ano de 135, Adriano renomeou a Província Judaea para Província Siria Palaestina, um nome grego derivado de "Filistéia" (Em Hebraico, פלשת, em Grego, Pəléšeṯ) como tentativa de desligar a terra de seu passado judaico. A Mishná e o Talmude Yerushalmi (dois dos textos sagrados judaicos mais importantes) foram escritos na região neste período. Depois dos romanos os bizantinos e finalmente os muçulmanos conquistaram a Palestina em 638. A área do Levante foi controlada por diferentes estados muçulmanos ao longo dos séculos (à exceção do controle dos cristãos cruzados) até fazer parte do Império Otomano, entre 1517 e 1917.

O Exílio E As Perseguições Antijudaicas
Sob o domínio de diversos povos, culturas e religiões, os judeus exilados não encontraram jamais um clima de liberdade plena. Mesmo assim, os judeus sobreviveram às perseguições morais ou violentas em torno de sua religião e de sua cultura particular.
Cruzadas
Na Península Arábica do século VII, onde, provavelmente, chegaram após a destruição do Segundo Templo, os judeus viram-se envolvidos nas lutas entre Maomé e os habitantes de Meca. De início, parte integrante da umma criada por Maomé em Medina, duas tribos judaicas seriam expulsas da cidade, enquanto que a terceira seria executada (com excepção das mulheres e das crianças). Este episódio não tem, contudo, nada a ver com manifestações de antissemitismo, encontrando-se integrado nas guerras entre Meca e Medina e na mentalidade do século VII.

Em 1066, ocorreu o Massacre de Granada e, entre os séculos XII e XV, os judeus foram expulsos do Norte da Europa cristão. Os grandes massacres de judeus se sucederam em diversos países: Alemanha, Inglaterra (1290), França (1306 e 1394) e Espanha (1391), culminando na expulsão de 1492 e no grande massacre de Lisboa em 1506. Os judeus passaram a habitar a Europa Oriental.
Inquisição protestante
Com o fim da Idade Média e o Iluminismo, as perseguições diminuíram, embora prosseguissem. Durante a Era Moderna, os judeus da Rússia e de toda a região Leste da Europa foram constantemente perseguidos e massacrados sob os mais diversos pretextos e acusações. Em meados do século XIX, os pogroms forçaram as ondas de imigração judaica para a América e fomentaram o surgimento dos primeiros movimentos sionistas.

Massacre russo
Após o término da Primeira Guerra Mundial e a queda do Império Turco-Otomano, a antiga província da Palestina passou a ser administrada pela Grã-Bretanha. Atendendo às solicitações dos sionistas, os ingleses promulgaram em 1917 a Declaração Balfour, onde a Grã-Bretanha se comprometia a ajudar a construir um "lar judaico" na Palestina, com a garantia de que este não colocasse em causa os direitos políticos e religiosos das populações não-judaicas.

Com a reação violenta dos árabes a partir da década de 1920, os ingleses tentaram regredir na sua promessa, implementando políticas de restrição à imigração de judeus.A ascensão do Nazismo inicia uma perseguição antijudaica sem precedentes. Os judeus da Europa começam a ser perseguidos e por fim aprisionados e massacrados, numa grande tragédia humana igualmente vivida por outros povos envolvidos na Segunda Guerra Mundial. A morte massiva dos judeus e de outros grupos denominou-se Holocausto.
Holocausto nazista
Na Palestina, nacionalistas árabes foram insuflados a não aceitar a migração de judeus. Mohammad Amin al-Husayni, Grão-Mufti de Jerusalém (máxima autoridade religiosa muçulmana) se alia aos nazistas e promove perseguições antijudaicas.

Grupos judaicos clandestinos
As tensões entre judeus e a população árabe da Palestina, diante das ações do Mandato Britânico que supostamente beneficiavam estes últimos, gerou dentro de alguns setores da comunidade judaica um sentimento de revolta. Nacionalistas árabes, em oposição aos termos da Declaração Balfour e ao Mandato Britânico instigavam a realização de pogroms contra os judeus. Ocorreram incidentes violentos em Jerusalém, Hebron, Jaffa e Haifa.
Em 1921, após o massacre de dezenas de idosos judeus em Hebron, foi fundada a Haganá, com o objetivo de fazer a guarda das comunidades judaicas na Palestina e revidar os ataques árabes.

Da Haganá surgiu o grupo Irgun (anteriormente chamado de Hagana Bet) no ano de 1931. O Irgun celebrizou-se em atacar alvos militares britânicos.
O ataque mais famoso do Irgun foi a explosão do Hotel King David, em Jerusalém, onde funcionava o Quartel General do Mandato Britânico na Palestina. No ataque morreram 91 pessoas.
Além do Irgun, existia também o Lehi, fundado por Avraham Stern. Ao contrário do Irgun, que estabeleceu um pacto com os britânicos durante a Segunda Guerra Mundial para enviar voluntários para a luta contra os nazistas, o Lehi sempre recusou qualquer diálogo com os ingleses. Para além disso, o Lehi realizou contactos secretos com a Alemanha nazi através dos quais se oferecia na luta contra os britânicos no Médio Oriente, em troca da "evacuação" (ou seja expulsão) dos judeus da Alemanha.
Os grupos clandestinos judaicos (classificados pelos britânicos como terroristas) eram repelidos tanto pela Haganá (considerada o embrião do exército israelense moderno) quanto pela Agência Judaica e pela Organização Sionista, que não aceitavam seus métodos violentos e que procuravam trabalhar em harmonia com o Mandato Britânico.

Guerra dos seis dias
Migração
No período entre a Declaração de Independência e a Guerra de Independência, Israel recebeu cerca de 850 mil imigrantes, em especial sobreviventes de guerra e judeus oriundos dos países árabes (sefaraditas e Mizrahim). Ainda no período da Independência foi executada a Operação Tapete Mágico, para resgatar os judeus do Iêmen. Intigados pela propaganda árabe, a população muçulmana local e com a ajuda da polícia deu início a uma série de perseguições. Em 1947 82 judeus foram mortos e centenas de residências e casas comerciais destruidas.

No ano seguinte, um boato de que duas meninas haviam sido mortas por judeus em um ato religioso provocou uma nova onda de pogroms. Com isso, a situação econômica dos judeus do Iêmen se deteriorou e a American Joint Distribution Committee resolveu transportar toda a comunidade judaica daquele país para Israel. Entre junho de 1949 e setembro de 1950 cerca de 50 mil judeus iemenitas foram retirados em vôos secretos. Tentativas de sabotagem e ataques da aviação egipcia tornavam as viagens arriscadas. Entretanto, nenhum dos 380 vôos da Operação Tapete Mágico foi mal sucedido.
Até o fim de 1951 desembarcaram em Israel 37 mil judeus da Bulgária, 30 mil da Líbia e 118.940 da Romênia.

121.512 judeus iraquianos foram resgatados pela Operação Esdras e Nehemias. No total, o número de judeus resgatados nos primeiros anos de existência de Israel foi de 684.201, mais do que toda a população judaica de Israel em 1948. Dois terços destes imigrantes foram instalados em pequenos núcleos urbanos no interior. 35.700 em moshavim recentemente criados e 16.000 em kibbutzim.
Entre 1952 e 1954, o número total de imigrantes foi de 51.463. Em 1955, iniciou-se uma nova onda de imigração. Até 1957 chegariam ao país 162.308 novos moradores, em sua maioria do Marrocos, da Tunísia e da Polônia.

Os movimentos nacionalistas nos países do Norte da África empurraram os judeus destes países à aliá. Entre 1955 e 1957 mais 55 mil judeus marroquinos e 15 mil tunisianos deixaram seus países de origem. A revolução na Hungria, em 1956 e a repressão comunista na Polônia geraram mais ondas migratórias: 8.682 judeus húngaros e outros milhares de poloneses chegaram a Israel até o final da década.
Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, os judeus do Egito foram expulsos. 14.562 destes imigrariam para Israel. As cidades de Dimona e Ashdod, além das regiões de Lachish e Taanach foram povoadas com estes olim (imigrantes).

A Guerra dos Seis Dias também gerou uma onda de anti-judaísmo nos países sob a esfera de influência soviética. Os judeus da União Soviética eram proibidos de deixar o país, mas a partir de 1969 a reivindicação dos judeus soviéticos pelo direito a imigração possibilitou um ligeiro incremento no número destes olim. Na Polônia, pogroms foram registrados em 1967 e mais cinco mil judeus imigraram. Até 1973, ano da Guerra do Yom Kippur, 260 mil judeus desembarcaram em Israel, a maioria de países socialistas.

fonte: wikpédia

                                                              O povo que Deus formou

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