quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A história de Chanucá (resumida)

A História de Chanucá Resumida

A Ocupação Síria

Há mais de 2000 anos, o rei selêucida Antiochus III governava Israel. A princípio, ele tratava com bondade os judeus e lhes dava alguns privilégios; porém quando os romanos o derrotaram, Antiochus forçou os povos de seu império a fornecerem o ouro necessário para pagar os tributos romanos. Seu filho e sucessor, Seleucus IV, continuou a opressão.

Porém o pior conflito causado pela ocupação síria de Israel veio de dentro, com o crescimento do poder dos judeus "helenistas", que adotaram a cultura grega idólatra. O Cohen Hagadol, Sumo Sacerdote, Yochanan, previu o perigo dessa influência. Enfurecidos por essa oposição, os helenistas tentaram fomentar o conflito entre o Rei Seleucus e Yochanan.

"Louco!"

Logo, Seleucus foi assassinado e seu irmão Antiochus IV tornou-se rei. Um tirano cruel, Antiochus zombava da liberdade religiosa. Era chamado "Epifânio" (amado pelos "deuses"), porém um historiador contemporâneo, Polebius, chamou este rei perverso de "Epimanes", que significa "louco".

Esperando impôr uma religião e cultura comuns, Antiochus negou a liberdade religiosa aos judeus, suprimindo a Lei da Torá. Ele instalou o irmão de Yochanan em seu lugar, o helenista Jason, como ele chamava a si mesmo em grego – que passou a divulgar os costumes gregos no sacerdócio. No entanto, seu amigo helenista Menelau expulsou Jason. Enquanto isso, Antiochus empreendeu uma guerra bem-sucedida contra o Egito. Roma exigiu que ele parasse, e ele cedeu. Em Jerusalém, nesse interim, espalharam-se boatos da morte acidental de Antiochus, e o povo se rebelou contra Menelau, que fugiu.

Mártires

Antiochus soube DA rebelião em Jerusalém; já furioso por ter suas ambições frustradas no Egito, enviou seu exército para atacar os judeus, matando milhares. Emitiu então decretos severos proibindo a religião judaica, confiscando e queimando Rolos de Torá. Guardar o Shabat, realizar a circuncisão e cuidar as leis dietéticas eram agora castigadas com a morte. Apegando-se à sua fé, milhares de judeus sacrificaram a própria vida.

Matityahu…

Por fim, os soldados de Antiochus chegaram à aldeia de Modi’in. Construíram um altar na praça principal e exigiram que Matityahu, um sacerdote idoso e líder da comunidade, oferecesse sacrifícios aos deuses gregos. Ele recusou, professando a lealdade do seu povo ao pacto de D’us com Israel.

Quando um judeu helenista aproximou-se para oferecer um sacrifício, Matityahu agarrou a espada e matou-o. Seus filhos e seguidores mataram muitos invasores e perseguiram os restantes, depois destruíram o altar. Matityahu sabia que Antiochus certamente enviaria soldados; então ele e um bando de seguidores fugiram rumo às colinas da Judéia.

…e filhos

À beira da morte, Matityahu conclamou seus filhos a continuarem sua luta. Um irmão, Shimon "o Sábio", os guiaria; outro os lideraria na guerra, Yehudá, "o Forte" – chamado Macabeu, um acrônimo do hebraico "Mi Camocha Ba’e-lim Hashem" – "Quem é como Tu, ó D’us".

Antiochus enviou Apolônio para eliminar os Macabeus. Embora maior e mais bem equipado, o exército de Apolônio foi derrotado pelos Macabeus, que agora derrotavam uma tropa síria atrás da outra. Antiochus decidiu mostrar seu poder militar para esmagar o corajoso pequeno bando de judeus. Mais de 40000 soldados sírios foram enviados à luta. Após uma série de batalhas, os Macabeus venceram!

Uma pequena ânfora

Em seguida, os Macabeus foram libertar Jerusalém. Tiraram do Templo os ídolos ali colocados pelos sírios. Construíram um novo altar, consagrado a 25 de Kislêv de 3595 (165 AEC).

Os sírios tinham roubado a Menorá de ouro do Templo, portanto os Macabeus imediatamente fizeram uma nova, porém de metal menos nobre. Embora o azeite impuro pudesse ser usado para acender a lamparina do Templo se necessário, eles insistiram em usar apenas a única ânfora de azeite com o selo do ultimo Sumo Sacerdote justo, Yochanan.

Aquela pequena e única ânfora, contendo azeite somente para um dia, durou os oito dias, conforme comemoramos todos os anos: os Oito Dias de Chanucá.

Shalom!

fonte: Histórias judaicas (curtam)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Uma análise sobre o quarto evangelho

O evangelho segundo João

O quarto evangelho é chamado de evangelho espiritual de João, pois não é sinótico. Ele difere em muitos pontos das narrativas dos outros três evangelhos. Este evangelho só foi aceito como canônico, isto é, para fazer parte do canôn por causa de Irineu, bispo de Lion do segundo século, que queria que os evangelhos fossem quatro, porque a terra tem quantro cantos, quantro pontos cardeais etc....

Inicialmente, este evangelho sofreu rejeição pelos pais da igreja e bispos do primeiro século. primeiro devido a sua autoria, que apesar de ser atribuido a João, é questionavel, pois o apocalipse, escrito pelo mesmo autor, João se identifica na primeira pessoa: "Eu, João, que tmabém sou vosso irmão.... " Ap 1,9 ; o que não acontece neste evangelho. A única identificação mencionada neste evangelho, no capitulo 21, o autor se identifica como o discipulo que Jesus amava, o que também desqualifica ser João, porque João não era discipulo, era apóstolo. E havia um discipulo que Jesus amava, narrado no mesmo livro, chamado Lazaro. Este é provavelmente seu autor.

http://exegeseoriginal.blogspot.com.br/2012/04/joao-nao-e-o-autor-do-quarto-evangelho.html

Segundo que este evangelho omite fatos importantes da vida de Jesus e expôe outros igualmente importantes, que não foram mencionados pelos sinóticos. O evangelho segundo João, foi compilado, ou seja, vários manuscritos atribuidos ao mesmo autor, foram todos copiados em um livro/rolo só. Isso explica a falta de ordem cronológica do livro. Logo na caítulo 2 Jesus esta fazendo sua entrada triunfal em Jerusalém e nos capitulos seguintes vemos Jesus na judéia e Galiléia, o que contradiz a narrativa dos sinóticos.

Certas expressões e elementos presentes no quarto evangelho, desde o ínicio da igreja, foram observados como elementos não judeus. Talvez o autor tivesse sofrido uma influência gnóstica ou do helenismo romano. Quando Jesus chama sua mãe de "Mulher", no capítulo 2, por exemplo, pela halachá judaica da época isso seria uma blasfêmia! Estes elementos foram motivos de discussões e discórdias acerca deste evangelho.

Um dos principios básicos de hermeneutica e interpretação, é de que um livro bíblico, por ser inspirado, não pode contradizer outro livro. Teólogos cristãos sempre harmonizam as contradições, por mais que pareçam impossíveis. Um exemplo clássico neste evangelho é o caso dos samaritanos, que segundo Lucas, Jesus não entrou na aldeia dos samaritanos, ao ponto dos apostolos quererem pedir fogo do céu para puni-los (Lc9, 52-55). Segundo Mateus, Jesus ordena que eles não entrem em aldeias de samaritanos (Mt 10,5). e segundo João, Jesus não só entra na aldeia dos samaritanos, como é bem recebido e permanece ali por dois dias (Jo 4,40). Os teologos para harmonizar esta contradição dizem que foram duas vezes e em vilas diferentes. Mas é estranho a omissão acerca disso. Nem João menciona ser uma segunda vez e nem os outros. O autor de João da a entender que ele, Jesus foi bem recebido pelos samaritanos e omite as rejeições mencionadas pelos outos sinóticos. Que por sua vez omitem essa aceitação só notada por João.

Até a traição de judas é omitida no quarto evangelho, pois segundo o autor, Jesus mesmo se apresenta e se identifica, omitindo o sinal de judas e até sua traição.
 "Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes; Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi" (Jo 18, 4-9)
Frases ditas por Jesus neste evangelho se contradizem. Ora Jesus diz que não veio julgar o mundo, ora diz que julga:

"E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo." (João 12 : 4) "Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo." (João 8 : 15)
"E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;" (João 5 : 22)
"Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou." (João 5 : 30)
Ora diz que não testifica de sí mesmo, ora diz que se testefica de sí mesmo seu testemunho é verdadeiro.
"Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro; Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro." (João 5 , 31- 32)

"Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou." (João 8 : 14)
 Esses são apenas alguns exemplos, que ao analisarmos mais detalhadamente, percebemos essas contradições. Algumas vezes percebemos que não parecem ser do mesmo autor, pois isso torna o messias incoerente. Por isso esse evangelho não é considerado sinótico, pois difere dos outros evangelhos e contradiz a sí mesmo em alguns pontos.

É o evangelho que mais contém acréscimos, como a mulher adultera, de João 8. E é também o que mais tem passagens que se assemelham a escritos pagãos, como a introdução que parece que não havia originalmente, ou a mulher do poço, por exemplo. A introdução do evangelho é idêntica a um veda Hindu de no minimo uns 3 mil anos antes. Ai muitos dizem que é obra se satanás, ou que o veda é uma fraude. Na verdade, basta perguntar a um hindu, pois o hinduismo é uma das religiões mais antigas do mundo e existem diversas comunidades de hinduismo no Brasil. Na idade média não era fácil comprovar uma alegação dessa. Mas hoje com a internet, basta uma rápida pesquisa que encontramos toda informação nescessária.

Frases que só aparecem neste evangelho, como "Meu reino não é deste mundo", ou "Na casa de meu pai tem muitas moradas" já serviram de base para diversas teorias, das mais absurdas as mais gêniais, e estranhamente, Jesus só diz tais frases neste evangelho. A simplicidade dos sinóticos é quebrada por este evangelho que mostra um Jesus mais mistico, com ensinamentos mais espiritualizados e com frases mais interiorizadas, como "Antes que abraão existisse, eu sou"

É o evangelho mais utilizado pelos trinitaristas, pois como dito anteriormente, neste evangelho, jesus aparece de uma forma mais mistica, se igualando ao pai, como por exemplo : "Eu e o pai somos um", frase apenas dita segundo este evangelho, e mesmo que no contexto, ser Um não signifique ser o mesmo (basta ver João17) ainda assim, neste evangelho vemos um messias mais divinizado, se igualando ao pai e mais dizarmonico com os conceitos judeus da época.

Quando você ve qualquer comparação de Jesus com messias pagãos, em sites ateus como zeitgeist, nota-se que sempre é o evangelho de João que é utilizado nessas comparações. Pois seu estilo de escrita e a forma como apresenta Jesus, difere e em muito da forma como os sinóticos apresentam o Messias.

Para chegarmos a essência do evangelho de João, devemos sempre compara-lo com os sinóticos e com os demais livros da bíblia. Talvez o evangelho original fosse bem menor do que o que temos hoje, mas como foi compilado e acrescido, tornou-se assim. Por isso eu utilizo a essência deste evangelho, o que é original. É claro que boa parte do evangelho foi escrita pelo mesmo autor e que não podemos negar sua inspiração divina. Mas devemos analisar bem suas passagens, pois conforme já dito, um livro por ser inspirado não pode contradizer outro livro e muito menos a sí mesmo. Esta postagem é só para reflexão e análise. Não é uma crítica e nem para desmerecer a escritura, mas apenas para os que estudam a palavra, levarem em consideração estes pontos que divergem.

Boa reflexão a todos!

 
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