terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Bíblia de 1500 anos descoberta na Turquia


Uma bíblia de 1500 anos foi descoberta na Turquia, após a prisão de uma quadrilha que comercializava antiguidades de forma ilegal. O livro, feito em couro tratado e escrito em um dialeto do aramaico, língua falada por Jesus, tem as páginas negras, por causa da ação do tempo.

Segundo informações do site Notícias Cristãs, peritos avaliaram o livro e garantiram que o artefato é original. A descoberta do livro se deu em 2000, e desde então, vinha sendo mantido em segredo, guardado em um cofre-forte na cidade de Ancara.

Estima-se que o valor do livro chegue a 20 milhões de euros, dada sua importância histórica. Após a divulgação da descoberta, o livro foi considerado patrimônio cultural e após a restauração que será feita, o livro será exposto no Museu Etnográfico de Ancara.

Há informações de que o Vaticano demonstrou preocupação com a descoberta do livro, e pediu às autoridades turcas que permitissem que especialistas da Igreja Católica pudessem avaliar o livro e seu conteúdo, que se suspeita, contenha o “Evangelho de Barnabé”, escrito no século XIV e considerado controverso, por descrever Jesus de maneira semelhante à pregada pela religião islâmica.

Uma fotocópia de uma única página do manuscrito antigo é pensado para ser 1.5million R pena.


O ministério da Cultura turca e ministro do Turismo Ertugrul Gunay disse que o livro poderia ser uma versão autêntica do Evangelho, que foi suprimida pela Igreja Cristã por suas fortes paralelos com a visão islâmica de Jesus.
Ele também disse que o Vaticano tinha feito um pedido oficial para ver a escritura - um texto polêmico que os muçulmanos afirmam ser um complemento para os evangelhos originais de Marcos, Mateus, Lucas e João.De acordo com a crença islâmica, o Evangelho trata Jesus como um ser humano e não um Deus.

Ele rejeita as idéias da Santíssima Trindade e da Crucificação e revela que Jesus predisse a vinda do profeta Maomé. Em uma versão do evangelho, ele disse disse: "Como será o Messias ser chamado? Muhammad é o seu nome abençoado '.

QUEM FOI Barnabé?
Nascido em Chipre como José, Barnabé foi um dos primeiros cristãos mais tarde chamado de apóstolo.
Sua história aparece nos Atos dos Apóstolos, e Paulo menciona-o em algumas de suas epístolas.
A data, lugar e circunstâncias de sua morte são historicamente verificável.Mas os Estados tradição cristã que ele foi martirizado em Salamis, Chipre.Ele é tradicionalmente identificado como o fundador da Igreja de Chipre, com o seu dia de festa em 11 de junho.

E em outro Jesus negou ser o Messias, alegando que ele ou ela seria ismaelita, o termo usado para um árabe. Apesar do interesse no livro recém re-descoberto, alguns acreditam que é uma data falsa e só volta para o século 16. As cópias mais antigas da data de livro de volta a esse tempo, e são escritos em espanhol e italiano.
Protestante pastor Ihsan Ozbek disse que era improvável de ser autêntico.
Isto porque Barnabé viveu no primeiro século e foi um dos Apóstolos de Jesus, em contraste com esta versão que é dito para vir a partir do século V ou VI.

Ele disse ao jornal Hoje Zaman: "A cópia em Ancara poderia ter sido escrito por um dos seguidores de Barnabé.
"Desde há cerca de 500 anos entre Barnabé e a escrita da cópia da Bíblia, os muçulmanos podem se decepcionar ao ver que esta cópia não inclui coisas que eles gostariam de ver.
"Pode não ter nenhuma relação com o conteúdo do Evangelho de Barnabé.
Professor de teologia Ömer Faruk Harman disse uma verificação científica da Bíblia pode ser a única maneira de revelar quantos anos ela realmente tem.




Turquia nega pedido do Vaticano de examinar a bíblia

O Ministério da Cultura da Turquia negou hoje que o Vaticano pediu para examinar uma Bíblia antiga, que de acordo com a imprensa local, poderia conter um evangelho apócrifo. A assessoria da
pasta disse à ANSA que ontem à noite o ministro Ertugrul Gunay desmentiu informações publicadas na imprensa sobre o interesse da Santa Sé pelo antigo volume. Uma fonte do Museu de Etnografia de Ancara, 
instituição que teria sob seu poder a Bíblia citada, informou à ANSA que o texto ainda precisa ser examinado e que qualquer suposição sobre o seu conteúdo é prematura. De acordo com o Ministério, a imprensa turca 
fez "sensacionalismo" sobre o caso, já que a única informação confirmada por Gunay é de que foi confiada a seu Ministério uma Bíblia de 1.500 anos, "que provavelmente foi escrita em aramaico, em linguagem semelhante à falada por Jesus", e que após sua restauração será exposta ao público.

fontes: mail online
          Gnoticias
          euronews
          noticias




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Como a fofoca e a calunia podem causar Lepra


O apótolo Tiago nos diz em sua epístola acerca de um pecado que parece tão banal mas é tão grave quanto a idolatria, o adultério ou assassinato e pode levar até a morte de quem o comete. É a fofoca, o falar mal dos outros, o que é chamado no judaísmo de Lashom hará. 

"A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim".Tg 3,6-10

Lashon Hará (em hebraico לשון הרע) é um termo judaico para 'fofoca', 'calúnia' ou mesmo difamação para com alguma pessoa seja contra um judeu ou contra um não-judeu. Maimônides, em seu comentário sobre Pirkei Avot (Ética dos Pais) Condena tanto o lashon hará como qualquer outro ato que venha a quebrar uma lei da halachá, a lei judaica.

Lashon hará é uma observação negativa verdadeira sobre outra pessoa. A Torá nos proíbe de fazer tal declaração ou de dar ouvidos a ela. Nossos sábios nos ensinam que um judeu que fala lashon hará peca tão gravemente como um assassino, um adúltero ou um idólatra. Na época do Bet Hamicdash um judeu que falasse lashon hará era punido com tsaráat.

É fácil entendermos porque um judeu que cometeu assassinato ou roubo ficou com tsaráat. São crimes graves. Mas por que um judeu que profere umas poucas palavras proibidas também recebe tsaraát?

Eis algumas das razões pelas quais lashon hará é considerado uma falha tão séria.

É muito difícil, e às vezes quase impossível, fazer teshuvá por haver falado lashon hará. Para fazer teshuvá, a pessoa deve sentir-se arrependida por haver falado lashon hará e decidir nunca mais repetir este falha. Mas não é suficiente. Ela deve também dirigir-se à pessoa sobre a qual falou e desculpar-se. É muito difícil procurar um parente ou amigo e dizer: "Falei lashon hará sobre você; por favor, perdoe-me!" Isto é tão constrangedor que a maioria das pessoas não o fará. Mesmo se uma pessoa deseja pedir o perdão de outra, pode acontecer de ter falado lashon hará sobre um grupo de pessoas e não pode desculpar-se com todas elas. Ou pode ter falado lashon hará sobre alguém que viajou ou faleceu.

A teshuvá completa pela grave falha de lashon hará é muito difícil. Por isso, devemos ser cuidadosos para evitar este pecado.

Lashon hará frequentemente é cometido mais de uma vez. Quando se trata de roubo ou assassinato, um judeu entende que deve fazer teshuvá e nunca cometer o ato novamente. Mas quando trata-se de lashon hará, a pessoa erroneamente pode pensar: "Que diferença faz umas poucas palavras?"
D’us quer que todos os judeus vivam em paz uns com os outros.

O lashon hará causa ressentimentos e brigas entre o ouvinte e aquele de quem se falou. Frequentemente alguém pode recusar-se a ser amigo de outro, apenas porque certa vez escutou algo de negativo sobre ele.
O metsorá era obrigado a sair do acampamento e ficar isolado, pois foi ele quem causou rompimento de amizades. Mesmo fora do acampamento ninguém tinha permissão de aproximar-se dele. Ficava separado da família, amigos e vizinhos.

A lashom hara, fofoca, malidicencia, poderia também causar um sério dano a quem cometia tal ato, a tsaraat, o que nós chamamos de lepra vulgarmente. A Tsaráat aflige, progressivamente, a casa, as roupas e a pele da pessoa, a menos que purifique a sua forma de falar.Uma terrivel maldição espiritual toma conta da vida da pessoa que cometeu lashom hara.

A lepra
A palavra “lepra”, no original hebraico, é “tsaráat”. Ela significa mais coisas do que apenas uma doença física. Se você observar em Levítico 13: 2-28, verá a Bíblia lidando com o diagnóstico de, pelo menos, 21 aflições da pele, que são expressas por um termo que inclui tudo, o termo lepra.
Se falasse de uma doença caracterizada pela brancura, conforme Êxodo 4:6, caracterizada por inchações, tumores ou manchas que desfigurassem a pele, provavelmente, seria lepra. Então, é claro que a descrição desses dois capítulos, provavelmente, incluía outras doenças da pele, além da lepra ou da hanseníase, conhecida hoje.

Por exemplo, se você observar em Levítico 13:47-59; 14:33-57, verá que até um tipo de mofo seria chamado de lepra. Então era assim: a palavra lepra denotava uma variedade de doenças da pele, incluindo psoríase, favo, leucodermia e, também e principalmente, a terrível hanseníase. Terrível hoje, mas muito pior naquela época. Abra sua Bíblia em Levítico 13-14 você verá as instruções bíblicas sobre como os israelitas deviam tratar-se ou como deviam tratar alguém quando tivesse lepra.

Hoje, podemos ver em muitos cartazes em instituições de saúde, dizeres do tipo: “Hanseníase tem cura”. Graças a Deus! Mas você já pensou, no tempo que a medicina não sabia lidar com essa moléstia, que praga que não era? Se a pessoa pegasse lepra, além de não ser curada nunca mais, ia morrendo aos poucos. A pessoa parava de ter sensibilidade na pele, em partes extremas como as pontas dos dedos, nariz, etc. Depois, essas partes iam apodrecendo, fedendo, caindo, e a pessoa nem sentia. Que coisa terrível!
Aí, os leprosos eram forçados a morar longe das outras pessoas, porque a lepra era uma doença contagiosa, e eles não sabiam como evitar isso. Então, os leprosos se isolavam da sociedade, da família, amigos, todo mundo. Já pensou? Se acontecesse de um leproso se aproximar das outras pessoas, tinha a obrigação de gritar: "Imundo, Eu sou o imundo!" para as pessoas fugirem dele!

Mas acho que existe uma parte mais bonita. Relacione sua leitura de hoje com Mateus 8:2-4; Lucas 17:11-19 e você entrará um grande exemplo. É Jesus! Ele não correu da lepra e ainda curou os leprosos.

Hoje, pouco se fala sobre este pecado, porque parece banal e a lepra mais rara do que nos tempos bíblicos, hoje conhecida como hanseniase. Por isso existem sempre no meio do povo de Deus, pessoas que clamam e oram e depois saem difamando os outros e falando mal. Porque este pecado tornou-se superfulo na mente das pessoas, mas vemos na escritura que era talvez um dos mais graves e podia contaminar a vida do pecador com lepra e obriga-lo a se isolar até a morte.

Aliás, algumas igrejas falam tanto da idolatria católica, dos espiritas, dos homosexuais e nada sobre calunia, difamação, fofoca, que é considerado tão grave dentro da bíblia, podendo acometer o caluniador de uma maldição terrível e um enorme pertubação espiritual. Mas quase não se fala disso. O lashom hara esta presente no oitavo mandamento, "não levantarás falso testemunho contra teu próximo" e vemos também que Jesus nos ensinou a não fazermos ao próximo o que não queremos que façam a nós, e ainda nos disse que da mesma forma que perdoamos, somos perdoados. Mas devido a pouca importância que se da a este pecado, ele parece superfulo, banal.

Portanto, como disse Tiago, a lingua é como o leme de um navio, que pode levar a um destino ou a perdição, apesar de ser um membro pequeno. Cuidado irmãos para não falarem palaras torpes, nem ofensas ou difamações contra o seu próximo, para sua vida espiritual não se tornar amaldiçoada e impura. Falai sempre a verdade, e coisas boas, e sempre clamando em nome do senhor, para que o espírito do senhor esteja sempre presente em vossas vidas.

Shalom!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Coitado do messias quando ele voltar !


Quando o messias voltar, todo olho o verá, e os céus e a terra tremerão, segundo a bíblia. A primeira coisa que os religiosos dirão é: "Eis ai o anti Cristo!" Isso de fato deve acontecer, porque as profecias que se referem a volta do messias são semelhantes as profecias que alguns religiosos atribuem ao anti-cristo, principalmente os protestantes.

A bíblia diz que o messias deve reinar em jerusalém e descerá sobre o monte sião, de onde reinará e será aceito pelo seu povo, os judeus. Ele então reunirá as tribos perdidas de Israel e intaurará um periodo de paz. Mas a teologia cristã, no geral acredita que o anti-cristo fará um acordo de paz com Israel por três anos e meio, mesmo isto não constando em absolutamente nenhum versiculo da bíblia. Então quando o messias se revelar e for aceito pelo povo judeu, a primeira associação lógica será de que se trata do anti-cristo e que ele estará fazendo este suposto acordo de paz com Israel.

E é até engraçado, que quando você indaga a algum religioso porque Jesus não cumpriu certas profecias, como reunir as tribos perdidas de Israel ele geralmente diz que isto se dará na sua segunda vinda. Mas se o messias voltar e de fato reunir as tribos perdidas de Israel todos associarão isto a um versiculo da bíblia que diz: "Fará sinais e prodigios de modo que até os escolhidos serão enganados". Outra profecia conflitante é com relação ao terceiro templo. As profecias são claras ao dizer que um dia o messias construiria o terceiro templo de Jerusalém, mas devido a uma interpretação errada de segunda Tessalonicenses, todos pensam que o anti-cristo construirá o terceiro templo, mesmo a bíblia não dizendo isso.

O messias que os judeus esperam trará a paz. O anti-cristo que os cristãos esperam traria uma falsa paz. O messias judeu reuniria os dispersos. O anti-cristo cristão faria sinais e prodigios. O messias judeu construiria o templo. O anti-cristo cristão construiria o templo. O messias judeu reinaria em Jerusalém. O anti-cristo cristão faria um acordo de paz com Israel. E por ai vai. Isto é completamente conflitante. É como se o messias que os judeus esperam fossem exatamente o anti-cristo que os cristãos esperam. Isso se deve ao fato dos cristãos atribuirem profecias que já aconteceram ao suposto anti-cristo.

O anti-cristo mencionado na bíblia não era um homem e sim vários que se colocavam contra a mensagem do evangelho e dos cristãos. João menciona isto em suas epístolas e diz ainda que ele já estava no mundo em sua época:

"Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora."  (I João 2 : 18)

"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo."  (II João 1 : 7)

"E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo."  (I João 4 : 3)

João estava combatendo os docetas. Uma seita cristã que pregava que o messias não tinha vindo em carne, mas apenas em espirito. E como vemos, João afirma que ele ja esta no mundo, isto em sua época, há dois mil anos. Como que alguém que já estava no mundo pode vir agora? Só se for outro anti-cristo. E se for outro, é sinal que a bíblia não diz nada sobre ele. Outros se baseiam na epístola de Paulo, onde ele diz que a vinda do senhor será precedida pela vinda do anti-cristo que supostamente construirá o templo:

"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" 2 Ts 2, 3-5

O texto não diz em nenhum momento que o anti-cristo construirá um templo. Ao contrário, o texto se refere a época de Paulo mesmo, e a prova esta justamente no templo, que ainda existia na época em que Paulo escreveu sua epístola. O templo que Paulo se refere é o templo de Jerusalém. Paulo esta se referindo a um imperador romano, talvez Nero ou Adriano, que como todos imperadores de Roma, se intitulavam deuses e exigiam serem adorados como deuses. Vários deles tentaram colocar seus bustos no templo de Jerusalém para serem adorados como deuses, o que levou a ondas de choques entre o povo judeu da época e os romanos. É disto que Paulo esta falando no texto. O texto não diz que ele construiria o templo, na verdade, os profetas disseram que o messias construiria o templo.

E sobre o suposto acordo de Paz, os criadores desta teoria se basearam em uma passagem de Daniel 9,27, nas setentas semanas:

"E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador"

Mais uma vez, vemos que o texto não diz nada sobre o anti-cristo fazer um acordo com Israel. As setentas semanas de Daniel foram cumpridas, como o anjo disse:

"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo" Dn ,24


Mas alguns insistem que a ultima semana se refere ao tempo do fim, aos gentios, e que haverá um acordo entre Israel e o anti-cristo, mesmo o texto não dizendo absolutamente nada disso. Ou seja, ultrapassa-se a escritura, criam-se teorias e dizem que segue a palavra. Qual palavra? A bíblia não respalda isso.

Então quando o messias de fato voltar, terá que lidar com o desprezo não mais de seu povo, mas justamente daqueles que se dizem seus seguidores, porque ignoram sua palavra, e criam teorias malucas que acabam contradizendo com as profecias messianicas.

Coitado do messias quando ele voltar !
Preterismo parte 1

preterismo parte 2
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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Paulo e o cristianismo, o Paulinismo


Paulo

O mundo cristão não seria o mesmo sem a mensagem que São Paulo transmitiu ao Império Romano. Para conquistar fiéis, ele fez concessões que desagradaram aos discípulos de Jesus – e ainda despertam acirradas discussões entre pensadores e religiosos. Afinal, Paulo espalhou ou deturpou a palavra de Cristo? Estamos no ano 34 da era cristã. Passaram-se poucos anos desde a crucificação de Jesus. Sua mensagem espalhou-se rapidamente por toda a Palestina e seus discípulos eram implacavelmente perseguidos, principalmente pelos judeus. Os seguidores de Jesus são acusados de heresia e traição à Lei de Moisés. Em Jerusalém, um jovem judeu chamado Saulo faz verdadeiras atrocidades com os cristãos. Persegue-os furiosamente, invade suas casas e os manda para prisão. Informado de que, a cada dia, cresce a comunidade cristã em Damasco, na Síria, pede e obtém do Sinédrio, o Supremo Tribunal da comunidade judaica de Jerusalém, cartas de recomendação aos rabinos daquela cidade, autorizando-os a caçar os hereges cristãos. Acompanhado de alguns homens, percorre a cavalo os cerca de 200 quilômetros até Damasco. Depois de sete dias de viagem, sob um sol escaldante, consegue finalmente avistar as muralhas da cidade.
Mas, de repente, uma forte luz vinda do céu incide sobre ele e assusta seu cavalo, que o joga no chão. Naquele instante, o jovem judeu ouve uma voz que diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Atônito, ele indaga: “Quem és, Senhor?” A voz responde: “Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e te dirão o que deves fazer”.

O séquito de Saulo permanece mudo de espanto, sem entender de onde vem aquela voz. Saulo, por sua vez, ergue-se do chão, mas não consegue enxergar nada. Em Damasco, permanece três dias e três noites em jejum, refletindo sobre o estranho acontecimento, até ser visitado por Ananias, um discípulo de Cristo, que lhe diz: “Saulo, meu irmão, o Senhor me enviou. O mesmo que te apareceu no caminho por onde vinhas. É para que recuperes a vista e fiques repleto do Espírito Santo”. Nesse exato momento, duas escamas caem dos olhos de Saulo, que volta a ver. Em seguida, ele é batizado. Convertido, Saulo de Tarso tornou-se aquele que talvez tenha sido o mais importante difusor da palavra de Jesus: São Paulo.

O episódio acima, narrado em detalhes no livro Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, teria marcado radicalmente a vida de Paulo. Não é possível provar que ele tenha de fato acontecido. Os textos bíblicos são as únicas fontes disponíveis para se reconstituir a história do santo – acreditar neles é uma questão de fé. Tenha ocorrido de forma tão espetacular ou não, a conversão de Paulo mudou para sempre os rumos da religião cristã. Para muitos teólogos, Paulo foi um personagem fundamental nos primeiros anos do cristianismo. Seu trabalho de evangelização foi, em grande parte, responsável pelo caráter universal da doutrina cristã e sua mensagem, expressa em cartas enviadas às comunidades que fundava, ainda hoje é considerada o alicerce da jurisprudência, da moral e da filosofia modernas do Ocidente. Enquanto a maioria dos apóstolos que conviveram com Jesus restringiram sua pregação à Palestina, Paulo levou a palavra de Cristo para lugares distantes, como a Grécia e Roma.

Sua importância na construção da Igreja primitiva é tão grande que muitos estudiosos atribuem a ele o título de pai do cristianismo.
“Paulo desempenhou um papel maior na evangelização dos primeiros cristãos”, diz o biblista Jerome Murphy-O’Connor, professor da Escola Bíblica e Arqueológica de Jerusalém e um dos maiores estudiosos do santo. O historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em cristianismo e judaísmo antigos, concorda: “O cristianismo, tal como existe hoje, deve muito a Paulo. Se não fosse o apóstolo, ele provavelmente não teria passado de mais uma seita judaica”. Isso não quer dizer que o trabalho dos 12 apóstolos tenha sido irrelevante, mas eles pregaram numa região, a Palestina, que viria a ser devastada pelos romanos entre os anos 66 e 70. “Sem dúvida, Paulo foi o apóstolo que teve maior repercussão com o passar dos séculos”, afirma o teólogo Pedro Lima Vasconcellos, professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.
O termo apóstolo, no sentido de evangelizador, é freqüentemente usado para se referir a São Paulo. Não há evidências históricas, entretanto, de que ele tenha conhecido Jesus Cristo.

A influência de Paulo é indiscutível. Mas, para uma corrente de historiadores e teólogos, ele deturpou os ensinamentos de Jesus Cristo – a ponto de a mensagem cristã que sobreviveu ao longo dos séculos ter origem não em Cristo, mas em Paulo. Esses pensadores julgam ser mais correto dizer que o que existe hoje é um “paulinismo”, não um cristianismo. 

“As cartas de São Paulo são uma fraude nos ensinamentos de Cristo. São comentários pessoais à parte da experiência pessoal de Cristo”, afirmou o líder pacifista indiano Mahatma Ghandi, em 1928. Opinião semelhante tem o prêmio Nobel da Paz de 1952, o alemão Albert Schweitzer, que declarou: “Paulo nos mostra com que completa indiferença a vida terrena de Jesus foi tomada”.

As principais críticas da corrente antipaulina concentram-se em pontos polêmicos das cartas do apóstolo. Nelas, entre outras coisas, Paulo defende a obediência dos cristãos ao opressivo Império Romano, bem como o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina da salvação distinta daquela que, segundo teólogos antipaulinos, teria sido defendida por Jesus. “A mentira que foi Paulo tem durado tanto tempo à base da violência. Sua conversão foi uma farsa”, afirma Fernando Travi, fundador e líder da Igreja Essênia Brasileira. Os essênios eram uma das correntes do judaísmo há 2 mil anos, convertidos na primeira hora ao cristianismo. “Ele criou uma religião híbrida. A prova disso é o mundo que nos cerca. Um mundo cheio de guerra, de sofrimentos e de desespero.”

Paulo: Judeu, grego e romano
Para entender melhor o papel de São Paulo na origem e construção do cristianismo é preciso voltar no tempo e acompanhar de perto sua vida. O principal relato sobre ele está presente nos Atos dos Apóstolos, livro escrito pelo evangelista Lucas, que foi também dos maiores discípulos de Paulo. Seus relatos, no entanto, não são considerados um retrato fiel dos acontecimentos. “Os Atos devem ter sido escritos cerca de 15 a 20 anos após a morte de Paulo, quando ele já poderia estar caindo no esquecimento". Lucas, então, expressa uma visão romanceada do apóstolo, transformando-o em um herói ou, mais do que isso, em um modelo de discípulo”, afirma José Bortolini, padre da Congregação Pia Sociedade de São Paulo, mestre em exegese bíblica e autor do livro Introdução a Paulo e suas Cartas. Outra fonte de informação sobre o apóstolo são as cartas (ou epístolas) escritas por ele para as comunidades cristãs que tinha fundado.
Com base nessas duas fontes, sabemos que Paulo era um judeu detentor de cidadania romana, criado em um ambiente culturalmente grego.

Ele nasceu em Tarso, na Ásia Menor, onde atualmente está a Turquia. Era uma cidade grande, com mais de 200 mil habitantes, por onde passava uma estrada que ligava a Europa à Ásia. Situada na província romana da Cilícia, a Tarso de então era predominantemente grega – um dos mais efervescentes centros de cultura do mundo helênico, chegando a rivalizar com Atenas. Mas também era cosmopolita. Abrigava um porto fluvial movimentado e se impunha como um importante pólo comercial. Suas ruas estreitas viviam apinhadas de gente e suas casas abrigavam povos de várias regiões: egípcios, bretões, gauleses, núbios e sírios – além dos judeus (como a família de Paulo), que na época já haviam se assentado em várias cidades do império.
A cidadania romana, citada nos escritos de Lucas, é um ponto controverso da biografia de Paulo. Tê-la garantia alguns privilégios, como o direito de participar das assembléias que decidiam questões sobre a vida e a organização da cidade e a isenção do pagamento de alguns impostos. Os cidadãos romanos também não podiam ser crucificados, caso fossem condenados à morte. Segundo Lucas, Paulo herdara a cidadania do pai ou do avô, que a teriam obtido por mérito ou comprado por uma volumosa quantia. Mas o apóstolo nunca se declarou romano em suas cartas. Para o biblista Murphy-O’Connor, o silêncio é compreensível: “Não havia razão para Paulo mencionar sua posição social em cartas a comunidades que ele desejava convencer de que ‘nossa pátria está nos céus’ ”, escreve o teólogo no livro Paulo: Biografia Crítica. Cidadão romano ou não, Paulo provavelmente fazia parte de uma elite – seu pai, especula-se, era dono de uma oficina onde se fabricavam tendas. Ele mesmo, aliás, dominava esse ofício.

O ano exato do nascimento de Paulo, bem como a data dos principais acontecimentos de sua vida, são, ainda hoje, motivo de controvérsia. Muitos historiadores supõem que ele tenha nascido por volta do ano 5 da era cristã. Era, portanto, alguns anos mais novo do que Jesus – cujo nascimento, segundo descobertas históricas recentes, é datado entre 6 e 4 a.C. Paulo foi educado na casa de seus pais, na sinagoga e na escola ligada a ela. Aos 15 anos, deixou Tarso e mudou-se para Jerusalém, onde matriculou-se na escola de Gamaliel, um dos sábios mais respeitados do mundo judaico. Paulo teve uma formação acadêmica de primeira – nos parâmetros atuais, algo equivalente a um doutorado em Harvard.
Nas tempos de estudante, Paulo presenciou uma situação que estaria na origem de sua “cristofobia”. Um dos alunos mais brilhantes era um jovem chamado Estêvão, um nazareno – nome dado aos que seguiam os ensinamentos de Cristo. Em uma discussão, Estêvão foi fiel a sua fé e declarou que Jesus era o messias: tal afirmação provocou a ira dos colegas, inclusive de Paulo. Pela blasfêmia, Estêvão foi levado diante do Sinédrio e condenado à morte por apedrejamento. Conforme o costume da época, as pessoas que iam apedrejar o condenado deveriam tirar suas próprias vestes e colocá-las aos pés de uma testemunha. No martírio de Estevão, a testemunha era Paulo.
A partir desse episódio, Paulo, que já era um intransigente defensor da lei e dos costumes judaicos, viu nos seguidores de Cristo uma ameaça real à sua própria religião. Foi então que passou a cultivar um ódio crescente pelos nazarenos e tornou-se um implacável perseguidor dos membros dessa seita. Depois de muito aterrorizar os cristãos de Jerusalém, decidiu agir na Síria. Foi quando aconteceu sua conversão no caminho de Damasco.

O missionário viajante
Paulo tinha cerca de 28 anos quando ocorreu seu encontro místico com Jesus. Depois de ter se tornado um fervoroso discípulo do Nazareno, viveu algum tempo na comunidade cristã damasquina, até ser expulso pelos judeus. Refugiou-se por cerca de dois anos na Arábia – território dominado pela tribo dos nabateus –, que se estendia do mar Vermelho até Damasco, margeando a Palestina pelo leste. Nesse período, estudou e refletiu sobre os ensinamentos de Cristo. Por volta do ano 37, retornou a Damasco, onde fez suas primeiras pregações. Mais uma vez, provocou a fúria da comunidade judaica e teve de deixar a cidade numa fuga cinematográfica. Como os portões da cidade estavam vigiados, ele escondeu-se num cesto que foi descido pelas muralhas. Era noite e Paulo andou por cinco horas até sentir-se a salvo. Após seis dias de caminhada, chegou a Jerusalém. Havia três anos que ele tinha deixado a cidade.
Os cristãos de Jerusalém o receberam com desconfiança. Afinal de contas, ainda estavam vivas na memória as atrocidades cometidas por Paulo. Coube a Barnabé, um ex-colega da escola de Gamaliel convertido ao cristianismo, apresentá-lo aos apóstolos. Foi nessa ocasião que aconteceu o primeiro encontro com Pedro, um dos discípulos mais próximos de Jesus. Durante 15 dias, eles permaneceram juntos. Mas não tardou para o Sinédrio saber que Paulo, agora cristianizado, havia voltado. Diante do perigo que corria em Jerusalém, Paulo mais uma vez teve de fugir: o destino foi Tarso, sua cidade natal, onde permaneceu por sete ou oito anos. Nada se sabe sobre sua vida nesse período.

Por volta de 45 d.C., convidado por Barnabé, Paulo mudou-se para Antióquia da Síria, onde a igreja dos nazarenos crescia rapidamente. Depois de Roma e Alexandria, no Egito, Antióquia era a terceira maior cidade do Império Romano. “Diferentemente do que acontecia em Jerusalém, onde os seguidores de Jesus ainda estavam ligados à lei e aos rituais judaicos, em Antióquia se respirava ar novo – lá, boa parte dos neocristãos vinha do paganismo”, afirma padre Bortolini. O termo cristão, como designação dos discípulos de Jesus, surgiu pela primeira vez nessa cidade. Esse fato reveste-se de importância porque pela primeira vez os seguidores de Jesus não são mais vistos como judeus dissidentes.
Foi de lá que Paulo – descrito em textos apócrifos como “um homem pequeno com uma grande cabeça careca” – partiu para sua primeira jornada missionária. Nessa ocasião, ele tinha cerca de 40 anos. Durante 12 anos, de 46 a 58, Paulo empreendeu quatro viagens evangelizadoras, visitando boa parte do Império Romano, que se estendia da Grã-Bretanha ao Oriente Médio, passando pelo norte da África. Eram jornadas árduas, feitas a pé ou de navio, sempre na companhia de outros discípulos. Quando viajavam por terra, seguiam pelas estradas romanas, percorrendo 30 quilômetros por dia. O perigo os espreitava, como escreve o apóstolo em uma de suas epístolas aos coríntios: “Sofri perigos nos rios, perigo por parte de ladrões, perigo por parte dos meus irmãos de raça, perigo por parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos por parte dos falsos irmãos”.

A estratégia pastoral de Paulo era bem definida. Pregava nas sinagogas, em casas e praças de grandes centros urbanos, que funcionavam como pólos irradiadores da mensagem. Ao sair, designava um líder responsável pelo rebanho. A primeira viagem, entre 46 e 48, foi feita em companhia de Barnabé e de Marcos, outro discípulo cristão, o mesmo a quem é atribuído um dos quatro evangelhos. Foram à ilha de Chipre e percorreram a Ásia Menor antes de retornar a Antióquia. É a partir dessa primeira expedição que Paulo deixa de ser chamado pelo nome judeu Saulo – a mudança é narrada por Lucas no Ato dos Apóstolos, 13:9.

Antes de partir para a segunda viagem, Paulo foi intimado a participar do Concílio Apostólico de Jerusalém, em 49, que reuniu a nata do cristianismo primitivo. Foi um encontro tenso, onde, pela primeira vez, vieram à tona as divergências entre Paulo e o grupo de judeus-cristãos, tendo à frente Pedro e Tiago Menor, líder da comunidade cristã em Jerusalém. A assembléia discutiu assuntos delicados, como a obrigatoriedade da circuncisão para os pagãos convertidos ao cristianismo. A questão era importante e polêmica, pois a circuncisão era encarada como a porta de entrada do judaísmo. Ao aceitá-la, os convertidos assumiam que adotariam integralmente a cultura judaica. Paulo era contra, pois acreditava que o sacramento do batismo era suficiente para a conversão. Em suas pregações, ele encontrava forte resistência dos pagãos, que não entendiam por que deveriam se submeter ao ritual de iniciação judaico para tornar-se cristãos. Depois de acirradas discussões, Paulo saiu vitorioso.
Foi, em parte, por causa dessa liberalização que Paulo arrebanhou um número tão grande de fiéis. Ao final do encontro, Paulo recebeu a alcunha de “apóstolo dos gentios”, em contraposição a Pedro, chamado de “apóstolo dos judeus”.

A segunda jornada missionária começou depois do Concílio de Jerusalém e estendeu-se até 52. O ponto alto dessa jornada foi a pregação na Europa. Pela primeira vez, a palavra de Deus deixava a Ásia e espalhava-se por um novo continente. Paulo visitou várias cidades gregas, fundando importantes núcleos cristãos. “Foi por causa dessa passagem [da Ásia para a Europa] que o cristianismo sobreviveu e se desenvolveu”, argumenta padre Bortolini. Foi também nessa jornada que Paulo escreveu, em 51, a Epístola aos Tessalonicenses, o mais antigo documento do Novo Testamento. Nas cartas paulinas, o trabalho braçal ficava por conta de escribas: Paulo as ditava e as assinava de próprio punho para autenticar o documento. A maioria delas foi escrita em grego, mesma língua usada por Paulo em suas pregações. Esse era o idioma universal, comparável ao que hoje é o inglês.

O apóstolo também se expressava em hebraico, língua da elite judaica, na qual foi escrita a maior parte dos livros do Antigo Testamento, e em aramaico, a língua materna de Jesus e corrente na camadas populares da Palestina. Mesmo sendo poliglota, o apóstolo encontrava dificuldade para se comunicar em suas peregrinações, diante da multiplicidade de línguas e dialetos daquela época. Em muitas ocasiões, recorria a intérpretes.
Em uma de suas cartas, a Epístola aos Gálatas, percebe-se a tensão existente entre Paulo e os 12 apóstolos que conviveram com Cristo. Nela, Paulo afirma que “enfrentou abertamente [Pedro, em Antióquia], porque ele se tornara digno de censura”. O motivo da briga foram dois preceitos alimentares judaicos. Pedro defendia que os neocristãos não poderiam sentar-se à mesa com gentios – seus iguais até pouco antes. Deveriam também rejeitar sobras de carnes de animais sacrificados aos deuses pagãos. Paulo discordava e teve uma acirrada discussão com Pedro.


Na terceira viagem missionária, de 53 a 57, Paulo deteve-se por três anos em Éfeso, a capital da Ásia Menor. Lá, presume-se, esteve preso por alguns meses – ao longo de sua vida, o apóstolo deve ter permanecido quatro anos atrás das grades. Durante essa jornada, coletou dinheiro para os cristãos pobres de Jerusalém. No retorno à Terra Santa, não se sabe como foi recebido por Tiago, chefe da igreja de Jerusalém. Nem Lucas nem Paulo deixam claro se ele aceitou o dinheiro “impuro” da coleta. Sabe-se apenas que foi na volta a Jerusalém que Paulo foi preso, na praça do Templo, sob a acusação de introduzir gentios na sinagoga. Os judeus estavam furiosos com a presença do pregador na cidade e, temendo por sua segurança, o tribuno romano Cláudio Lísias o encarcerou de novo. Dessa vez, foi em Cesaréia, perto de Jerusalém, onde amargou dois anos de reclusão. Eis que ele pediu para ser julgado em Roma pelo imperador – direito conferido aos cidadãos romanos.

No outono de 60, o apóstolo foi enviado à capital imperial, uma cidade com quase 1 milhão de moradores. Paulo foi saudado pela comunidade cristã e permaneceu em prisão domiciliar, vigiada por soldados. Encontrava-se com as pessoas, mas não podia sair de casa. Aproveitou esse período para transmitir a palavra de Deus. Depois de dois anos de cativeiro, seu processo foi encerrado sem uma sentença condenatória.
Pouco se sabe a respeito dos anos seguintes da vida de Paulo, já que o Novo Testamento não dá indicações do que aconteceu com ele após a prisão em Roma. Mas, segundo a tradição, acredita-se que tenha empreendido uma viagem à Espanha ou visitado as igrejas cristãs que fundara na Grécia e Ásia Menor e retornado a Roma na primavera de 67. O império era chefiado por Nero, que anos antes havia ateado fogo na cidade e jogara a culpa pelo desastre nos seguidores de Jesus. Por isso, os cristãos eram duramente perseguidos e tinham que se reunir em catacumbas para escapar da fúria insana do imperador. Quando capturados, viravam presa para as feras do Coliseu. Ao deparar com essa situação, Paulo empenhou-se em reconstruir a comunidade. Não tardou e foi preso, acusado de chefiar a seita dos nazarenos.

Na prisão, escreveu sua derradeira carta ao discípulo Timóteo, um dos líderes da igreja de Éfeso. Ele sabia que não escaparia da morte. No outono daquele ano, foi levado pelos guardas para fora da cidade e degolado. No local de seu martírio foi construída a praça Tre Fontane e perto dali, junto ao seu túmulo, erguida a basílica de São Paulo Extramuros. Diz a lenda que, no momento de sua execução, uma cega de nome Petronila aproximou-se do apóstolo e lhe ofereceu um véu para cobrir-lhe o rosto. Paulo teria devolvido o véu à mulher e, quando ela o colocou sobre os seus próprios olhos, recobrou milagrosamente a visão. A conversão de Paulo é comemorada no dia 25 de janeiro. Foi uma escolha aleatória, já que não se sabe o dia exato de sua conversão.
Como a cidade de São Paulo foi fundada nesse dia, acabou recebendo o nome do santo. A festa de São Paulo é celebrada em 29 de junho, junto com a de São Pedro. Foi uma forma encontrada pela Igreja para homenagear, de uma só vez, os dois líderes máximos do cristianismo primitivo.

Cristianismo ou paulinismo?
As 13 cartas escritas por São Paulo sintetizam o pensamento do apóstolo, que viria a moldar a doutrina cristã. Elas foram redigidas entre os anos 50 e 60 e são os mais antigos documentos da história do cristianismo – os quatro evangelhos canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João ficaram prontos apenas entre os anos 70 e 100. A influência do apóstolo na consolidação da doutrina cristã pode ser medida pelo fato de suas epístolas representarem quase metade dos 27 livros do Novo Testamento. Com elas, dizem os estudiosos, Paulo não tinha a pretensão de formular tratados teológicos. “Elas são resultado de experiências vivenciadas pelas comunidades paulinas”, afirma o André Chevitarese. Uma corrente de biblistas defende que nem todas foram de fato escritas por Paulo – algumas teriam sido redigidas por seus discípulos após a morte do apóstolo. “Elas são muito diferentes em estilo literário e conteúdo”, afirma Pedro Vasconcellos, da PUC. Para a Igreja, no entanto, todas as cartas são de autoria de Paulo.

Se são uma rica fonte de difusão da doutrina cristã, esses documentos são também a principal causa da controvérsia sobre o apóstolo. Na opinião de Fernando Travi, líder da Igreja Essênia Brasileira, a descoberta, no século passado, de escrituras datadas dos primeiros anos do cristianismo, como os Manuscritos do Mar Morto, o Evangelho dos 12 Santos (ou da Vida Perfeita) e o Evangelho Essênio da Paz, indica que boa parte do conteúdo das cartas de Paulo está em oposição aos ensinamentos de Jesus. “Existem sérios indícios de que, como num plano de sabotagem, Paulo divulgou uma doutrina falsificada em nome do messias”, diz ele. Opinião parecida tem o pastor batista americano Edgar Jones, autor do livro Paulo: O Estranho. “Jesus de Nazaré deve ser cuidadosamente diferenciado do Jesus de Paulo. Gerações e séculos passaram até que a corrente paulina com seu forte apelo em favor do Império Romano ganhasse ascendência sobre a corrente apostólica”, diz o teólogo.

O fato é que, até o século 4, o cristianismo dividia-se em duas correntes distintas, uma liderada pelos discípulos de Paulo e outra pelos seguidores dos apóstolos de Cristo. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, a corrente paulina saiu-se vitoriosa. “As idéias de Paulo, afáveis aos dominadores, foram definitivamente incorporadas à doutrina cristã”, diz Fernando.

Para os críticos de Paulo, um exemplo dessa “afabilidade” está presente na Epístola aos Romanos. “Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. Aquele que se revolta contra a autoridade opõe-se à ordem estabelecida por Deus”, escreve Paulo. E continua: “É também por isso que pagais impostos, pois os que governam são servidores de Deus”. “Essa passagem revela que ele estava a serviço das autoridades romanas. Jesus, por sua vez, se insurgia contra as leis de Estado”, afirma Fernando. Para os defensores de Paulo, esse texto foi tirado de seu contexto e tornou-se, ao longo dos séculos, uma teoria metafísica do Estado. “O texto só tinha valor para quem vivia em Roma, onde qualquer movimento de desobediência seria esmagado”, diz o teólogo Pedro Vasconcellos.

Para outros teóricos, deve-se diferenciar a doutrina religiosa paulina das opinões do apóstolo sobre a ordem social. “A teoria de Igreja de Paulo é fundamentada no antiautoritarismo, o que influenciou muito a doutrina protestante. Na sua igreja, a idéia de liberdade é plena, mas quando ela é extrapolada para o meio social, surge o seu conservadorismo”, diz o pastor luterano Milton Schwantes, professor da Universidade Metodista de São Paulo e doutor em literatura bíblica. O sacerdote franciscano Jacir de Freitas Faria, mestre em exegese bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico (PIB), de Roma, comunga da mesma opinião: “Paulo é uma figura basilar do cristianismo, mas não podemos deixar de ser críticos a ele nessa relação com o Império Romano”.

Outro ponto controverso das epístolas paulinas refere-se à defesa que seu autor faz da escravidão. Na Epístola aos Efésios, Paulo é taxativo: “Servos, odedecei, com temor e tremor, em simplicidade de coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo”. Para os antipaulinos, o apoio dado pelo apóstolo à escravidão tem sido usado pela Igreja ao longo dos séculos para legitimar situações espúrias de dominação e diverge radicalmente da palavra de Cristo, que pregava um mundo livre de opressões. A corrente pró-paulina argumenta, mais uma vez, que é preciso analisar o contexto histórico para entender seus escritos: “Sua falha em condenar a escravidão torna-se compreensível quando sabemos que cerca de 60% da população de qualquer cidade grande daquele tempo era formada por escravos. Toda economia estava estruturada em torno desse fato e, por isso, uma atitude crítica seria incompreensível”, afirma o biblicista Jerome Murphy-O’Connor, de Jerusalém.
O apóstolo dos pagãos também é bombardeado por suas posições a respeito das mulheres. Na carta endereçada à comunidade cristã de Colosso, ele escreve: “Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes, se enfeitem com pudor e modéstia. (...) Durante a instrução, a mulher conserve o silêncio, com toda submissão. Não permito que a mulher ensine, ou domine o homem”. Suas palavras atraem até hoje a ira das feministas, que o acusam de misoginia. Seus defensores, por outro lado, argumentam que , ao contrário, ele incentivava a participação das mulheres na vida social. “Paulo acreditou firmemente na igualdade entre os sexos e, em suas igrejas, as mulheres exerciam todos os ministérios. Alguns exegetas munidos de preconceito interpretaram erroneamente os textos paulinos”, diz Murphy-O’Connor.

Outro petardo disparado pelos críticos diz respeito à doutrina da salvação defendida por Paulo. “Paulo diz que os pecados são perdoados se a pessoa acreditar que Jesus morreu na cruz por ela. É a doutrina da salvação em que o herói derrama seu sangue e todos são perdoados por causa dele. Enquanto isso, Jesus diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’. Para Jesus, a salvação será dada àqueles que seguirem seus ensinamentos”, afirma Fernando Travi. Os defensores de Paulo discordam e afirmam que o apóstolo foi mais uma vez mal interpretado.
“Creio que houve uma transformação conservadora da mensagem de Paulo. Temos que libertá-lo das idéias errôneas a seu respeito perpetuadas ao longo dos séculos”, diz Pedro Vasconcellos, da PUC.

Conservador ou radical, fiel ou não a Jesus Cristo, São Paulo foi, sem dúvida, um dos poucos evangelizadores – se não o único – a fazer o cristianismo passar da cultura semita à greco-romana, possibilitando que ela se tornasse uma religião mundial. “Ele criou condições para que povos não-judaicos, ao receberem a mensagem de Deus, fossem inseridos de forma igualitária na comunidade cristã”, afirma o André Chevitarese, da UFRJ. Sem Paulo, considerado por muitos o pai do cristianismo, a história da humanidade teria tomado outro rumo. A Idade Média, marcada pela força da Igreja Católica, ocorreria de outra forma e o mundo em que vivemos seria totalmente diferente. Nada seria como é.

Algumas controversias
Teoricos antiPaulinos apontam algumas controvérsias das epístolas Paulinas, que segundo seus defensores são apenas más interpretações:

Paulo acusa Pedro de dissimulação por medo dos judeus:
"E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação" Gl 2,11-13

Paulo acusa Pedro de dissimulação por que Pedro se apartou dos gentios por medo dos que eram da circuncisão. Mas vemos que Paulo também temia os da circuncisão ao ponto de circuncidar a Timoteo, mesmo sendo contra o que ele pregava:

"Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego" At 16,3

"Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se;"  (Gálatas 2 : 3)

Aliás, Paulo acusa Pedro de dissimulação mas mesmo ele assume que também praticava dissimulação:

"E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei." "Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei." "Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns."  (I Coríntios 9 : 20-22)

"Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda."  (Filipenses 1 : 18)


Paulo ensina que a salvação é gratuita e não pelas obras
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei."  (Romanos 3 : 28)


"Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada."  (Gálatas 2 : 16)

O que contradiz o que foi dito por Jesus e pelos outros apostolos:

"Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?"  (Tiago 2 : 14)

"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma."  (Tiago 2 : 17)

"Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé."  (Tiago 2 : 24)

"E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras."  (Apocalipse 20 : 13)

"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras."  (Apocalipse 20 : 12)

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."  (Mateus 5 : 16)

"Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras."  (Mateus 16 : 27)

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."  (Mateus 7 : 21)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O pensamento de Judas


O beijo de Judas

Hoje, no meio religioso em geral, há um espírito de descontentamento devido a pastores mercenários, mercadores da fé e seus escândalos. Muitos irmãos voltaram a ler suas bíblias e passaram a analisar tudo que o pastor afirma, para não caírem mais em arapucas. O dizimo, que alguns pastores usam erradamente a passagem de Malaquias (Ml3,8)para dizerem que os fiéis que não dizimam estão roubando a Deus, hoje muitos sabem que esse mandamento na verdade era para o sacerdote e não para o fiel. (Ml2,1)

Mas algumas pessoas tem generalizado e colocado ofertas e dízimos no mesmo balaio. Dizimo era um preceito da lei de Moisés, lei inclusive que os pastores dizem que foi abolida, mas o dizimo não. Ofertas voluntárias, caridade, é justiça e generosidade. A própria bíblia diz que Deus ama quem da com alegria! (2Co 9,7) Então ofertar com a igreja ou com a obra, não é voltar a velha lei e nem pecado, ao contrario, é um ato de contribuição ao pastor que prega a palavra de Deus.

Muitos argumentam que o dinheiro de ofertas deveria ser dado somente ao pobre, e não a obra de Deus, esquecendo-se inclusive que a igreja tem seus gastos com água, eletricidade e até mesmo o sustento do pastor. Na própria lei de Moisés, vemos que uma parte do dizimo, era destinada aos sacerdotes levitas, que cuidavam da manutenção do templo e do sacerdócio do Senhor.

Este argumento é até compreensível nos dias de hoje, mas um pouco exagerado, pois ainda existem homens de Deus que levam sua palavra com sinceridade, e muitas vezes são os que menos ganham. É preciso discernir entre o pastor e o lobo devorador. E esse argumento lembra o de Judas Iscariotes:

"Então Maria, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento. Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava. Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” Jô 12,3-8

Judas usou o mesmo argumento que se usa hoje em dia, que o óleo era muito caro e teria sido melhor da o dinheiro aos pobres. Mas note no contexto que ele fez isso por avareza e não por amor aos pobres mesmo. E isto vemos exatamente igual hoje em dia. Muitos dizem que é melhor doar o dinheiro aos pobres que ao pastor, e é até aceitável devido aos pastores que temos hoje em dia,  mas em compensação não doam nada aos pobres. Já notou que alguns que dizem isto são os que menos praticam caridade?

Porque muitas vezes este argumento não é utilizado por amor aos pobres, mas como no caso de Judas, é por avareza mesmo. Ao cristão autêntico, resta duas saídas: Ou ele colabora com a igreja em que congrega, e auxilia por amor e caridade, contribuindo assim inclusive com o sustento do pastor, ou, ele não colabora e pratica caridade, auxiliando assim diretamente ao pobre e necessitado. Se o Cristão não faz nem uma coisa e nem outra, mas apenas critica, então ele esta tendo o mesmo pensamento de Judas Iscariotes, ou seja, ele não esta sendo totalmente autêntico.

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (II Coríntios 9 : 7)

A generalização, é um mal desnecessário! Existem cristãos bons e maus e pessoas de todas religiões boas e más. Muitas vezes, pelos escândalos de uns, tomamos todos por culpados, até os inocentes. Digo isto porque na prática existem pessoas boas e cheias de fé, mas sem recursos. Eu que o diga! As vezes é difícil até um texto no blog! Existem pastores que mal tem sequer uma bíblia para pregar. Outros, tem sempre a versão mais popular e menos fiel a tradução. E depois nós mesmos os criticamos por pregarem mentiras, textos acrescidos e adulterados. É claro que também existem muitos pastores milionários e fartos que podem adquirir as melhores versões bíblicas e estudos, mas infelizmente não o fazem, porque a versão popular é cômoda para eles.

Conheci um pastor pela internet do Ceará, que esta construindo sua igreja com seus próprios recursos, tijolo por tijolo. As poucas colaborações que tem são de católicos, ironicamente. O pastor Zapata, do Peru, já é conhecido por muitos também pela sua humildade e sinceridade. E muitos outros exemplos que poderíamos citar. Mas fica ai mais uma reflexão aos irmãos. Será que devemos colaborar também com os pregadores ou devemos ter o pensamento de Judas? Fica a reflexão! Judas tinha o mestre ao seu lado, fazendo curas e milagres e pregando a verdade, e quando viu uma mulher lhe ungindo com um óleo caro, a primeira sensação que teve foi de avareza. Será que o mestre não merecia ser ungido por aquele óleo? Será que a mulher fez mal em ter ofertado aquilo ao mestre?

Como disse, existem casos e casos e cada caso é um caso. Por isso os irmãos devem ter um bom discernimento. Com a ajuda do espírito!

Fiquem com Deus!

Shalom!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Arianismo e a trindade

trindade católica
Arianismo foi uma seita cristã do século IV, considerada Herege, que negava a divindade suprema de Jesus Cristo. Recebeu o nome de arianismo por ter sido criada pelo religioso egípcio Ário. Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, não tem a mesma essência do Pai, sendo uma divindade de segunda ordem, já que nascera mortal. Os ensinamentos de Ário foram condenados no primeiro Concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo estabelecendo que o Filho de Deus foi “concebido e não feito”, consubstancial ao Pai. As lutas internas dividiram os arianos. Os moderados concordaram com o credo de Nicéia, mas se mantiveram céticos quanto ao termo “consubstancial”. Os neo-arianos defendiam que o Filho tinha uma essência diferente da do Pai. No Concílio de Constantinopla, celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi reafirmada. O arianismo teve muita força entre os visigodos espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar o próprio filho, Hermenegildo, por este ter abjurado de sua fé ariana.



O CONCÍLIO DE NICÉIA
O século quarto deu início ao período em que a Igreja começou a delinear a manifestação de sua crença, tal como é até os dias de hoje. Este processo se deu através da superação de várias divergências teológicas. Nos séculos anteriores, Jesus Cristo era o assunto fundamental do pensamento da Igreja, como deveria ter sido sempre.

Com a ascensão de Constantino, que decidiu se “apropriar” do cristianismo, sustentando seus templos e seus bispos financeiramente, em troca de interferir nas decisões da recém criada Igreja Católica, o palco estava pronto para uma série de conflitos teológicos que duraria do quarto até o oitavo século.

A primeira destas grandes controvérsias se deu em torno da doutrina da Trindade. As discussões concernentes à natureza de Cristo tomavam corpo nas Igrejas do mundo todo, particularmente nas do oriente, que influenciadas pela cultura grega possuíam um interesse profundo pelas questões doutrinárias.

Ainda no princípio deste século quarto, o Presbítero Ário de Alexandria criou uma teoria segundo a qual Jesus Cristo não era nem homem nem Deus, mas um ser intermediário que era superior aos homens e inferior ao Deus Pai. Desta forma, Cristo não poderia ser eterno, já que tendo sido gerado pelo Pai em uma época determinada havia existido um tempo em que Jesus não existia. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande e eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar a si mesmo. Com esta linha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou em seu livro The Arian Controversy (A Disputa Ariana): “O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério.

A interpretação dos arianos para o termo primogênito nos versículos defende que este termo tinha o mesmo significado de quando trata dos primogênitos humanos. Desta forma, acreditavam que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Isto pelo fato de primogênito significar Primeiro a ser gerado e Deus não pode ser gerado, sendo que é Eterno.

Para resolver a controvérsia entre Alexandre e Ário, Constantino, então auto-proclamado “patrono da igreja” convocou este que foi o primeiro Concílio Geral da Igreja, realizado na cidade de Nicéia na Ásia Menor e que reuniu 318 bispos por um período de três meses, no ano de 325.

Este concílio teve claras duas posições diametralmente opostas: Segundo Ário, presbítero de Alexandria, somente Deus Pai seria eterno não gerado. O Logos, o Cristo preexistente, seria mera criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existiria. O Cristo existiria num tempo anterior à nossa existência temporal, mas não era eterno. Em oposição a Ário se colocaram Alexandre e Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em Jesus. Segundo sua brilhante defesa da trindade:

“Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho.”
Atanásio acabou por conseguir uma grande vitória neste concílio que terminou por declarar a divindade de Cristo, que, conforme concluiu o Concílio, “era da mesma substância do Pai”.

nota pessoal: Interessante que a divindade de Cristo foi decidida por homens.

A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino começou a pressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um concílio em Nicéia, em 325 AD, para resolver a disputa.
Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, não em algum consenso a que os bispos chegassem.

Uma característica marcante deste concílio foi a de que a maioria de seus bispos eram pastores, e não teólogos. Esta característica acabou por ajudar na defesa de Atanásio, que apelou para a fé dos bispos ali reunidos, fé esta que era resultado de sua experiência cristã.

A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atanásio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado. Vários bispos foram embora antes da votação para evitar a controvérsia. Jesus Cristo foi aprovado como sendo “uma única substância” com Deus Pai. É significativo que até hoje as igrejas ortodoxas do leste e do oeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda consequência de as igrejas do oeste não terem tido nenhuma influência na “votação”.
Dois dos bispos que votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito pena de morte.

Ao final do concílio, a cristologia equivocada de Ário foi rejeitada em Nicéia. O seguinte credo da Igreja surgiu deste concílio:

“um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra; o qual, por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e encarnou e foi feito homem, todos os que dizem que houve um tempo que ele não existiu, ou que não existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra substância ou coisa, ou que o Filho de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são condenados pela Igreja”.

Surgiu então assim a doutrina da trindade.Robert Ingersoll fez os seguintes comentários em “Ingersoll’s Works”, vol. 4, p. 266-67:
“Cristo, de acordo com a doutrina, é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com o Pai sendo a primeira e o Espírito Santo a terceira. Cada uma dessas pessoas é Deus. Cristo é seu próprio pai e seu próprio filho. O Espírito Santo não é nem pai nem filho, mas ambos.
O filho foi gerado pelo pai, mas já existia antes de ser gerado, exatamente o mesmo antes e depois. Cristo é tão velho quanto seu pai e o pai é tão jovem quanto seu filho.
O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, mas já era igual a eles antes de proceder, ou seja, antes de existir, mas
mesmo assim ele tem a mesma idade que os outros dois.
Deste modo, se afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus e que esses três deuses fazem um só deus. De acordo com a tabela de multiplicação celestial, um é três e três vezes um é um, e de acordo com a regra de subtração do céu, se diminuirmos dois de três, sobram três. A regra da adição também é estranha: se somamos dois a um temos apenas um. Cada um é igual a si mesmo e aos outros dois. Nunca houve nem nunca haverá algo mais completamente  absurdo que o dogma da Santíssima Trindade”.
Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado.
Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

O CREDO DE ATANÁSIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA

O Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no século V. Não foi escrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho:
“Adoramos um só Deus em Trindade… O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; e contudo eles não são três deuses, mas um só Deus”
Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade “pegasse”. A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja.Como vocês viram, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

Os defensores da Santíssima Trindade citam:
“Para que sejam um, como nós somos um” — João 17:22
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” — João 1:1 O verbo, "Palavra" era deus (Elohim) divino, e não "Deus era o verbo"
“Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” — João 17:21 Em joão aparece esta mesma expressão e estar um no outro não significa ser o mesmo:
"Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós."  (João 14 : 20)

“Eu e o Pai somos um” — João 10:30 Outra expressão que aparece no mesmo evangelho não significando ser o mesmo: 
"E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um."  (João 17 : 22)
“Quem me vê, vê o Pai” — João 14:9 Outra expressão comum
“Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim” — João 14:11 O mesmo caso de João 17,21. A mesma expressão de João 14,20

A Bíblia tem muito mais versículos negando a Trindade que a confirmando:
“Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus” — Lucas 18:19
“Porque meu Pai é maior do que eu” — João 14:28
“Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” — João 7:16
“Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” — Mateus 26:39
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” — Mateus 27:46
“Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai” — Marcos 13:32
“Que, tendo subido aos céus, está direita de Deus” — Pedro 3:22

E ainda há outros trechos, mas os que foram citados mostram bem as contradições. Fora os textos que não existem nos manuscritos gregos ou foram adulterados nas traduções em favor da trindade, e mesmo sendo fraude, os cristãos aceitam, como 1Jo5,7 e Mt 28,19.


Os cristãos apelam para as coisas mais estranhas para provar o dogma da Santíssima Trindade, inclusive declarar que ele é um “mistério” e que “nós somos muito limitados para entender”. A Bíblia é a palavra perfeita e infalível de Deus? A doutrina da Santíssima Trindade que os cristãos criaram e as contradições em que ela implica gritam que “Não”! Mas então como foi que o dogma veio a existir?
As origens da doutrina da Santíssima Trindade são chocantes. Houve muita fraude e derramamento de sangue. Muitas vidas foram perdidas antes que o Trinitarianismo fosse enfim adotado.
Como muitos cristãos sabem, a palavra “trindade” não aparece na Bíblia. E não aparece porque é uma doutrina que evoluiu aos poucos no início do cristianismo. Foi um processo manipulado, sangrento e mortal até que finalmente se tornou uma doutrina “aceita” da Igreja.

Por que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o Espírito Santo a posições iguais do deus judeu/cristão? Simplesmente porque o mundo pagão estava habituado a ter “três deuses” ou “trindades” como divindades. A trindade satisfazia maioria de cristãos que tinha vindo de culturas pagãs. O cristianismo não se livrou das trindades pagãs, ele as adotou assim como adotou tantas outras tradições pagãs.
O hinduísmo abraçou a divindade trina de Brahma, deus da criação; Vishnu, deus da manutenção, e Shiva, deus da destruição. Uma das muitas trindades do Egito era Hórus, Ísis e Osíris.
Os fundadores da primitiva igreja cristã não tinham idéia de que o conceito de Trindade iria surgir, ser votado por políticos, imposto por imperadores e um dia se tornaria parte integral do cristianismo moderno. Não é nenhuma surpresa que tal conceito seja “difícil” de explicar.
Há um deus cristão ou três em um? A maioria das igrejas cristãs apóia a doutrina da Trindade mas ainda há algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade de acreditar em uma possibibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos ridicularizados se negarmos a crença na Trindade.Como num supermercado, você escolhe a sua religião.
A 1º vez que aparece Trindade. Foi na construção da Torre de Babel.
O rei Ninrode = Rebelião. Adorava o sol. Quando ele morreu sua esposa Semiramis gerou Tamuz. Ela disse que seu marido foi para o sol e ficou grávida pelos raios do sol. A partir daí são chamados de 3 deuses
E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar Gênesis 10:10
Gênesis 11/1-9 - Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra. Gênesis 11:9.
Foram dispersos e levaram suas crenças da trindade.
Babilônia Ninrode (pai) Tamuz (filho) Semiramis (esposa)
Semiramis, Tamuz e Ninrod

Egito Osíris Horus Isis 
Osiris, Horus e Isis

Grécia Zeus Apollo Atena e Roma Jupiter Marte Venus 
trindade grega

Índia Brahama Vishnu Shiva 
Brahma, Vishnu e Shiva
E no cristianismo: Pai, filho e espirito santo
Pai, filho e espirito santo

É, a trindade é um conceito presente e marcante no cristianismo modermo, mesmo não existindo na bíblia e tendo sido criada a partir de fraudes, mortes e paganismo. "Ouve é Israel, o senhor vosso Deus é UM"


Shalom!


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