domingo, 30 de setembro de 2012

O povo mais perseguido da terra II


Muitas pessoas me perguntam porque o povo judeu é tão próspero e ao mesmo tempo tão perseguido. Geralmente eu respondo que é porque o judeu vive sob a lei, e na lei Deus determinou bençãos e maldições sobre o povo caso cumprissem ou não sua lei. Alguns religiosos dizem que os judeus são perseguidos por terem rejeitado ao messias. Mas nós vemos na história os judeus sendo perseguidos bem antes de Cristo e também vemos judeus que prósperam mesmo depois de terem rejeitado o messias. Por isso, vou expòr aqui o texto bíblico de Deuteronômio 28, em contexto, não apenas um versículo isolado, para todos entenderem o porque disso e, aliás, para mim, é uma das maiores provas da veracidade da bíblia:

DEUTERONÔMIO 28 - BENÇÃOS
1  E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.
2  E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus;
3  Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.
4  Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
5  Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
6  Bendito serás ao entrares, e bendito serás ao saíres.
7  O SENHOR entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos, que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença.
8  O SENHOR mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; (O TOQUE DE MIDAS) e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus.
9  O SENHOR te confirmará para si como povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do SENHOR teu Deus, e andares nos seus caminhos.
10  E todos os povos da terra verão que é invocado sobre ti o nome do SENHOR, e terão temor de ti.
11  E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar.
12  O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado.
13  E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.
14  E não te desviarás de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, andando após outros deuses, para os servires.


"E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me" Mt 19, 16-21


DEUTERONÔMIO 28 - MALDIÇÕES
15  Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:
16  Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo.
       "Os judeus foram expulsos de várias cidades e países e até mesmo do campo, nos progrons"
17  Maldito o teu cesto e a tua amassadeira.
18  Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas.
19  Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres.
20  O SENHOR mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste.
21  O SENHOR fará pegar em ti a pestilência, até que te consuma da terra a que passas a possuir.
22  O SENHOR te ferirá com a tísica e com a febre, e com a inflamação, e com o calor ardente, e com a secura, e com crestamento e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças.
23  E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro.
24  O SENHOR dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças.
25  O SENHOR te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás de diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da terra.  "Diáspora"
26  E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da terra; e ninguém os espantará.
27  O SENHOR te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te;
28  O SENHOR te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração;
29  E apalparás ao meio dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve.
30  Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não aproveitarás o seu fruto.
31  O teu boi será morto aos teus olhos, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de ti, e não voltará a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos, e não haverá quem te salve.
32  Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e por eles desfalecerão todo o dia; porém não haverá poder na tua mão.
33  O fruto da tua terra e todo o teu trabalho, comerá um povo que nunca conheceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos os dias.
34  E enlouquecerás com o que vires com os teus olhos.
35  O SENHOR te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça.
36  O SENHOR te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a uma nação que não conheceste, nem tu nem teus pais; e ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra. "Nabucodonossor"
37  E serás por pasmo, por ditado, e por fábula, entre todos os povos a que o SENHOR te levará.
38  Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá. "O famoso devorador"
39  Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá.
40  Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira.
41  Filhos e filhas gerarás; porém não serão para ti; porque irão em cativeiro.
       "A igreja católica fazia isso na idade média, proibindo os judeus de criarem seus filhos"
42  Todo o teu arvoredo e o fruto da tua terra consumirá a lagarta.
43  O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mais baixo descerás;
44  Ele te emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda.
45  E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado;
46  E serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua descendência para sempre.
47  Porquanto não serviste ao SENHOR teu Deus com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo.
48  Assim servirás aos teus inimigos, que o SENHOR enviará contra ti, com fome e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te tenha destruído.
49  O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás;
50  Nação feroz de rosto, que não respeitará o rosto do velho, nem se apiedará do moço;
51  E comerá o fruto dos teus animais, e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará grão, mosto, nem azeite, nem crias das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, até que te haja consumido;
52  E sitiar-te-á em todas as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te sitiará em todas as tuas portas, em toda a tua terra que te tem dado o SENHOR teu Deus.
53  E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o SENHOR teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão.
54  Quanto ao homem mais mimoso e delicado no meio de ti, o seu olho será maligno para com o seu irmão, e para com a mulher do seu regaço, e para com os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem;
55  De sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas.
56  E quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra seu filho, e contra sua filha;
57  E isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas.
58  Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, O SENHOR TEU DEUS,
59  Então o SENHOR fará espantosas as tuas pragas, e as pragas de tua descendência, grandes e permanentes pragas, e enfermidades malignas e duradouras;
60  E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti.
61  Também o SENHOR fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído.
62  E ficareis poucos em número, em lugar de haverem sido como as estrelas dos céus em multidão; porquanto não destes ouvidos à voz do SENHOR teu Deus.
63  E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra a qual passais a possuir.
64  E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra; e ali servireis a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; ao pau e à pedra.
65  E nem ainda entre estas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; porquanto o SENHOR ali te dará coração agitado, e desfalecimento de olhos, e desmaio da alma.
66  E a tua vida, como em suspenso, estará diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não crerás na tua própria vida.
67  Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo de teu coração, que sentirás, e pelo que verás com os teus olhos.
68  E o SENHOR te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito; nunca jamais o verás; e ali sereis vendidos como escravos e escravas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O povo mais perseguido da terra!

Servidão no Egito

O Povo de Israel ("Aquele que luta ao lado de Deus") surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia há cerca de cinco mil anos e que posteriormente rumaram para a região do Levante por volta do ano 2000 a.C.. No fim do século XVII a.C., por motivo de uma grande fome, Israel emigrou ao Egito, onde o governador da época era José, filho de Jacó (Israel). Dentro de um período de quatrocentos anos, com a morte de José e a sucessão do faraó, o Egito com medo do grande crescimento do povo israelita, escravizou Israel.

Filisteus
Após o fim do cativeiro no Egito, os israelitas vagaram pela região da Península do Sinai, reconquistando uma parte de seu território original no Levante, sob o comando do rei Saul por volta de 1029 a.C.. Segundo os relatos tradicionais, foi durante o reinado de Saul que, pressionados pelas constantes guerras com os povos vizinhos, as 12 tribos de Israel se unificaram, formando um único reino.

Assirios
Saul foi sucedido por David, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino. Sob o reinado de Salomão que Israel alcançou o apogeu, entre os anos 966 a.C. e 926 a.C. Roboão, filho de Salomão, sucede-lhe como rei em 922 a.C.. Porém, o Reino de Israel foi dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel, e ao Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém.

Babilônia
Em 586 a.C. o imperador babilônio Nabucodonosor invade Jerusalém, destrói o Primeiro Templo e obriga os israelitas ao seu primeiro exílio.
Levados à força para a Babilônia, os prisioneiros de Judá e Israel passaram cerca de 50 anos como escravos sob o domínio babilônico. O fim do Primeiro Êxodo possibilitou a volta dos israelitas a Jerusalém, que foi reconstruída, juntamente com seu Grande Templo. Do nome de Judá nasceram as denominações judeu e judaísmo.

Antioco 
Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e influenciado por diversas potências de sua época: assírios, persas, gregos,selêucida e romanos.
Ao longo de toda a dominação romana houve duas grandes revoltas dos judeus. Antes, houve uma primeira revolta no ano 134 a.C., quando Antíoco IV Epifânio, ainda durante a dominação selêucida, profanou o Templo ao sacrificar uma porca (animal considerado impuro pelo judaísmo) em seu altar. A revolta, chamada de Hasmoniana foi vitoriosa e garantiu a independência de Israel até o ano 63 a.C., quando o reino é conquistado pelos romanos. Seria durante este domínio que surgiria o Cristianismo.
Os romanos estabeleceram no reino judeu um protetorado. Entretanto, a prática da religião hebraica era constantemente reprimida pelos romanos, que interferiam na administração do Templo e atacavam e profanavam os locais de culto.

Vitória dos romanos
A primeira grande revolta contra o domínio romano se iniciou no ano 66 da Era Comum. Também conhecida como Grande Revolta Judaica, a rebelião duraria até o ano 72 d.C., quando o general Tito invade a região e destrói Jerusalém e o Segundo Templo. Cerca de um milhão de judeus teriam morrido durante os combates, segundo alguns pesquisadores. A região é transformada em província romana e batizada com o nome de Província Judaica.
A segunda e última rebelião contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba. A revolta foi esmagada pelo imperador Adriano em 135 e os judeus sobreviventes foram feitos escravos e expulsos de sua terra.
Durante os dois mil anos de duração do Êxodo, a presença judaica em Jerusalém e seu entorno foi constante, embora diminuta. No mesmo ano de 135, Adriano renomeou a Província Judaea para Província Siria Palaestina, um nome grego derivado de "Filistéia" (Em Hebraico, פלשת, em Grego, Pəléšeṯ) como tentativa de desligar a terra de seu passado judaico. A Mishná e o Talmude Yerushalmi (dois dos textos sagrados judaicos mais importantes) foram escritos na região neste período. Depois dos romanos os bizantinos e finalmente os muçulmanos conquistaram a Palestina em 638. A área do Levante foi controlada por diferentes estados muçulmanos ao longo dos séculos (à exceção do controle dos cristãos cruzados) até fazer parte do Império Otomano, entre 1517 e 1917.

O Exílio E As Perseguições Antijudaicas
Sob o domínio de diversos povos, culturas e religiões, os judeus exilados não encontraram jamais um clima de liberdade plena. Mesmo assim, os judeus sobreviveram às perseguições morais ou violentas em torno de sua religião e de sua cultura particular.
Cruzadas
Na Península Arábica do século VII, onde, provavelmente, chegaram após a destruição do Segundo Templo, os judeus viram-se envolvidos nas lutas entre Maomé e os habitantes de Meca. De início, parte integrante da umma criada por Maomé em Medina, duas tribos judaicas seriam expulsas da cidade, enquanto que a terceira seria executada (com excepção das mulheres e das crianças). Este episódio não tem, contudo, nada a ver com manifestações de antissemitismo, encontrando-se integrado nas guerras entre Meca e Medina e na mentalidade do século VII.

Em 1066, ocorreu o Massacre de Granada e, entre os séculos XII e XV, os judeus foram expulsos do Norte da Europa cristão. Os grandes massacres de judeus se sucederam em diversos países: Alemanha, Inglaterra (1290), França (1306 e 1394) e Espanha (1391), culminando na expulsão de 1492 e no grande massacre de Lisboa em 1506. Os judeus passaram a habitar a Europa Oriental.
Inquisição protestante
Com o fim da Idade Média e o Iluminismo, as perseguições diminuíram, embora prosseguissem. Durante a Era Moderna, os judeus da Rússia e de toda a região Leste da Europa foram constantemente perseguidos e massacrados sob os mais diversos pretextos e acusações. Em meados do século XIX, os pogroms forçaram as ondas de imigração judaica para a América e fomentaram o surgimento dos primeiros movimentos sionistas.

Massacre russo
Após o término da Primeira Guerra Mundial e a queda do Império Turco-Otomano, a antiga província da Palestina passou a ser administrada pela Grã-Bretanha. Atendendo às solicitações dos sionistas, os ingleses promulgaram em 1917 a Declaração Balfour, onde a Grã-Bretanha se comprometia a ajudar a construir um "lar judaico" na Palestina, com a garantia de que este não colocasse em causa os direitos políticos e religiosos das populações não-judaicas.

Com a reação violenta dos árabes a partir da década de 1920, os ingleses tentaram regredir na sua promessa, implementando políticas de restrição à imigração de judeus.A ascensão do Nazismo inicia uma perseguição antijudaica sem precedentes. Os judeus da Europa começam a ser perseguidos e por fim aprisionados e massacrados, numa grande tragédia humana igualmente vivida por outros povos envolvidos na Segunda Guerra Mundial. A morte massiva dos judeus e de outros grupos denominou-se Holocausto.
Holocausto nazista
Na Palestina, nacionalistas árabes foram insuflados a não aceitar a migração de judeus. Mohammad Amin al-Husayni, Grão-Mufti de Jerusalém (máxima autoridade religiosa muçulmana) se alia aos nazistas e promove perseguições antijudaicas.

Grupos judaicos clandestinos
As tensões entre judeus e a população árabe da Palestina, diante das ações do Mandato Britânico que supostamente beneficiavam estes últimos, gerou dentro de alguns setores da comunidade judaica um sentimento de revolta. Nacionalistas árabes, em oposição aos termos da Declaração Balfour e ao Mandato Britânico instigavam a realização de pogroms contra os judeus. Ocorreram incidentes violentos em Jerusalém, Hebron, Jaffa e Haifa.
Em 1921, após o massacre de dezenas de idosos judeus em Hebron, foi fundada a Haganá, com o objetivo de fazer a guarda das comunidades judaicas na Palestina e revidar os ataques árabes.

Da Haganá surgiu o grupo Irgun (anteriormente chamado de Hagana Bet) no ano de 1931. O Irgun celebrizou-se em atacar alvos militares britânicos.
O ataque mais famoso do Irgun foi a explosão do Hotel King David, em Jerusalém, onde funcionava o Quartel General do Mandato Britânico na Palestina. No ataque morreram 91 pessoas.
Além do Irgun, existia também o Lehi, fundado por Avraham Stern. Ao contrário do Irgun, que estabeleceu um pacto com os britânicos durante a Segunda Guerra Mundial para enviar voluntários para a luta contra os nazistas, o Lehi sempre recusou qualquer diálogo com os ingleses. Para além disso, o Lehi realizou contactos secretos com a Alemanha nazi através dos quais se oferecia na luta contra os britânicos no Médio Oriente, em troca da "evacuação" (ou seja expulsão) dos judeus da Alemanha.
Os grupos clandestinos judaicos (classificados pelos britânicos como terroristas) eram repelidos tanto pela Haganá (considerada o embrião do exército israelense moderno) quanto pela Agência Judaica e pela Organização Sionista, que não aceitavam seus métodos violentos e que procuravam trabalhar em harmonia com o Mandato Britânico.

Guerra dos seis dias
Migração
No período entre a Declaração de Independência e a Guerra de Independência, Israel recebeu cerca de 850 mil imigrantes, em especial sobreviventes de guerra e judeus oriundos dos países árabes (sefaraditas e Mizrahim). Ainda no período da Independência foi executada a Operação Tapete Mágico, para resgatar os judeus do Iêmen. Intigados pela propaganda árabe, a população muçulmana local e com a ajuda da polícia deu início a uma série de perseguições. Em 1947 82 judeus foram mortos e centenas de residências e casas comerciais destruidas.

No ano seguinte, um boato de que duas meninas haviam sido mortas por judeus em um ato religioso provocou uma nova onda de pogroms. Com isso, a situação econômica dos judeus do Iêmen se deteriorou e a American Joint Distribution Committee resolveu transportar toda a comunidade judaica daquele país para Israel. Entre junho de 1949 e setembro de 1950 cerca de 50 mil judeus iemenitas foram retirados em vôos secretos. Tentativas de sabotagem e ataques da aviação egipcia tornavam as viagens arriscadas. Entretanto, nenhum dos 380 vôos da Operação Tapete Mágico foi mal sucedido.
Até o fim de 1951 desembarcaram em Israel 37 mil judeus da Bulgária, 30 mil da Líbia e 118.940 da Romênia.

121.512 judeus iraquianos foram resgatados pela Operação Esdras e Nehemias. No total, o número de judeus resgatados nos primeiros anos de existência de Israel foi de 684.201, mais do que toda a população judaica de Israel em 1948. Dois terços destes imigrantes foram instalados em pequenos núcleos urbanos no interior. 35.700 em moshavim recentemente criados e 16.000 em kibbutzim.
Entre 1952 e 1954, o número total de imigrantes foi de 51.463. Em 1955, iniciou-se uma nova onda de imigração. Até 1957 chegariam ao país 162.308 novos moradores, em sua maioria do Marrocos, da Tunísia e da Polônia.

Os movimentos nacionalistas nos países do Norte da África empurraram os judeus destes países à aliá. Entre 1955 e 1957 mais 55 mil judeus marroquinos e 15 mil tunisianos deixaram seus países de origem. A revolução na Hungria, em 1956 e a repressão comunista na Polônia geraram mais ondas migratórias: 8.682 judeus húngaros e outros milhares de poloneses chegaram a Israel até o final da década.
Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, os judeus do Egito foram expulsos. 14.562 destes imigrariam para Israel. As cidades de Dimona e Ashdod, além das regiões de Lachish e Taanach foram povoadas com estes olim (imigrantes).

A Guerra dos Seis Dias também gerou uma onda de anti-judaísmo nos países sob a esfera de influência soviética. Os judeus da União Soviética eram proibidos de deixar o país, mas a partir de 1969 a reivindicação dos judeus soviéticos pelo direito a imigração possibilitou um ligeiro incremento no número destes olim. Na Polônia, pogroms foram registrados em 1967 e mais cinco mil judeus imigraram. Até 1973, ano da Guerra do Yom Kippur, 260 mil judeus desembarcaram em Israel, a maioria de países socialistas.

fonte: wikpédia

                                                              O povo que Deus formou

Shalom!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Papiro sugere suposto casamento de Jesus

Ainda que eu não esteja mais postando muito, decidi postar esta notícia porque achei interessante!

Ainda que isso seja um choque para católicos e evangélicos, relatos apócrifos como os de nagHamadi ou o evangelho ebionita, e a tradição oral judaica, já sugeriram o mesmo, acerca de um suposto casamento de Jesus. Este é um relato de um evangelho atribuido aos Ebionitas:

"E no ano décimo oitavo de sua idade, Yeshu desposou a Miriã, uma virgem da tribo de Judá, com quem viveu sete anos, e ela morreu, pois Deus a levou, que ele poderia ir para as coisas mais elevadas que ele tinha que fazer, e de sofrer pelos filhos e filhas dos homens" 

Fora que  segundo as profecias messiânicas, o messias deveria ser casado e ter uma descendência:


"Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua descendência, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão" Is 53,10

Isso tem sido mais um motivo de rejeição dos judeus quanto a Jesus ser o messias. Segundo o escritor Adreas Farber, Jesus não só se casou, como terminou seus dias na Índia. Para ver a matéria tecle Aqui

Mas como a história da igreja em sí, começa com um sincretismo religioso, para atrair mais adeptos ao cristianismo, não sabemos até que ponto isto é verdade ou não. Recentemente foi achada também uma bíblia em couro, do primeiro século que relata essa mesma visão, de um messias humano, e não um semi-deus, como a igreja definiu. Essa visão inclusive é a defendida pelos mulçumanos, segundo a sua tradição.
Aliás, não sei qual seria o pecado se o messias tivesse mesmo se casado e tido uma esposa, pois para ser Rabino, era obrigatório ser casado, como é até hoje. Para ver a matéria sobre a bíblia de 1500 anos encontrada na Turquia tecle Aqui

Agora, para reforçar ainda mais essa polêmica, recentemente foi divulgado a descoberta de um papiro que supostamente sugere o casamento de Jesus:


Um fragmento de um antigo papiro escrito no antigo idioma copta, e até agora desconhecido, contém frases que sugerem que Jesus foi casado, numa descoberta que deve alimentar o acalorado debate sobre esse tema no mundo cristão. Nesse pedaço, leem-se as palavras: "Jesus disse a eles: minha mulher...".

A existência do fragmento da metade do século 2, não muito maior do que um cartão de visitas, foi revelada na terça-feira (18) em conferência em Roma por Karen King, professora da Escola de Teologia de Harvard, de Cambridge (Massachusetts).

"A tradição cristã, por muito tempo, manteve que Jesus não foi casado, embora nenhuma evidência histórica confiável exista para amparar essa afirmação", disse Karen em nota divulgada por Harvard. "Esse novo Evangelho não prova que Jesus foi casado, mas nos diz que toda a questão só apareceu como parte dos inflamados debates sobre sexualidade e casamento."

Apesar da posição oficial da Igreja Católica de que Jesus nunca se casou, o tema reaparece regularmente - especialmente em 2003, quando a publicação do best-seller O Código da Vinci irritou muitos cristãos por se basear na ideia de que Jesus se casou e teve filhos com Maria Madalena.
Karem King

A pesquisadora disse em Roma que o fragmento, apresentado no Décimo Congresso Internacional de Estudos Coptas, representa o primeiro indício de que os primeiros cristãos acreditavam que Jesus havia sido casado.

Roger Bagnall, diretor do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo, em Nova York, disse acreditar que o fragmento, chamado por Karen de "O Evangelho da Esposa de Jesus", seja autêntico. Mas especialistas ainda irão analisar melhor o fragmento e submetê-lo a testes, com especial atenção para a composição química da tinta.

O fragmento, esfarrapado e amarelado, pertence a um colecionador privado anônimo, que contatou Karen para que o ajudasse a analisar e traduzir o material, que teria sido descoberto no Egito ou talvez na Síria.

King disse que só por volta do ano 200 a afirmação de que Jesus era solteiro começou a aparecer, por meio de um teólogo conhecido como Clemente de Alexandria.

"Esse fragmento sugere que outros cristãos desse período estavam dizendo que ele foi casado", afirmou ela, ressaltando que o papiro não comprova a existência de uma esposa de Jesus. "A tradição cristã preservou apenas aquelas vozes que diziam que Jesus nunca se casou. O ‘Evangelho da Esposa de Jesus' agora mostra que alguns cristãos pensavam o contrário."

A análise deve ser publicada em janeiro de 2013 pela Harvard Theological Review, mas ela já divulgou um esboço do trabalho (em inglês) e imagens do fragmento no site da universidade.

A matéria dessa descoberta esta disponivel em sites de noticia, para ver assece Aqui

Na história eclesiastica, de Eusébio de Cesaréia, um dos pais da igreja do primeiro século, é interssante sua narrativa de como os imperadores romanos perseguiram os descendentes de Davi:

Eusébio de Cesareia relata o seguinte em sua História Eclesiástica (III, 19-20):

"Mas quando o mesmo Domiciano comandou que todos os descendentes de David fossem assassinados, uma antiga tradição afirma que alguns dos heréticos acusaram os descendentes de Judas (dito irmão do Senhor pela carne), com base em sua linhagem vinda de Davi e sua relação com o próprio Cristo. Hegésipo relata esses fatos usando as seguintes palavras"

"Da família do Senhor ainda estão vivos os netos de Judas, que acredita-se que tenha sido irmão do Senhor pela carne. Foram passadas informações de que eles seriam da família de Davi e eles foram levados até o imperador Domiciano pelo Evocatus, pois Domiciano temia a vinda de Cristo como Herodes também temeu. Ele os perguntou se eles eram descendentes de Davi e eles confessaram que eram. Então ele os perguntou quais eram as suas propriedades e quanto dinheiro eles tinham. E ambos responderam que eles tinham apenas nove mil denários, metade para cada um. E estas posses não consistiam de prata, mas de um pedaço de terra de trinta e nove acres sob os quais eles coletavam impostos e se sustentavam por seu próprio trabalho. E eles foram perguntados sobre Cristo e o seu reino, de que tipo era, onde estava e quando seria, ao que eles responderam que não se tratava de um reino temporal e nem terreno, mas um reino celestial e angélico, que apareceria no final dos tempos, quando ele virá em toda glória para julgar os vivos e os mortos, dando à cada um de acordo com as suas obras. Ouvindo isso, Domiciano não passou seu julgamento contra ele, desprezando-os como se não tivessem importância, e os deixou partir. E, por decreto, encerrou a perseguição à Igreja. Após terem sido soltos, eles lideraram as igrejas por terem sido testemunhas e também parentes do Senhor. E a paz tendo sido estabelecida, eles viveram até o tempo de Trajano"

Estas foram as palavras de Hegésipo.

Eusébio termina seu relato afirmando que eles sofreram o martírio sob o imperador Trajano (98 - 117 d.C.), ainda citando Hegésipo (Hist. Ecles. III, 32.5):

"O mesmo historiador afirma que havia outros também, descendentes de um dos assim chamados irmãos do Senhor, cujo nome era Judas, que, após terem dado seu testemunho perante Domiciano, como já foi relatado, em nome da fé em Cristo, viveram até o mesmo reinado [de Trajano]. Assim escreve Hegésipo: "Eles vieram, portanto, e tomaram a liderança de todas as igrejas como testemunhas e como parentes do Senhor. E uma paz profunda tendo sido estabelecida, assim permaneceram até o reinado de Trajano e até que o já mencionado Simeão, filho de Cleofas, um tio do Senhor, foi dedurado pelos heréticos e foi, igualmente, acusado da mesma pena [ser descendente de Davi] perante o governador Atticus. Após ter sido torturado por muitos dias, ele sofreu o martírio e todos, incluindo até mesmo o procônsul, se maravilharam que, com a idade de cento e vinte anos, ele conseguiu aguentar tanto tempo. E ordens foram dadas para que ele fosse crucificado"

Epifânio de Salamina, em sua obra Panarion, menciona um Judah Kyriakos (Judas de Jerusalém), bisneto de Judas, como tendo sido o último bispo de Jerusalém judeu antes da Revolta de Bar Kokhba

Shalom!






sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pecado original não existe!


Muito me perguntam acerca do conceito de pecado original. Este conceito foi criado e definido pelos pais da igreja, mas não é bíblico. Para ser imparcial, vou expôr aqui a visão judaica e a islamica acerca disso, pois em ambas religiões monoteistas, não existe tal conceito.
Adão e Eva

A VISÂO JUDAICA
Os judeus acreditam que chegamos ao mundo com pureza original, e não com pecado original. Os judeus não acreditam no pecado original. ENFIM… Os judeus não acreditam na existência do pecado original. O conceito do pecado original indica simplesmente pelo fato de que Adão e Eva trouxeram morte ao mundo por terem pecado no Jardim do Éden. Segundo este conceito, cada ser humano morre porque Adão e Eva cometeram um pecado, e pelo pecado deles castigam todos os seres humanos com a morte. Contudo, a Bíblia descreve algo inteiramente diferente. Adão e Eva foram retirados do jardim do Éden porque se permanecessem ali, poderiam comer o fruto da Árvore da Vida, que os faria imortais (quando desde o princípio Deus os fez mortais). A crença de que eles trouxeram morte ao mundo e que morremos porque eles pecaram é incorreta. Como questão de fato bíblico, a resposta à pergunta demonstra que uma pessoa não pode morrer como castigo pelos pecados cometidos por outra. Morremos porque a morte é uma parte natural da existência e este é o nosso destino desde a criação dos primeiros seres humanos. Portanto, Adão e Eva comeram da fruta da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal conscientemente, mas Deus não os tirou do jardim por esta razão. Deus os tirou dali para evitar que eles comessem do fruto da Árvore da Vida e se tornassem imortais.

UMA EXPLICAÇÃO COMPLETA…
O conceito cristão do pecado original é o do pecado cometido por Adão e Eva no jardim do Éden. Dali em diante, todos os seres humanos nascem não apenas com uma tendência ao pecado, mas também com a culpa de Adão e Eva, e por esta culpa todos os seres humanos morrem (ver Coríntios 15:21-22). Em outras palavras, Adão e Eva trouxeram morte ao mundo como resultado de seu pecado, e devido a este pecado, todos os seres humanos são pecadores.

Isto é simplesmente não é bíblico. O texto bíblico nos diz que Adão e Eva não foram tirados do jardim do Éden porque pecaram (observe, por favor, que na primeira vez em que a Bíblia utiliza o termo “pecado”, não o faz em referência a Adão e Eva. Esta se refere à inveja de Caim contra Abel em Gênesis 4:7). O que despojou Adão e Eva do jardim do Éden foi a Árvore da qual Deus não queria que eles comessem. Esta era a Árvore da Vida.

Mas pensem racionalmente! Como Adão e Eva teriam que comer o fruto da Árvore da Vida para serem imortais, se Deus os fez mortais desde o início! Ele os criou de uma maneira tal que a morte fosse uma parte natural de sua existência, a partir do momento de sua criação! Ou seja, eles já eram mortais!

O texto bíblico de Gênesis 3:22-24 nos diz que Adão e Eva foram quase como Deus e os anjos, porque sabiam a diferença entre o Bem e o Mal. Deus e os anjos sabem a diferença entre o Bem e o Mal, mas Deus e os anjos também são imortais. Por Adão e Eva terem comido o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e o Mal, eles sabiam a diferença entre o Bem e o Mal como Deus e os anjos. Contudo, Adão e Eva ainda não eram imortais porque ainda não haviam comido o fruto da Árvore da Vida. Por isso Deus os afastou da Árvore da Vida retirando-os do Jardim. Isto significa que Adão e Eva não trouxeram morte ao mundo! Em outras palavras, os seres humanos não morrem devido ao pecado deles. Nós morremos pois Deus fez a morte como parte da vida a partir do momento da Criação. Não existe o pecado original!

“E o Eterno Deus disse: ‘Eis que o homem é como um de Nós, conhecedor do Bem e do Mal: agora, pois, talvez estenda sua mão e tome também da Árvore da Vida, e coma e viva para sempre.’ E o Eterno Deus o enviou do Jardim do Éden – de onde havia sido tomado - para cultivar a terra. Colocou, pois, o homem para fora, e o pôs ao oriente do Jardim do Éden – os querubins com uma espada flamejante que se revolvia para todos os lados, a fim de guardar o caminho da Árvore da Vida.” (Gênesis 3:22-24)

Lembre-se também que ninguém pode morrer pelos seus pecados. Isto significa que ainda que se acredite que Adão e Eva pecaram no Jardim do Éden (o que não fizeram), seus descendentes não podem morrer, e não morreram, pelo pecado de Adão e Eva.

* Autor - Rabino Stuart Federow, reproduzido com autorização no site : http://judeus.blogspot.com.br/

A VISÂO ISLÃMICA

A crença nessa doutrina diz que Adão trouxe a morte e a passou para todos os seus descendentes e todos nós já nascemos com uma culpa herdada. Essa doutrina pertence ao cristianismo paulino (fundado por Paulo de Tarso e atualmente seguido por quase a totalidade dos cristãos) segundo ele, todos os seres humanos nascem não apenas com uma tendência ao pecado, mas também com a culpa de Adão e Eva, e por esta culpa todos os seres humanos morrem (ver Coríntios 15:21-22).

Porém, isso é o que ensina Paulo e não o que ensina o restante da bíblia, que é muito clara em dizer que não se herda pecado:

"Naqueles dias não se ouvirá mais dizer: os país comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram botos. Mas cada um morrerá por sua própria iniqüidade; todo o homem que comer uvas verdes, a este é que ficarão botos os dentes." (Jeremias 31:29-30)

Ezequiel ainda é mais completo e detalhado e não deixa dúvidas:

"E me veio mais uma vez a palavra do Senhor que disse, o que pretendes com o converter em provérbio esta parábola sobre a terra de Israel em que se diz: Os pais comeram as uvas em agraço e os dentes dos filhos é que se acham botos? Assim como Eu sou, disse o Senhor Deus, não se passará mais ocasião de usar este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são Minhas, assim como a alma do pai, também a alma do filho Me pertence; a alma que pecar, esta é que perecerá. Se um homem for justo e proceder conforme o que é lícito e correto, se não tiver comido nos montes, nem tiver levantado os olhos para os ídolos da casa de Israel, se não houver pervertido a mulher do seu próximo, e não tiver se juntado com uma mulher menstruada,..."

continua:

"...nem houver oprimido a ninguém, e devolver o penhor ao seu devedor, se não houver prejudicado a ninguém pela violência, houver dado pão aos famintos, e houver coberto com vestes aos nus, aquele que não houver emprestado com usura, e não receber mais do que emprestou; que tenha afastado sua mão da iniqüidade, e decidido com justiça entre um homem e outro, tem caminhado conforme os Meus preceitos, e respeitado Meus mandamentos, para que procedesse de acordo com a verdade; este é justo, e viverá com certeza, diz o Senhor Deus... o filho não suportará a iniqüidade do pai, nem o pai sofrerá pela iniqüidade do filho; a probidade do justo recairá sobre ele, e a impiedade do ímpio recairá sobre este. Mas se o ímpio renunciar a todos os pecados que houver cometido, e guardar os Meus preceitos, e fizer aquilo que é lícito e correto, ele certamente viverá e não perecerá." (Segundo a Profecia de Ezequiel, 28. 1 a 19 e 20 21, essas foram as palavras de Deus).

Bom, que é verdade, que não se herda pecado, nós todos já sabíamos, não é? É uma questão de justiça que cada um pague e seja culpado exclusivamente pelo que cometeu de ilícito. Isso por si já refutaria a crença numa sucessão eterna de herdeiros de um pecado. Porém eu quero levantar aqui mais um ponto.

Adão foi expulso do paraíso porque pecou, porque trouxe a morte? A resposta positiva de alguns cristãos aqui pode ser imediata, porém, mais uma vez, não é o que ensina as escrituras.Segundo o cristianismo: Adão teria comido da arvore da sabedoria o que lhe teria dado discernimento do bem e do mal, então Deus o expulsou (junto com sua esposa).Então eu pergunto: porque foram expulsos?

Adão por ter comido da arvore do conhecimento, teria trazido a morte ao mundo, pois era imortal e porque pecou perdeu a imortalidade.Então eu pergunto: adão era imortal? 

Segundo as escrituras

Adão foi expulso não porque que pecou, mas sim para que, tendo conhecimento do bem e do mal, não comece também da arvore da vida (o que ai sim o deixaria imortal)

“E o Eterno Deus disse: ‘Eis que o homem é como um de Nós, conhecedor do Bem e do Mal: agora, pois, talvez estenda sua mão e tome também da Árvore da Vida, e coma e viva para sempre.’ E o Eterno Deus o enviou do Jardim do Éden – de onde havia sido tomado - para cultivar a terra. Colocou, pois, o homem para fora, e o pôs ao oriente do Jardim do Éden – os querubins com uma espada flamejante que se revolvia para todos os lados, a fim de guardar o caminho da Árvore da Vida.” (Gênesis 3:22-24)

Não herdamos a morte de Adão.
Primeiro: porque ele não era imortal, portanto a morte já o era natural e não foi uma punição. Então a morte não foi um castigo nem para o próprio Adão, que dirá para os seus descendentes.

Segundo: Mesmo que Adão tivesse cometido algum pecado imperdoável, esse não poderia nos ser transmitido, já que vai de encontro a justiça de Deus e contra o que está registrado dos profetas Jeremias e Ezequiel de que Cada um é responsável por seu próprio pecado e que não se pode herdar o pecado dos pais.

acabou? os cristãos com isso já se contentam? Não, eles têm sim versículos para provar que nascemos com pecados. Eles descontextualizam alguns versículos e mantêm, para eles mesmos, a farsa.

Apenas vamos considerar o antigo testamento aqui. Pois se havia pecado original porque apenas os livros após a morte de Jesus o citam? Como eu disse no começo no texto, essa é uma doutrina inventada por Paulo de Tarso e as unicas menções a essa doutrina se encontram nas cartas.

Os versículos coringa estão no livro de Jô. Vejamos:

“Como pode o HOMEM SER PURO, como pode ser inocente quem nasceu de mulher? Deus não confia nem mesmo em seus anjos, nem o céu é puro aos olhos dele. Quanto menos o homem detestável e corrompido” Jó 15:14

“Como seria justo o homem diante de Deus, como seria puro o filho da mulher? Até mesmo a luz não brilha, e as estrelas não são puras a seus olhos. Quanto menos o homem, esse verme, e o filho do homem, esse vermezinho.” Jó 25: 4

Há duas formas de responder isso.

1° - É dito que o homem é corrompido, portanto em algum momento foi corrompido.

2° - A pessoa que aí fala está mentindo. Isso mesmo. Não é uma evasiva minha não, é isso mesmo.

Explico:

Leiam com atenção por favor:Esses versículos que são parte de um discurso do acusador Bildade. Bildade era um dos companheiros de Jó que o acusava de ser transgressor.

Vejam: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bildade

O capítulo 25 de Jó, é um curto discurso acusatório de Bildade contra Jó.E no capítulo 26 e 27 Jó se defende das falsas acusações.

"Jó, porém, respondeu: Como sabes ajudar ao que não tem força e prestar socorro ao braço que não tem vigor! Como sabes aconselhar ao que não tem sabedoria e revelar plenitude de verdadeiro conhecimento! Com a ajuda de quem proferes tais palavras? E de quem é o espírito que fala em ti?" Jó 26:1,2,3

Os irmãos cristãos usam as palavras de um acusador falso para embasar sua crença. .O seu erro, sempre, é se apegar a versículos isolados e nunca ler a bíblia. Leiam os capítulos seguintes e verão que Jó não concorda com as palavras do falso acusador..Bildade acusava Jó de ser transgressor e usava as palavras do capítulo 25 que você reproduziu. Mas Jó se defende:

"Prosseguindo Jó em seu discurso, disse: Tão certo como vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que amargurou a minha alma, enquanto em mim estiver a minha vida, e o sopro de Deus nos meus narizes, nunca os meus lábios falarão injustiça, nem a minha língua pronunciará engano. Longe de mim que eu vos dê razão! Até que eu expire, nunca afastarei de mim a minha integridade." Jó 27:1,2,3,4

Os cristãos ainda usam:

Salmo 51: 5 – “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”

Davi aí fala do pecado em que vivia a geração em que ele nasceu. Ele nasceu em pecado e não com pecado. Ele nasceu dentro do pecado e não com pecado. RELEIA: Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. Salmos 51:5

Eram todos pecadores a sua volta, é isso que o versículo diz.

Mostram também Salmos 58:3: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.”

Precisa falar? Ta ok.

Desviam-se DESDE (a partir do momento em que nascem)Nascem E JÁ SE DESENCAMINHA (porém apenas depois do nascimento)O versículo 4 diz: Têm peçonha semelhante à peçonha da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos,Portanto, ninguém nasce com pecados e a doutrina do pecado original não foi ensinada por Jesus (nem por ninguém além de Paulo)

Mas e Jesus, será que concordaria com essa doutrina de que todos já nascemos carregados com a culpa e o pecado de outra pessoa? "Deixai vir a mim as criancinhas, e não os impedis, pois é de tais que é o reino de Deus. Em verdade vos digo, Todo aquele que não merecer o reino de Deus como criança, não entrará nele." (Marcos 10: 14 e15). Jesus falava da pureza, da inocência das crianças, e desconhecia essa doutrina que fala em pecado e culpa que já nasce com as pessoas.

*Texto de Antônio Andrade junior (Arhmed) do seu blog: http://por-que-deixei-o-cristianismo.blogspot.com.br/2009/01/pecado-original-no-existe-crena-nessa.html

Como vemos não tem nenhum versículo que respalde o conceito de pecado original exceto o de Paulo:


"Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" 1Cor 15,21-22

Isso contradiz a escritura e coloca em cheque a justiça divina. Por isso que ambas as religiões monoteístas não creem nesse conceito e descartam a interpretação Paulina. Talvez Paulo estivesse fazendo uma simples analogia apenas ou parábola, mas não condiz com o restante da escritura. A verdade é que a morte não entrou no mundo por Adão, pois ele já era mortal. E nem deixou de existir em Cristo pois ainda somos mortais. Creio que a morte que Paulo se referia era a espiritual e não fisica, pois em suas epístolas, é comum notarmos este tipo de analogia de morte e vida espiritual.


Sobre a doutrina de Paulo, leia: http://exegeseoriginal.blogspot.com.br/2012/06/paulo-foi-mesmo-apostolo.html

Paz á todos!





quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os sinais em jerusalém,segundo Josefo

História dos hebreus de Flavio Josefo
Historiador judeu do primeiro século

Todos os que acreditam na Volta de Jesus (1ª Tessalonicenses 5: 1 a 11), devem observar o relato do Escritor Judeu Flávio Josefo (37 a 103 DC) no seu Livro “A História dos Hebreus”- Obra Completa –II Parte – livro sexto, capítulo 31, página 680 e 681, publicado pela CPAD – em que Deus procura de todos os meios, avisar antes de executar o Seu Juízo.

O relato de Flávio Josefo se refere aos Sinais antes da  destruição de Jerusalém no ano 70 DC, os quais eu transcrevo na sequência. O relato de toda a operação de Guerra dos Romanos contra a Cidade por ser muito extenso não tenho como transcrever. É impressionante como Deus usou , e usa,  dos mais variados modos para avisar.

Todo evangélico deve conhecer esse relato antes de formular opinião apressada ou irônica sobre o que afirmo em relação “A Volta de Jesus”.
Abaixo transcrevo na íntegra o relato de Flávio Josefo, sobre os Sinais antes da destruição:

“Sinais e predições da desgraça que sobreveio aos judeus, aos quais eles não deram crédito.
Relatarei aqui alguns desses sinais e dessas predições. (relato de Flávio Josefo)
Um cometa, que tinha a forma de uma espada (CRUZ), apareceu sobre Jerusalém, durante um ano inteiro.(Mt 24,30)
Antes de começar a guerra, o povo reunira-se, a oito de abril, para a festa da Páscoa, e pelas nove horas da noite, viu-se, durante uma meia hora, em redor do altar  do Templo, uma luz tão forte que se teria pensado que era dia.

Os ignorantes tiveram-na como um bom augúrio, mas os instruídos e sensatos, conhecedores das coisas santas, consideraram-na como um presságio do que depois sucedeu. Durante essa mesma festa uma vaca que era levada para ser sacrificada, deu à luz, um cordeiro no meio do Templo.

Pelas seis horas da tarde a porta do Templo que está do lado do oriente e que é de bronze e tão pesada que vinte homens mal podem empurrar, abriu-se sozinha, embora estivesse fechada com enormes fechaduras, barras de ferro e ferrolhos, que penetravam bem fundo no chão, feito de uma só pedra.
Os guardas do Templo avisaram imediatamente o magistrado do que acontecera e lhe foi bem difícil tornar a fechá-la.

Os ignorantes interpretaram-no ainda como um bom sinal, dizendo que Deus abria em seu favor suas mãos liberais, para cobri-los de toda sorte de bens. Mas, os mais sensatos julgaram o contrário, isto é, que o Templo destruir-se-ia por si mesmo e que a abertura de sua porta era presságio, o mais favorável, que os romanos pudessem desejar. Um pouco depois da festa, a vinte e sete de maio aconteceu uma coisa que eu temeria relatar, de medo que a tomassem por uma fábula, se pessoas que também viram, ainda não estivessem vivas e se as desgraças que se lhe seguiram não tivessem confirmado a sua veracidade.

Antes do nascer do sol viram-se no ar, em toda aquela região, carros cheios de homens armados, atravessar as nuvens e espalharem-se pelas cidades, como para cercá-las. (Mt 24:30)

No dia da festa de Pentecoste, os sacrificadores estando à noite, no Templo interior, para o divino serviço, ouviram um ruído e logo em seguida uma voz que repetiu várias vezes: Saiamos daqui !

Quatro anos antes do começo da guerra, quando Jerusalém gozava ainda de profunda paz e de fartura, Jesus, filho de Anano, que era um simples camponês, tendo vindo à festa dos Tabernáculos, que se celebra todos os anos no Templo, em honra a Deus, exclamou: “Voz do lado do oriente, voz do lado do ocidente, voz do lado dos quatro ventos, voz contra Jerusalém e contra o Templo: voz contra todo o povo”.
Dia e noite ele corria por toda a cidade, repetindo a mesma coisa. Algumas pessoas de condição, não podendo compreender essas palavras de tão mau presságio, mandaram prendê-lo e vergastá-lo; mas ele não disse uma só palavra para se defender, nem para se queixar de tão severo castigo e repetia sempre as mesmas coisas.

Os magistrados, então, pensando, como era verdade, que naquilo havia algo divino, levaram-no a Albino, governador da Judéia. Ele mandou açoitá-lo até verter sangue e nem assim conseguiram arrancar-lhe um único rogo, nem uma só lágrima, mas a cada golpe que se lhe dava, ele repetia com voz queixosa e dolorida: “desgraça sobre Jerusalém”.

Quando Albino lhe perguntou quem ele era, de onde era, o que o fazia falar daquela maneira, ele nada respondeu. Assim despediu-o como um louco e não o viram falar com ninguém, até que a guerra começou.
Ele repetia somente e sem cessar as mesmas palavras: “Desgraça, desgraça sobre Jerusalém”, sem injuriar nem ofender aos que o maltratavam, nem agradecer aos que lhe davam de comer. Todas as suas palavras reduziam-se a tão triste presságio e as proferia com uma voz mais forte nos dias de festas. Assim continuou durante sete anos e cinco meses, sem interrupção alguma, sem que sua voz se enfraquecesse ou se tornasse rouca.

Quando Jerusalém foi cercada viu-se os efeitos de suas predições. Fazendo então a  volta às muralhas da cidade, ele se pôs ainda a clamar: “Desgraça, desgraça sobre a cidade, desgraça sobre o povo, desgraça sobre o Templo”. Tendo acrescentado “desgraça sobre mim”, uma pedra atirada por uma máquina, derrubou-o por terra e ele expirou proferindo ainda as mesmas palavras.

Se quisermos considerar tudo o que acabo de dizer, veremos que os homens perecem somente  por própria culpa, pois não há meios de que Deus não se sirva para procurar-lhes a salvação e manifestar-lhes por diversos sinais o que eles devem fazer. Assim, os judeus, depois da tomada da fortaleza Antônia, reduziram o Templo a um quadrado embora não pudessem ignorar o que está escrito nos livros sagrados, que a cidade e o Templo seriam destruídos quando aquilo viesse a acontecer.

Mas o que levou principalmente a encetar aquela infeliz guerra, foi a ambiguidade de outra passagem da mesma Escritura, que dizia que se veria naquele tempo, um homem de seu país, governar toda a terra.
Eles o interpretavam em seu favor e vários mesmo dos mais hábeis enganaram-se” (Até aqui o relato de Flávio Josefo)

Como disse Jesus:  "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam" Mt 24,34

O preterismo prova através da bíblia e da história que a grande tribulação já aconteceu! Ignorar isto é transformar Jesus em um falso profeta! 





Se alguém acha que Flávio Josefo havia perdido o juízo ao narrar todos esse feitos sobrenaturais que precederam a destruição de Jerusalém, veja o que diz Publius Cornelius Tacitus (55 À 120 d.C.), um romano daquele tempo, que não era cristão nem Judeu e nem estava interessado em defender lado nenhum:

   "Haviam acontecido vários prodígios em que esta nação, que é muito suscetível a superstições (mas que no entanto odiava todos os rituais religiosos) não considerou legítimo fazer a expiação através de ofertas e sacrificios.

...Haviam sido vistos exércitos participando de uma batalha nas nuvens, o fulminante brilho das armas, o templo iluminado por uma repentina radiação que vinha das nuvens.

...As portas do local sagrado interior foram subitamente abertas, e uma voz em um tom mais que mortal foi ouvida, e essa voz clamava que os deuses estavam indo embora.
...Na mesma hora, houve um poderoso movimento como de algo indo embora".[2]
 .......................................

..."No início desse ano, Tito César, foi escolhido por seu pai para completar a subjugação da Judéia, e aqueles que se distinguiram como soldados quando ambos eram ainda súditos começaram a ganhar poder e reputação, os exércitos e províncias buscaram superar uns aos outros em sua fidelidade a ele. O próprio rapaz, ansioso para ser considerado superior em sua posição, buscou demonstrar sua habilidade e energia na guerra. Devido à sua cortesia e afabilidade ele inspirou obediência, e usualmente misturava-se aos soldados comuns, quando trabalhavam ou marchavam, sem arriscar sua dignidade de general.

...Ele encontrou na Judéia três legiões, a 5a., a10a., e a 15a., todas tropas de veteranos de Vespasiano. A estas, ele adicionou a 12a. da Síria, e alguns homens pertencentes à 18a. e 3a., as quais ele trouxe de Alexandria. Esta força foi acompanhada de vinte coortes de tropas aliadas e oito esquadrões de cavalaria, pelos dois reis Agrippa e Sohemus, pelas forças auxiliares do rei Antíoco, por um forte contingente de árabes, que odiavam os judeus com o usual ódio de vizinho e, por último, por várias pessoas trazidas da capital e da Itália com a particular esperança de granjear o afeto ainda não garantido do príncipe. Com esta força, Tito entrou no território inimigo, preservando estrita ordem em seu avanço, fazendo o reconhecimento de cada ponto, e sempre disposto a engajar em uma batalha. Enfim, ele acampou perto de Jerusalém".[3]

Simolismo talmudico
A história de Kamtza e Bar Kamtza
Um homem tinha um amigo chamado Kamtza e um inimigo de nome Bar Kamtza. Certa vez, organizou um banquete e pediu a seu ajudante que encontrasse Kamtza e o convidasse para o banquete. Mas o ajudante trouxe, por engano, Bar Kamtza. Quando o anfitrião chegou e viu o inimigo lá sentado, enfureceu-se, gritando: Você é meu inimigo, o que está fazendo aqui? Levante-se e vá embora!. Bar Kamtza, que se sentiu humilhado com a possibilidade de ser expulso na presença de outros, implorou para ficar. Já que estou aqui deixe-me ficar, e pagarei por tudo que eu consumir, bebidas e comidas. O anfitrião não concordou. Bar Kamtza disse então: Deixe-me ficar e pagarei a metade de seu banquete. Novamente, o anfitrião negou o pedido. Bar Kamtza tentou uma última cartada: Pagarei pelo banquete inteiro. Mas o anfitrião nem se comoveu. Na frente de todos os convidados, pegou Bar Kamtza pela mão, expulsando-o do recinto.

Bar Kamtza saiu, constrangido e com muita raiva – não apenas do anfitrião. Como os rabinos estavam no banquete e não repreenderam o anfitrião pela forma como me tratou, ficou evidente que aceitaram o que ele fez raciocinou. Por isso, tramou sua vingança. Decidiu difamar os rabinos perante o imperador romano. Foi até César e disse: Os judeus se rebelaram contra Vossa Majestade! Quando César pediu algumas provas, ele fez a seguinte sugestão: Mande-lhes um animal para ser sacrificado e veja se o oferecem no Templo! César, então, enviou um bezerro perfeito com Bar Kamtza. Quando este se dirigia a Jerusalém, fez uma marca no bezerro tornando-o impróprio para o sacrifício no Templo. Interessados em manter a paz com o governo de Roma, os rabinos aceitaram a oferta do sacrifício, apesar da imperfeição. Todavia, Rabi Zechariah ben Avkulus opôs-se ao ato: Dirão que animais impróprios podem ser oferecidos no altar do Templo! Os rabinos, então, pensaram em matar Bar Kamtza para que ele não fosse até César delatar que sua oferenda havia sido recusada. Mas Rabi Zechariah disse: Dirão que aquele que macula animais é morto!

O bezerro marcado não foi ofertado nem tampouco Bar Kamtza foi impedido de ir ao encontro do imperador. Os romanos consideraram tal atitude um ato de revolta e César enviou o general romano Vespasiano contra os judeus. Enquanto estavam fora de Jerusalém, as tropas romanas se prepararam para sitiar a cidade, mas na cidade os judeus travavam uma guerra civil suicida. Os líderes judeus mais moderados, à frente do governo no início da revolta, foram mortos por seus compatriotas. Na expectativa de um cerco romano, os judeus de Jerusalém haviam estocado uma grande quantidade de alimentos, que poderia sustentar a cidade sitiada por muitos anos. Mas uma das facções dos zelotas ateou fogo nos mantimentos e suprimentos. Esses zelotas tinham esperança de que destruindo os víveres, os judeus não conseguiriam resistir ao cerco e se sublevariam contra os romanos. Mas a fome que resultou da destruição dos alimentos causou um tremendo sofrimento e morte entre os judeus.

No ano 70 de nossa era, os romanos finalmente romperam as muralhas de Jerusalém. Em Tisha B’Av daquele ano, o Segundo Templo Sagrado foi destruído. Calcula-se que mais de um milhão de judeus morreram na Grande Revolta contra Roma. O povo judeu foi exilado de sua terra natal.
O Talmud nos ensina que o primeiro Templo Sagrado de Jerusalém foi destruído por causa dos atos de idolatria, homicídios e imoralidade, comuns entre os judeus. Durante a época do Segundo Templo, os judeus estudavam a Torá e respeitavam suas leis, além de praticar atos de caridade. Todavia, eles se odiavam. Nossos sábios equiparam o ódio infundado com os pecados capitais da idolatria, imoralidade e homi-cídio
Um midrash lança mão da linguagem figurativa para relatar o seguinte conto e a lição óbvia a ser tirada: na noite de Tisha B’Av (a data que marca a destruição dos dois Templos Sagrados), a alma de nosso patriarca Avraham adentrou o “Santíssimo” – o lugar mais sagrado do Templo em que apenas o Sumo Sacerdote, o Cohen Gadol, podia entrar em Yom Kipur. O Todo-Poderoso, Bendito Seja, segurou a mão de Avraham e o fez caminhar com Ele. D´s perguntou, O que te traz, filho amado, à Minha Casa?” (Jeremias 11:15). Avraham respondeu: Meu D´us, onde estão meus filhos? D´us disse, Eles pecaram, portanto os exilei entre as nações. Avraham argumentou, Mas não havia nenhum virtuoso entre eles?
D’us explicou, …Cada um se regozijou com a ruína do outro (Midrash Eicha Rabba 1:21).

A história de Kamtza e Bar Kamtza é simbólica desse ódio infundado e de como as pessoas respeitavam “a letra” da Lei, mas desonravam seu “espírito”. A lei judaica permite violar até mesmo uma proibição da Torá por meio da oferenda de um animal maculado no Templo em prol da manutenção de boas relações com um governo não-judaico, evitando, dessa forma, o risco de perder vidas. Todas as proibições, com exceção da idolatria, assassinato e atos imorais como adultério e incesto, são permitidos quando o objetivo é o de sal- var vidas. O Talmud também ensina que a tolerância e a compaixão quando mal orientadas, como no caso demonstrado pelo Rabi Zechariah ben Avkulus, levaram à destruição do Templo. Qualquer pessoa que esteja, de forma justificada, incitando o governo contra seus irmãos judeus, pode ser condenada à morte. Por outro lado, o sábio que não permitiu o sacrifício de um animal maculado no Templo também recusou sentenciar Bar Kamtza à morte, apesar de sua trama diabólica.

Há muitas lições a serem tiradas do incidente entre Kamtza e Bar Kamtza e da guerra civil insensata que resultou na Diáspora de quase 2.000 anos. Mas, acima de tudo, há a lição do Talmud na conclusão dessa trágica história: Rabi Elazar disse: ‘Venham ver como é grande o poder da vergonha! Pois o Todo-Poderoso, Bendito Seja, permitiu que Bar Kamtza se vingasse da vergonha pela qual passou e Ele destruiu Seu Templo’” (Gittin 57a).

Nossos sábios ensinam que, como os judeus foram exilados de sua Terra natal por causa do ódio infundado, a Diáspora se encerrará quando eles praticarem o amor com desprendimento. O Primeiro Templo foi destruído porque o povo menosprezou a Torá. O Segundo Templo foi destruído porque os judeus se desprezaram. O Terceiro Templo será erigido quando os judeus aprenderem a seguir a Torá, realizando atos de caridade e bondade entre si. Há uma tradição segundo a qual o Messias, que será o construtor do Terceiro Templo, nascerá em Tisha B’Av. Este dia de luto e jejum, em que comemoramos a destruição de ambos os templos, será então revertido e o celebraremos com grande júbilo.




Shalom!

sábado, 8 de setembro de 2012

A tragédia das seitas apocalipticas !

Pastor Jim Jones

Hoje muitas pessoas esperam o apocalipse e muitas seitas e igrejas surgem pregando um arrebatamento e portanto,um livramento de uma possível ira divina no final dos dias. Isso não é novo e sempre haverá. Mas quando nós falamos acerca de preterismo e de que o apocalipse na verdade já ocorreu, pois se referia a sua época, somos geralmente taxados de hereges. O que acontece é que uma interpretação literal do apocalipse,sem exegese e sem o conhecimento do antigo testamento e da história, da a impressão de que de fato haverá um fim do mundo, uma batalha apocaliptica entre Jesus e Satanás e apenas alguns eleitos salvos.

Como já mencionei em um determinado vídeo,seitas inteiras surgiram incentivando seus membros a largarem trabalho, estudo e tudo mais esperando um apocalipse que já aconteceu. Um exemplo disso são os testemunhas de Jeová em sua origem, E em alguns casos, o pior não é apenas o prejuizo social e financeiro na vida do fiél, mas em alguns casos, isso pode custar vidas. Um exemplo famoso é o caso do pastor Norte-Americano Jim Jones que levou milhares de sua seita a cometerem suicidio esperando um apocalipse,que segundo ele, aconteceria naquela época. Vamos ver um pouco sobre Jim Jones e como lideres religiosos carismáticos, conseguem induzir seus fiéis a tudo, num tipo de lavagem cerebral.


James Warren "Jim" Jones (Crete, Indiana, 13 de maio de 1931 - Jonestown, 18 de novembro de 1978) foi um líder de seita estadunidense e fundador da igreja Templo dos Povos (Peoples Temple), e mentor do suicídio em massa da comunidade de Jonestown, na Guiana, em 18 de novembro de 1978, com o resultado de 918 mortes, em sua maioria por envenenamento.

Em 1954, Jones criou a sua própria igreja em uma área da cidade racialmente integrada. O culto recebeu vários nomes até adquirir a denominação definitiva de Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos), em 1959.
Através do Templo, Jim Jones adquiriu notoriedade e apoio político e da mídia em Indianópolis, contribuindo para por fim à segregação racial em departamentos públicos, restaurantes e hospitais. Em 1960, o prefeito democrata Charles Boswell o nomeou como diretor local da comissão de direitos humanos. No entanto, Boswell e Jones acabaram entrando em atrito quando o líder do Templo foi agredido em uma reunião do NAACP.

Com seu trabalho estabelecido em Indianápolis, Jim Jones começou a buscar novas áreas para a expansão de sua seita.
Em 1959, Jim Jones viajou a Cuba após a derrubada do regime de Batista, mas sua tentativa de trazer afro-cubanos para Indiana resultou em fracasso. Em 1961, após prever um ataque nuclear iminente, Jim Jones transferiu-se com sua família para o Brasil, mais precisamente em Belo Horizonte em uma casa localizada na Rua Marabá nº203, no bairro Santo Antônio, com a ideia de estabelecer um novo local para o Templo. Sem sucesso, transferiu-se em 1963 para o Rio de Janeiro, onde estudou a situação social das favelas cariocas e a mentalidade religiosa local.
Mas a necessidade de resolver conflitos internos na igreja em Indiana forçou Jones a retornar aos Estados Unidos (1965), passando no caminho de retorno pela então colônia britânica da Guiana.

A perspectiva de guerra nuclear – Jones faria uma nova previsão para 15 de julho de 1967 – continuou alimentando os objetivos de expansão de seu culto. Ainda em 1965, Jones começou a transferir a comunidade do Templo dos Povos para Ukiah, na região do vale das sequoias, no estado da Califórnia. Em 1970, já existiam sucursais do Templo em San Francisco e Los Angeles.

O movimento se expandia no país através de caravanas, distribuição de folhetos (especialmente entre viciados em drogas e sem-teto), concentrações em grandes cidades (como Houston, Detroit e Cleveland) e reuniões de testemunho. No entanto, todas as reuniões eram sediadas em San Francisco, que tornou-se a sede da organização em 1972. Em seu auge, em meados dos anos 70, o Templo dos Povos reuniu cerca de 3 mil membros, dos quais 70 a 80% eram afro-americanos pobres. Estatísticas exageradas do próprio movimento subiam seu número para 20 mil pessoas.

Sempre haverão datas falahas para o apocalipse!


As finanças do movimento provinham de doações provenientes de seus membros ou de pessoas influentes. Objetos pessoais de Jones e amuletos eram também vendidos e o Templo chegou a ter estação de rádio e sua própria gravadora de discos. "Não lembra algo de hoje?"

Após denúncias motivadas pela deserção de oito jovens membros da igreja em 1973, o grupo dirigente do Templo se fechou em torno de Jones e sua liderança pessoal. A partir de então, relatos de ex-membros registram planos e simulações de suicídio coletivo.

Em 1974, o Templo arrendou uma gleba de terra na Guiana, junto à localidade de Port Kaituma, próximo à fronteira com a Venezuela. Ali Jones, com sua família, pretendia erguer o “Projeto Agrícola” do Templo dos Povos, formando a comunidade informalmente denominada de Jonestown. Os primeiros 50 residentes, transferidos da igreja em San Francisco, chegaram em 1977. No ano seguinte, já eram mais de 900 (dos quais 68% eram afro-americanos). Ao mesmo tempo em que o fisco público fechava o cerco contra a isenção de impostos usufruída pelo Templo, Jones se referia de forma hostil ao governo dos Estados Unidos como o Anticristo, em rápida marcha em direção ao fascismo, e ao capitalismo como o regime econômico do Anticristo.

Além disso, pesaram contra Jones acusações de sequestro de crianças de ex-integrantes que tinham abandonado o Templo. O próprio Jones foi acusado de manter sob sua custódia John Victor Stoen, filho biológico de Timothy Stoen, que deixara o Templo em 1977. Stoen apelou ao congressista democrata Leo Ryan, para apelar pela custódia do filho junto ao presidente guianense Forbes Burnham. Em novembro de 1978, o Congresso dos Estados Unidos autorizou uma viagem de Leo Ryan para a Guiana (com a assistência de repórteres da NBC, para investigar as acusações de sequestro movidas contra Jones, bem como informações de que os membros da comunidade em Jonestown viviam miseravelmente.
Outras denúncias incluíam:

1) ameaças físicas e morais e mentais diretamente aos membros da seita, separados de qualquer contato com suas famílias;
2) tortura psicológica, com privação de sono e de alimentos;
3) exigência de entrega de propriedades e 25% da renda de cada membro da seita;
4) interferências de Jones na escolha do casamento e na vida sexual dos casais;
5) isolamento das crianças em relação aos seus pais;
6) campanha constante junto à mídia para dar uma impressão favorável e boa a Jones e ao Templo.

Ryan e sua comitiva foram recebidos calorosamente em Jonestown, em 17 de novembro de 1978, o que gerou um comentário positivo do congressista a respeito das condições de vida na comunidade isolada na floresta. Porém, no dia seguinte, a deserção de alguns membros da comunidade (que quiseram se reunir ao retorno da comitiva) criou um clima de tensão no local. Jones concordou com a saída, denunciando os desertores como traidores, e à tarde, Ryan foi atingido por um ataque desferido com faca e teve que apressar a retirada de Jonestown. Ao chegar à pista de pouso do Port Kaituma, o avião que deveria levar Leo Ryan e sua comitiva foi alvejado pela guarda (“Brigada Vermelha”) que fazia a segurança de Jim Jones. Ryan, três repórteres e uma ex-integrante do culto de Jones foram mortos. Foi a única vez em que um congressista dos Estados Unidos foi assassinado no cumprimento do dever.

Assim que chegou a notícia da morte de Ryan, à noite, Jones pôs em prática o suicídio em massa de toda a comunidade de Jonestown, para o qual já havia feito treinamento anteriormente (embora tenha dito que o veneno não era real) em reuniões chamadas de “noites brancas”. Os membros da comunidade foram induzidos a beber um composto líquido (na forma de suco de sabor uva), contendo potássio, cloreto de cianeto e substâncias sedativas. Os que eram pequenos demais receberam na boca ou através de seringas.
A cifra final de mortos chegou a 918, incluindo mais de 270 crianças e quatro que se suicidaram no escritório da seita em Georgetown. Mais de 400 corpos não identificados foram sepultados em Oakland (Califórnia).



Nem todos os integrantes da comunidade morreram na tragédia. No mínimo cinco membros conseguiram fugir ao cerco da guarda e fugir para a floresta durante o ritual de suicídio coletivo que durou, segundo essas testemunhas, cerca de 5 minutos. O corpo de Jones foi encontrado junto ao pavilhão maior, com um tiro único na cabeça.

Os eventos em Jonestown tiveram grande repercussão nos Estados Unidos e no restante do mundo.
Larry Layton, autor dos disparos contra Ryan, alegou lavagem cerebral mas acabou sendo condenado e permaneceu preso até 2002.

Vários membros da seita, inclusive a própria viúva de Jones, escreveram testamentos deixando seu patrimônio ao Partido Comunista da União Soviética. Jones enviou instruções para que o ativo de 7,3 milhões de dólares fosse levado à URSS através da embaixada soviética na Guiana. No Congresso, a oposição republicana conseguiu endurecer as relações dos Estados Unidos contra a Guiana, acusando o presidente Burnham de corresponsabilidade na tragédia. No entanto, ele permaneceu no poder até sua morte, em 1985, e seu corpo foi mumificado pela equipe do Mausoléu de Lenin, em Moscou.
Antes da tragédia, o Templo já tentara negociar o êxodo da comunidade para a URSS ou outro país do bloco soviético, mas a iniciativa foi recusada por estes países. No início da década de 80, o local onde existia Jonestown foi reocupado por refugiados laocianos.

Nos Estados Unidos, o restante da seita se dispersou. O Templo em Los Angeles foi fechado por falta de verbas e os demais locais da seita passaram a ter outras utilidades. Vários ex-membros relataram o medo de serem eliminados por agentes de Jones que sobreviveram. Michael Prokes, designado para transferir o dinheiro ao PCUS, cometeu suicídio em um março de 1979. Algumas teorias conspiratórias apontam a participação da CIA, mas sem nenhuma evidência real.

Idéias religiosas de Jones

Velho jargão: "Ai daquele que falar do
ungido do senhor!"
As concepções religiosas de Jim Jones não se enquadram na visão ortodoxa da fé cristã. Jones compreendia o Evangelho como uma ação política radical, sem esperança no além, e sua liderança pessoal como um elemento acima de qualquer crítica dentro de sua igreja. 
Apesar de ser chamado “Reverendo”, Jim Jones jamais foi ministro ordenado. Uma de suas prováveis influências religiosas foi o pregador M. J. Divine (1876-1965), que também dirigiu um movimento dirigido à comunidade afro-americana, no Harlem em Nova York. Pregações de Divine eram distribuídas aos membros do Templo, e as ideias dele sobre a adoção podem ter influenciado a Rainbow Family de Jones.

Jones era um adepto da cura pela fé, e via a si mesmo como um profeta, capaz de realizar milagres e com o dom da clarividência. Ao lado das reuniões de milagres para um grande número de pessoas (semelhantes as dos pentecostais desta época), Jones mantinha um constante serviço de assistência social aos mais pobres de sua comunidade. Cerca de metade dos integrantes do Templo em Indianápolis era de afro-americanos.

No decorrer de sua pregação mística, Jones afastou-se ainda mais do cristianismo tradicional e tornou aberto o seu “Socialismo apostólico” (conforme o texto de Atos dos Apóstolos 4:34-35, que Jones relacionou ao lema “de cada um conforme o seu trabalho, a cada um conforme a sua necessidade”, constante na Crítica ao Programa de Gotha, de Karl Marx). Jones afirmou ser a encarnação presente de diversos líderes religiosos ou políticos, como Jesus Cristo, Buda, Gandhi, Marx, Lenin e o próprio M. J. Divine.

No final dos anos 60, Jones já descrevia o cristianismo com uma religião fabulosa, e recusava a validade dos seus dogmas. A Bíblia era rejeitada como um manual escrito por brancos para justificar a sujeição das mulheres e a escravidão negra. O Paraíso não podia ser mais encontrado no além-túmulo e sim na existência terrena, através da luta pela igualdade. Seus críticos (como Tim Reiterman, um dos sobreviventes de Port Kaituma) o descreveram como um ateu, que apenas dera uma roupagem religiosa ao comunismo político.

Vale lembrar, porém, que os livros de Marx sobre o socialismo científico (comunismo) não se referem em nenhum parágrafo a abusos quaisquer, principalmente no que diz respeito a uma justificativa religiosa. O marxismo é uma teoria baseada no estudo da história e entende as religiões nos contextos históricos estudados (e então deduz para os demais) como elementos de poder em serviço de algum sistema de poder político-econômico (uma classe dominante), portanto é uma teoria atéia em seus princípios, meios e fins. Além de que, contrapondo-se à religião, a filosofia de Marx entende o homem como ser cujo entendimento teórico 1. é submetido ao tempo histórico e 2. que nunca se antecipará perfeitamente à realidade, admitindo a possibilidade de crítica e a possibilidade de erro.

Após o caso, várias teorias conspiratórias surgiram. Os familiares não tiveram acesso aos corpos dos seus entes queridos, que foram imediatamente cremados. Há relatos de várias drogas que seriam usadas no acampamento, sugerindo um grande programa de controle mental. Muitos relacionam esse caso com o projeto ULTRA-MK da CIA. Este projeto realmente existiu, mas até hoje não se pode comprovar a ligação dos fatos.

O fato é que este caso deveria servir de exemplos a cristãos fundamentalistas e facilmente manipuláveis que se deixam levar por seus líderes religiosos, crendo segamente serem estes ungidos por Deus, inerráveis e fechados a qualquer crítica. A manipulação religiosa, um tipo delavagem cerebral, a teologia do medo,leva os fiéis ao aprisionamento mental e ao medo dese questionar qualquer dogma ou seu líder religioso, supostamente "ungido".





Vale ressaltar que este blog tem por objetivo o estudo sério das escrituras, e infelizmente, por dogmatismo religioso, muitas vezes somos taxados de hereges, como todos que questionaram estas seitas que interpretavam a bíblia ao bel prazer, enriqueceram com vendas de indulgências e falsas profecias apocalipticas. Fica ai o alerta como exemplo no caso de Jim Jones. Seus fiéis seguidores diziam o mesmo que alguns dizem hoje: "Ai de quem falar do ungido do senhor!"

fonte do wikipédia utilizada na biografia de Jones:  wikpédia
sobre o apocalipse: O apocalipse jáaconteceu! Abram os olhos!

Shalom!

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