sábado, 27 de outubro de 2012

A história de Jerusalém

                                                                                                   Jerusalém e a guerra dos deuses
Cidade sagrada para árabes, judeus e cristãos, Jerusalém, graças ao seu poder simbólico, tem sido historicamente palco de terríveis guerras e massacres entre os seguidores de Deus, de Jeová e de Alá. Leia a seguir uma síntese do milenar combate entre os deuses pela posse dos lugares santos.

Imaginem um jardim situado entre dois desertos e próximo a um mar que não tem vida, o Mar Morto. Ao sul dele espalha-se o terrível Neguev e, ao oriente, as áridas areias avermelhadas da Judéia. A escassa água que por ele corre tornou-se através dos séculos motivo de lutas entre todos os povos vindos das terras escaldantes dos arredores. Além disso, entre os ciprestes e rochas que se espalham pelos Montes de Sion, Scopus, Moriah e Oliveiras, encontram-se inúmeras grutas e cavernas que todos supõem serem sagradas.

De pedra cinza-claro, a beleza e mistériodelas exerceu sempre um espantoso efeito de atração sobre
os habitantes da antiga Canaã.Pensavam que por aquelas aberturas  naturais feitas na rochas os deuses enviavam-lhes augúrios ou advertências.Eram, diziam, as gargantas dos deuses.
Os ruídos e estranhos sons por elas omitidos somente cabia aos profetas e aos iluminados de Deus entender.
 

A capital das 12 tribos

Bem ali, em meio àquele desconsolo de pedras e areia que cercava um riacho, envolvida por um ar de magia e fé, formou-se Jerusalém! Num dos seus primeiros momentos, as lutas pela sua posse entre filisteus politeístas e monoteístas hebreus, conduziram a que o rei Davi, o sucessor de Saul, conquistasse-a dos jebusianos. Supõe-se que ao redor do ano 1000 a.C., o rei-pastor consagrou-a como a capital de todas as 12 tribos de Israel. Sucedido em 970 a.C. pelo seu magnífico filho, o sábio rei Salomão, com seus tributos de 666 talentos de ouro, com quatro mil estábulos para os seus 12 mil cavalos, Jerusalém tornou-se a digna morada de Jeová, em honra de quem o lendário rei, trazendo cedros do Líbano, reformou o Primeiro Templo. O deus dos hebreus deixava de ser uma divindade dos desertos para ir habitar um grande centro. Confirmação da magnificência do poder e da sabedoria do grande rei foi a visita que lhe fez a tão celebrada e bela rainha de Sabá.




Da idade do ouro ao cativeiro

Aqueles bons tempos idílicos do povo de Israel, quando Jeová reinou poderosamente sobre as terras da Palestina, vivem até hoje na memória dos judeus. Foi sua Era de Ouro. Mas então pairou sobre eles uma enorme nuvem vinda do Oriente. A era das delícias encerrou-se bruscamente em 597 a.C., quando o rei babilônio Nabucodonosor II marchou contra Jerusalém. Conforme as terríveis previsões do profeta Ezequiel, que prognosticou a catástrofe, Naburzadã, o general babilônico, para sufocar a revolta de Sedecias, destruiu o templo sagrado e pulverizou a capital no ano de 586 a.C.. Os seus habitantes viram-se reduzidos à escravidão. Os templos e os céus daquela Cidade Santa esvaziaram-se, enquanto a parte mais aquinhoada do povo hebreu foi levada em cativeiro para a Babilônia.



Ciro ordena a reconstrução

Ciro, o Grande, rei dos persas, o conquistador da Babilônia, condoído com a situação dos judeus escravizados, decidiu permitir que o povo de Jeová, então agrilhoado àquela grande cidade, retornasse ao seu sítio. Pelo decreto real de 538 a.C., autorizou a saída dos hebreus de lá e sua reinstalação na Palestina. De volta à sua antiga capital, o rei permitiu que o altar dos holocaustos fosse novamente erguido. O alto comissário persa Zorobabel e o supremo sacerdote Josué supervisionaram então o reerguimento do Segundo Templo(obra que imagina-se ter-se iniciada ao redor do ano de 520 a.C.). Com ele restaurado, os persas manifestaram a sua intenção estratégica de fixar os hebreus recém-retornados libertos do cativeiro da Babilônia para que servissem como uma forte barreira contra os egípcios, inimigos do grande rei.

Macabeu contra Zeus

Dois séculos mais tarde, foram os deuses olímpicos que vieram atormentar o remanso de Jeová. Zeus e Marte trazidos em 332 a.C. nas pontas das lanças das falanges de Alexandre, o Grande, tomaram de assalto a cidade sagrada. A política de tolerância religiosa do afamado conquistador macedônico, porém, não foi seguida pelos seus sucessores. Antíoco Epifanes, um inábil governante, exigiu que Zeus fosse cultuado dentro do templo, enquanto proibia aos judeus de praticar os seus ofícios. O resultado não se fez esperar. Em 168 a.C., eclodiu a terrível rebelião dos macabeus. Primeiro foi o sacerdote ancião Matatias, o Hasmodeu quem comandou a resistência, em seguida foi seu filho Judas, o Macabeu ("o martelo") que liderou a revolta até que Zeus e Marte fossem expulsos dos altares do Templo de Jerusalém. Depois, devidamente purificados, instituiu-se a festa da Hanucá, a "festa das luzes".

A política de Herodes

Nem bem o todo-poderoso do monte Olímpico retirara-se de Jerusalém quando, em 63 a.C., chegou a vez Júpiter Capitolino lá ir assentar-se. Dessa vez o novo deus viera trazido pelas poderosas legiões romanas de Pompeu.
 
Percebendo que a sobrevivência de um estado hebreu seria impossível sem o apoio de Roma, o rei Herodes, também um Hasmodeu, o tão odiado tirano das lendas cristãs, resolveu submeter-se ao novo poder emergente. O Reino de Israel, de 37 a.C. a sete d.C., tornou-se um estado vassalo dos césares. O soberano governante não sentiu nenhum pudor em batizar uma série de localidades hebréias com nomes romanos (tais como o porto de Cesaréia ou o Lago Tiberíades), afirmando publicamente aquela subordinação.

Foi por essa época, da aliança entre Jeová dos judeus e Júpiter Capitolino dos romanos que uma seita de camponeses, pastores e alguns pescadores floresceu na Galiléia, aproximando-se depois para as cercanias da cidade.

Jesus Cristo

Eles seguiam um pregador milagroso de Nazaré chamado Jesus. Para os crentes, era evidente que aquele homem santo tratava-se do tão esperado messias, o salvador, anunciado pelo profeta Elias. Apesar de ter concentrado sua atividade ao redor do Mar da Galiléia (Lago Tiberíades), Jesus Cristo percebeu que a grande batalha se daria com a conversão de Jerusalém. A qual ele também previu maus agouros. Quando ele saía do Templo em Jerusalém e os discípulos mostravam-lhe as construções do grande edifício, ele lhes disse; "Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não ficará pedra sobre pedra que não seja demolida"(Mateus, 24). Numa das páscoas, ele fizera uma entrada triunfal na cidade sagrada, onde a multidão o acolheu com palmas. Mas foi só. Os demais hebreus, principalmente os sacerdotes do Sinédrio, viram-no como um herético, um desordeiro.



Julgado e crucificado

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos... e não o quiseste!"
Jesus Cristo (Mateus, 23)

 

 
Denunciado à autoridade romana ("Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará"- João,13), preso e acusado, levaram-no perante a Anás, e ao Sumo Sacerdote Caifás, que, por sua vez, o conduzem ao pretório do procurador romano Pôncio Pilatos. Apontaram-no como um agente da dissolução religiosa por se fazer passar como filho de Deus. Jesus Cristo, após ser flagelado e ridicularizado pela guarda romana e ter percorrido doloroso calvário pelas ruelas de Jerusalém, foi crucificado no Gólgota, no "Lugar da Caveira", provavelmente no ano de 33. Renascido depois de três dias, fez por estimular os seus discípulos, Pedro e depois Paulo, a levar a boa nova, da eminente chegada do Reino dos Céus, para bem mais longe de Jerusalém, para a Grécia, para Roma, afim de converter os gentios.

A rebelião dos judeus

No ano de 66, a sempre tensa paz entre romanos e hebreus foi rompida. Milhares deles, a partir de Cesaréia, durante quase quatro anos, pegaram em armas numa tentativa inútil de expulsar os funcionários de César da terra prometida. A vingança de Júpiter Capitolino foi terrível. Em 70, o general romano Tito, obedecendo as ordens do seu pai Vespasiano, enviados ambos à Palestina para reestabelecer a ordem imperial, assaltou Jerusalém, e incendiou e arrasou o templo, não sem antes promover-lhe o saque completo. Deu-se assim a segunda destruição do templo, separada da primeira, executada pelos babilônicos fazia quase 600 anos atrás. No arco comemorativo de Tito, erguido em Roma,
celebrando o episódio, pode-se ver num dos frisos o desfile dos troféus pilhados pelos romanos. Entre eles, o enorme Candelabro de Hanuká, o das sete velas, carregado pelos vitoriosos. A destruição do templo desarticulou o povo hebreu. Doravante o seu único amparo viria do Livro, das rezas e das súplicas.
 

Os hebreus, gente sem terra, sem templo e sem rei, a partir de então, principalmente depois do fracasso do levante de Bar Kokhba (esmagado pelo general romano Julius Severus no ano de 135), passaram a ser referidos como judeus. Marcados como um povo danado, obrigado a errar para cá e para lá aos sabores do acaso. Espalharam-se. Jeová, reduzido ao nomadismo dos tempos das tribos de Israel, rumou então para a longa diáspora que se estendeu por dezenove séculos. Nesse tempo todo virou um errático, num deus quase clandestino, cultuado muitas vezes à socapa. Cumpria-se, assim diziam, coletivamente, a maldição que Jesus teria lançado sobre o sapateiro Aasverus de Jerusalém o qual, negando-se a dar-lhe apoio quando cambaleava indo com a cruz para o Gólgota, foi condenado a vagar pelo mundo sem lar e sem sepultura por toda a eternidade.

Enquanto isso, a cidade de Jerusalém transformou-se num quartel romano. O imperador Adriano, que a visitou no ano de 131, chamou-a de Aelia Capitolina.


Jerusalém cristã

Entrementes, o Cristianismo ganhava adeptos em Roma e em Bizâncio, ofuscando Júpiter Capitolino. O mundo pagão declinava e o dos seguidores de Jesus ascendia. Jerusalém, quase deserta, empobrecida e abandonada por todos, foi salva do mais completo desconsolo pela conversão do imperador Constantino, o Grande (ocorrida em 312). Foi Helena, a imperatriz-mãe, uma fervorosa adepta da nova religião, quem lá chegando atrás da cruz, providenciou o reconhecimento dos lugares santos por onde Jesus passara e sofrera, restaurando o trajeto do calvário e mandando erguer a Igreja do Santo Sepulcro. Assim por meio de uma série de obras piedosas fizeram com que dali em diante Jerusalém também se tornasse um lugar de devoção dos cristãos. Os seus portões passaram então a abrir-se, acolhendo as levas de peregrinos recém-convertidos à nova fé do Império Romano.

A chegada de Alá
Tudo parecia indicar que Jerusalém, com o banimentos dos judeus, daria abrigo perpétuo ao deus cristão. Então um novo e empolgante deus emergiu dos desertos da Arábia, logo trazido até a Palestina pelas cimitarras dos beduínos. Foi a vez de Alá deslocar o deus cristão, instalando-se na cidade santa pelas mãos do califa Omar, que a ocupou em 636. Em pouco tempo, os minaretes dominaram a paisagem. Não demorou muito para que o grande edifício da Esplanada da Mesquita, com sua maravilhosa cúpula dourada - que brilha como um sol no seu esplendor -, afirmasse que dali em diante a Palestina inteira deveria seguir os ensinamentos do profeta. Construíram-na sobre o Monte Moriah, bem sobre a pedra em que o patriarca Abrãao teria feito o sacrifício do seu filho Isaac e de onde, bem mais tarde, o espírito de Maomé erguera-se em direção ao além.


Maomé e os hebreus

 
O profeta Maomé, num primeiro momento ainda em Medina, pensava ordenar aos seguidores que fizessem a qibla, a orientação das suas preces, na direção de Jerusalém. O motivo era que lá também celebrava-se um só deus, o "Mericordioso", como tantas vezes os hebreus testemunhavam. Mas os judeus de Medina zombaram da nova fé. Maomé lhes moveu guerra e os submeteu a um imposto. Isso não o impediu que, quando Alá o avisou da proximidade da sua morte, ele ter feito uma longa cavalgada noturna de Meca a Jerusalém para ir dali direto ao Sétimo Céu, para um encontro com o Eterno. O califa Omar ( não se sabe se Omar I, ou Omar II, que governou de 717 a 720) porém, uns tempos depois, elaborou para o "Povo do Livro" um estatuto melhor, tornando-os seus protegidos ( dimis). Desde que aceitassem o domínio do Islã poderiam manter a sua liberdade religiosa, ainda que sob certas restrições.


Jerusalém, três vezes sagrada

Dessa forma, com a conquista árabe, o polígono amuralhado da cidade que já abrigava o deus dos cristãos e o pouco do que restara de Jeová, passou a celebrar doravante o poderoso Alá. Assim, desde o século VII, Jerusalém tornou-se triplamente sagrada: era o repouso da Arca Sagrada dos judeus, a Cidade Santa dos cristãos, e o santuário dos islâmicos. Em cada uma das suas pedras havia a lembrança de uma história, em cada esquina ou sobrado dera-se uma aparição, ora era um anjo muçulmano, um arcanjo cristão, ou ainda uma assombração para um rabino. Em cada uma das suas inúmeras ruelas passara um homem santo, um profeta ou um provável messias. Jerusalém inteira e seus arredores estava coberta de sinais da santificação, do miraculoso, do inescrutável, do sobrenatural. Para as três grandes religiões, era o vestíbulo dos céus, um prévio entreposto humano antes da chegada do reino de deus.

As Cruzadas

 
No século XI, uma tribo de turcos seljúcidas, recém-convertidos ao islamismo, deu-se a cercear as peregrinações feitas pelos cristãos. Tal atitude fez por provocar um furor inaudito no papado e na nobreza européia, fazendo com que Jerusalém terminasse por ser conquistada por eles. Em 1099, um arrogante deus da cristandade, invocado pelo Papa Urbano II e protegido pelas cotas de malhas e pelos espadões dos cruzados, trazidos por Godofredo de Bouillon, Balduino e Tancredo, voltou a pôr os pés na cidade sagrada, esmagando as forças de Alá e os sobreviventes de Jeová. As estreitas ruas de Jerusalém viraram riachos de sangue. E não foi em sentido figurativo. Depois que os mandados de Godofredo abriram uma brecha no Portão de Herodes, nem os animais domésticos dos infiéis foram poupados pelos invasores. Na ocasião, os cristãos fanatizados perpetraram um massacre de tais proporções que estremeceram para sempre as relações entre cristãos, os opressores, e os muçulmanos e judeus, as vítimas. Nunca tanta hediondez fora cometida em nome de Cristo.


A tolerância de Saladino

 
Em 1187, Saladino, sultão do Egito e da Síria, estimulando todo o povo árabe à Jihad, a um levante sagrado contra os cristãos, conseguiu, graças as suas habilidades guerreiras e às artimanhas diplomáticas, retomá-la dos cruzados. Demorara 88 anos para que um muçulmano voltasse a pôr os pés na no Haram As-Sharif, o monte onde se encontra a Grande Mesquita em Jerusalém. Em seguida, permitiu que os judeus para lá voltassem. Alá, então, foi misericordioso com o povo de Jeová, aceitou que lá abrissem a sinagoga de Ben Najmam em 1267. Mais tarde, com a proteção da Sublime Porta Otomana, Alá reinou quase que absoluto na Cidade Santa por sete séculos seguidos, até a chegada das tropas britânicas. Em 1918, sob o comando do general Allenby, a cidade sagrada foi resgatada dos turcos. Então deu-se a vez do deus cristão voltar a dominar.

O retorno de Jeová
 
 
Jeová enquanto isso preparava-se para voltar. Depois de ter padecido nas mãos da Inquisição do Santo Ofício, de ter sido humilhado nos pogroms dos cristãos ortodoxos no leste europeu, e de ter sido quase exterminado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, o deus dos judeus começou seu caminho de retorno a Jerusalém. Em cinco de maio de 1948 fundou-se o Estado de Israel. Hoje, é Jeová quem conta com o apoio do seu antigo algoz, o Deus da cristandade, em sua luta contra Alá. Desde então, há mais de meio século, Jerusalém voltou a ser palco de intensas disputas. Os israelenses querem-na por inteiro pelo seu simbolismo, por representar a sua unidade, por ter sido a antiga capital das 12 tribos de Israel. Os árabes, por sua vez, sofrem pesadelos em imaginar que a Esplanada do Templo, da sacrossanta Al Aqsa Mosque, possa vir a cair definitivamente nas mãos dos israelenses. E assim se encontra até hoje a Cidade Santa. O que deveria ser o exemplo da concórdia e da tolerância entre os homens do mundo inteiro tornou-se o seu contrário.


Shalom!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A teoria de que o Deus do AT não é o Pai de Jesus!

Hoje com a internete, a informação chega muito mais rápido e a muito mais pessoas. Mas nem toda informação é boa, pois a internete esta cheia de coisas boas e ruins. E infelizmente as coisas ruins se propagam como pragas! Já não bastasse as mentiras anti-semitas, tipo o Rei Salomão foi satanista, a estrela de David é do diabo, os judeus não são judeus, os judeus mudaram o nome de Deus, etc.... Agora, mais uma teoria incoerente, que por mais se prove na bíblia ser falsa, tem circulado pel net, a de que o Deus do antigo testamento era outro e não era o pai de Jesus. Ou seja, voltemos ao politeísmo. Eram dois deuses, e Jesus supostamente veio desmascarar o deus do Antigo testamento, o que eles chama de Jeová sanguinario e homicida.

Tudo isso começou com um criador de vídeos, não sei qual a sua profissão ou formação, chamado Paulo marcio Tejo, basta procurar no youtube. Em seus vídeos, ele mesmo afirma que a liberdade de expressão e crença nos é garantida por lei, portanto, também tenho o direito de refutar isso. Em seus vídeos ele utiliza versículos isolados que convencem pessoas que desconhecem a bíblia e não tem o hábito de estudar o contexto.  Um dos vídeos que tem circulado abaixo:



Por exemplo, ele cita em um de seus vídeos que Deus é luz segundo o NT e no AT diz que Jeová mora nas trevas. Não sei de onde ele tirou isso, talvez de uma almeida corrigida, mas o fato é que o versículo citado não diz isso exatamente, mas não adianta nem tentar explicar.

As pessoas superficiais se baseiam em analises superficiais. Como uma criança. Basta alguém ler uma guerra no AT que ja chega a conclusão que Deus é um tirano e sanguinario. Ai basta ler uma palavrinha de amor de Jesus no NT e pronto, não são os mesmos deuses do Velho e Novo testamento. Mas esse conceito de bem e mal, é relativo assim como luz e trevas. Em Isaias 45,7 por exemplo, Deus se declara o autor tanto do bem quanto do mal, afinal, ele é Deus, não é limitado como nós seres humanos. Engraçado que no novo testamento vemos algumas citações semelhantes de jesus:

"Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;" (Mateus 10 : 34)
"E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim." (Lucas 19 : 27)

Mas, estes e outros versiculos, é claro, são ignorados pelos defensores dessa teoria. Claro! se eu quero criar uma teoria, para ter respaldo bíblico, devo omitir e ignorar os versiculos que podem me refutar!

Deus, sendo incorporeo, Eterno e Criador de tudo que há, Deus não pode ser limitado como se fosse um homem. Eu não posso dizer que Deus é isso ou aquilo, pois, como Deus, ele é tudo! Baseados em um versículo de João, em que o apostolo diz que Deus é amor, eles limitam Deus a apenas isso, como se Deus não fosse mais nada, nem justo, mas apenas paz e amor e relevasse tudo e amasse a todos. Infelizmente não é bem assim que funciona. Quando João diz que Deus é amor, não esta dizendo que é só amor. Pois Deus também é justiça! Se ele castigou até os que amava, é porque sua justiça existe, independente de ser amor!

Agora essa teoria é tão absurda, que basta uma analise até superficial da bíblia para refuta-la. Jesus disse que veio enviado pelo Pai para cumprir o que estava escrito acerca dele em Moisés e nos profetas:

"Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele." (João 5 : 46)

Mas se era outro Deus o do VT, porque Jesus veio cumprir o que esse deus disse. Nossa, totalmente ilógico! E ai dizem como argumento, e é sério, que Jesus se refere a Deus sempre como pai e nunca o chamou de Deus ou o associou ao deus do AT. Vejamos:

"Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus." (João 8 : 54)

"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (João 20 : 17)

Mais versículos ignorados. Ai quando postados em debates dizem que são acréscimos, parábolas, má interpretações etc.... O mais íncrivel não é alguém criar uma teoria assim sem respaldo bíblico algum, mas é ter pessoas que acreditam nisso e ainda saem em suas redes sociais blasfemando contra Deus o chamando de tudo que é nome. E depois ainda ficam nervosas porque os judeus não revelam o nome de Deus!! Se já blasfemam assim do criador, chamando-o de homicida, sanguinario, tirano, etc...imagina se soubessem o nome então!

 
O mais patético disso também, é que os ensinos de amor de Jesus, que segundo eles vem do verdadeiro Deus, o de amor e não o Jeová do AT, não são de JESUS, são justamente desse Jeová do AT que eles tanto chingam em suas redes sociais. Das duas uma, ou são cegos e não enchergam isso, ou enchergam mas gostam de blasfemar mesmo! Porque não é possível. Vejamos algumas coisas que Jesus disse:

"E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Mateus 22 : 39)

Mas o malvado Jeová já havia dito isso! Isso não é de Jesus:

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR." (Levítico 19 : 18)

Estranho Jesus citar uma das leis do suposto falso deus do VT não!!! Jesus também disse:

"Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;" (Mateus 5 : 44)

Mas Jeová havia dito as mesmas coisas:

"E não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu irmão." (Zacarias 7 : 10)

"Assim diz o SENHOR: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar." (Jeremias 22 : 3)

"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do diarista não ficará contigo até pela manhã." (Levítico 19 : 13)

E poderiamos citar a bíblia toda, mas as pessoas só enchergam o Deus de guerra, que mandava matar os inimigos de Israel, sem nem ao menos estudarem o porque. Porque estes povos queriam exterminar seu povo. mas isso não conta, assim como também o que jesus disse sobre seus inimigos:

"Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés." (I Coríntios 15 : 25)

Citando inclusive um salmo de David, que seguia o Deus do VT. Aliás, interessante como o NT inteiro cita profecias e passagens do AT. Mas mesmo assim, para eles, não é o mesmo Deus. É mole!!

Para finalizar, cada um é livre para acreditar no que quiser. Como eu sempre digo, vivemos em um país livre e laico. Mas não é porque você acredita, que signifique que seja verdade. E não é porque é verdade para você, que você tem o direito de espalhar blasfêmias contra Deus! Pense nisso! Um dia todos nós, inclusive eu, pretaremos contas à Deus por nossas obras!

Shalom!
por: Ronaldo Gomes

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Se o apocalipse já aconteceu, o que falta acontecer?

Se o apocalipse já aconteceu, o que falta acontecer?
por: Ronaldo Gomes

Muitas pessoas, constantemente me preguntam: Se o apocalipse ja aconteceu, o que falta acontecer, nada? Por isso estou criando este artigo, que talvez possa esclarecer as pessoas. Como muitos sabem, sou um defensor da teologia preterista. Mas o que alguns não sabem, é que existem dois tipos de preterismo, o total e o parcial.

O preterismo total acredita que todas as profecias da bíblia se cumpriram nos primeiros séculos e tudo já aconteceu.

O preterismo parcial, acredita que a maioria das profecias aconteceram nos primeiros séculos, e outras ainda irão acontecer, como a volta de Jesus e a restauração de Israel por exemplo. A igreja católica e os testemunhas de Jeová, são os que mais se identificam com essa teologia parcial.
Eu costumo me definir como preterista parcial. Nem sei se a definição correta é esta, mas acredito que seja a mais adequada com meu ponto de vista. Eu acredito que a grande tribulação, o sermão profético de Jesus e o apocalipse já aconteceram! Mas acredito que ainda há coisas preditas na bíblia que não aconteceram, pois são referentes ao futuro. Acredito que Deus jamais daria uma profecia em vão, ou para não se cumprir, portanto, coisas que não aconteceram nos primeiros séculos, como a restauração de Israel ou o retorno das tribos perdidas por exemplo, eu creio que são coisas referentes ao futuro, provavelmente a nossa época mesmo.

Profecias como Zacarias 12 em diante ou Ezequiel 38 em diante, eu enchergo o cumprimento das mesmas na nossa geração.

Segundo a minha visão escatológica, Jesus profetizou acerca da destruição de Jerusalém e da dispersão dos judeus pela terra, e no apocalipse, sobre a perseguição da besta romana a igreja e a Israel. Depois veio a vitória dos cristãos, e o reino de Cristo estabelecido dentre os homens. Mas Israel ficou disperso até 1948, quando eles finalmente conseguiram o reconhecimento do estado de Israel. Na profecia de Jesus, vemos um tempo limite para a disperção dos judeus:

"E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem" Lc 21,24

Esse "até" que Jesus se refere vai muito além do periodo da tribulação e perseguição deIsrael. Israel esteve sob dominio romano, e os judeus proibidos por decreto de praticarem o judaísmo ou habitarem em Israel. O que os levou a migrarem pela Europa e Jerusalém ficou sob dominação gentilica por quase dois mil anos. Depois vieram os católicos, os turcos-otomanos, os mulçumanos, os ingleses, até que enfim, os judeus começam a migrar aos poucos para Israel, com o sionismo iniciado por David Bem Gurion, que já via a nescessidade dos judeus voltarem para sua terra devido as perseguições que sofriam na europa. Com o nazismo e o holocausto, a imigração para Israel foi em massa, e aumentaram os conflitos com os palestinos, até que em 1948, a então liga das nações resolveu criar o estado de Israel.


É interessante notar, que no apocalipse, vemos dois períodos de mil anos. Ainda que pareçam ser o mesmo periodo, em certos fragmentos, segundo pesquisadores, vemos uma distinção. Um periodo se refere ao reino dominante de Cristo e o outro a prisão de satanás. A prisão de satanás, já analoguei com os mil anos literais de paz que os judeus gozaram na Polônia, cumprindo inclusive uma profecia rabinica, de que eles teriam mil anos de paz, ou seja, mil anos sem a perseguição do dragão: 


"E o dragão (ROMA) irou-se contra a mulher (ISRAEL), e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente (JUDEUS), os que guardam os mandamentos de Deus (LEI/TORÀ), e têm o testemunho de Jesus Cristo." (Apocalipse 12 : 17)




Esta profecia, também é semelhante a de Oséias, onde o profeta fala de três dias, que podemos tomar simbolicamente por três anos ou três milenios:
"Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele." (Oséias 6 : 2)
Se tomarmos a interpretação milenar, de que para Deus um dia é como mil anos podemos ler: 

"Depois de dois dias ( DOIS MIL ANOS) nos dará a vida, e no terceiro dia (TERCEIRO MILÊNIO) nos ressuscitará"

Se tomarmos a interpretação judaica, dia=ano podemos ler analogando com o massacre nazista da segunda guerra mundial que terminou em 1945:

"VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou (HOLOCAUSTO), e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida (1945) Depois de dois dias (DOIS ANOS 1947) nos dará a vida; ao terceiro dia (TERCEIRO ANO 1948) nos ressuscitará, e viveremos diante dele" Os 6,12

Ambas as interpretações são coerentes, e condizentes com o midrash judaico. Outro ponto interessante, é que Paulo menciona também um limite para o reinado de Cristo:

"Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força" 1Co 15,24

Ai, muitos podem estar pensando: "Isso é o fim do Cristianismo!" Não! Na verdade, Paulo esta se referindo a uma restauração do mesmo. O cristianismo só será pleno quando voltar as suas raizes judaicas, a oliveira. O periodo cristão, hibrido, sincretizado, eu enchergo a profecia de Daniel 2, onde o profeta fala de um reino misturado de barro com ferro. Ferro como a fé firme dos cristãos e barro como algo moldado por cima dos pagãos.

E ai então os judeus poderão aceitar que Jesus foi o messias, cumprindo assim uma outra profecia que não se cumpriu nos primeiros século:


"Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim (ADONAY), a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele (JESUS), como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito" Zc 12,10

Note no contexto de Zacarias doze que esta profecia não se refere a época de Jesus, mesmo que o autor do quarto evangelho tenha entendido isso, mas vemos que os judeus não se lamentaram por Jesus, e Jerusalém não foi uma pedra pesada para os povos na época. Ao contrario, vemos isso hoje, e vemos bem que as nações que avançaram contra Jerusalém foram destruidas, como na guerra do Yon Kipur ou dos seis dias por exemplo, quando Israel, mesmo menor e sózinho, conseguiu derrotar seus inimigos, depois de quase dois mil anos.

Em Ezequiel 38, vemos uma profecia semelhante, a dos ossos secos, que são a casa de Israel, mas Ezequiel vai mais além e menciona uma guerra das nações da terra contra Israel e também gogue, que também é mencionado no apocalipse. Em ambas profecias, vemos Deus pormetendo proteger Israel, o que também não aconteceu no primeiro século:

"Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor DEUS: Porventura não o saberás naquele dia, quando o meu povo Israel habitar em segurança?" Ez 38,14

"E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha." Ap 20,8


Por isso, eu creio que estamos na época da restauração. Que o período do reino dividido esta chegando ao fim, e o cristianismo esta retornando as suas raízes, Israel. Como disse Paulo, entregará o Reino ao Pai, depois de destruir todo império e potestades, isto é, o paganismo.

Mas e o que vai acontecer?. Primeiro eu creio que esta guerra de Gogue e magogue, que etimológicamente simbolizam o Irã, a antiga Pérsia e a Russia, o reino do norte. Talvez isso seja um advento de uma guerra mundial, onde as nações se voltarão contra Israel, como já vemos hoje e isso desencadeie uma guerra mundial. Aliás, o maior conflito do mundo atualmente é o oriente médio e Israel. Talvez ai sim os judeus percebam que seu messias já veio!

Sobre a volta de Jesus, existem correntes divergentes quanto a isso:

Uns crêem que Jesus voltará ainda mais uma vez , para durante essa batalha, salvar seu povo, que o reconhecerá como messias. Isso baseia-se na epístola de Barnabé, onde ele analoga duas vindas do messias com os dois bodes de expiação, de levitico 16. Quando eles virem o bode dirão: Mas não é o mesmo! Pois segundo Barnabé, o mesmo bode rejeitado, excluido é o mesmo consagrado que virá como Rei, o messias. Algumas correntes judaicas-messianicas analogam isso as duas vindas do messias, como Yeshua ben Yosef, quando ele veio humilde para salvar seu povo, foi vendido e preso, como José do Egito e Yeshua ben David, quando ele virá como um Rei, como David, para salvar e reinar sobre seu povo.

Outros crêem, segundo uma antiga tradição oral, que quem virá não será Yeshua, mas um descendente de David, talvez até do próprio messias dependendo da visão de cada um, que Deus ungirá e salvará seu povo na grande batalha de HaMeguido, conhecida como armagedom. Deus prometeu que um descendente de David reinaria em Israel, sobre os judeus, e como Jesus foi rejeitado, existe esta teoria. Essa teoria se baseia também na história, onde vemos por exemplo, que vários imperadores romanos perseguiram os descendentes de David. Eusébio de Cesaréia, um dos chamados pai da igreja, do primeiro século, cita essas perseguições, porque os romanos temiam, que um descendente de David, surgisse e acabasse com eles, devido a essa profecia rabinica.

Por fim, tem os que crêem que o que virá será apenas uma era messiânica, de paz. Onde, como disse Isaias, O boi e o leão pastarão juntos. E que o messias não será uma pessoa, mas um espirito que atingirá o consciente coletivo da humanidade.

Das três teorias, a primeira parece ser mais coerente, mas deixo a livre interpretação de cada um.

Só para concluir este estudo, isto é apenas um resumo, um esboço; pois como todos sabem, eu trabalho e não tenho tempo para fazer um estudo mais profundo e detalhado com mais midrash e hermêneutica. Por isso é só uma breve explanação sobre o que falta acontecer, se o apocalipse já aconteceu. Quando eu tiver condições farei um estudo em vídeo mostrando todos estes pontos.

Minha conclusão escatológica é que Israel será atacada, será protegida por Deus e quando todas as nações se voltarem contra ela, O messias a salvará. Como virá o messias, não sabemos, mas podemos concluir que ele certamente salvará não apenas seu povo, mas restaurará tudo o que foi destruido pelos gentios.

Shalom!
por: Ronaldo Gomes

Leia o artigo completo e tudo sobre o apocalipse em:

http://exegeseoriginal.blogspot.com/2014/09/livro-o-apocalipse-ja-aconteceu-e-book.html

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